Já é conhecido que o mercado financeiro antecipa as movimentações (preços) aos acontecimentos, quem já não ouviu a frase… “subiu no boato e caiu no fato”, mas a pergunta que fica é até onde já foi precificado os ativos brasileiros, e o que foi precificado com o “Fim da Pandemia”?
Em 28 de Fevereiro de 2020 foi registrado o 1º caso da Covid 19 no Brasil, até dia 23 de Março foram quase 50% de correção, em 11 de Janeiro de 2021 bateu novo recorde superando os 125 mil pontos e neste mês de Junho um novo recorde com 131.365 pontos.
Analisando o gráfico mensal abaixo, estamos em tendência de alta de acordo com a teoria de Charles Down criador do índice Down Jones, mas o Índice Ibovespa composta por 84 ações conhecidas como Blue Chips encontram-se dentro deste canal de alta em um ponto crucial, pois caso ocorra seu rompimento como em 2005 o índice poderá ter fortes movimentações e o não rompimento será a correção dentro do canal. Mas até onde já foi precificado e o que já foi precificado com o “Fim da Pandemia” com avanço da vacinação?
No Índice Ibovespa dolarizado não tivemos máxima superada o que mais chama atenção é o grande volume de investidores desde maio de 2020.
De acordo com a teoria de Eliot como em 2017 estamos na 5ª onda, se repetir o movimento o gráfico mostra que podemos estar próximos de uma correção, em 2017 foram -21% em 91 dias, mas temos de lembrar que nem sempre os acontecimentos e consequentemente os movimentos do passado não são os mesmos de hoje. Em 2017 tínhamos um novo governo “reformista” que iniciou seu governo com aprovação da PEC 241/2016 conhecida como PEC dos gastos que limita durante 20 anos o ritmo de crescimento dos gastos da União à taxa de inflação, hoje a inflação está em 5,04%, ou seja teremos mais investimentos do governo.
Mas vamos ao que interessa os ativos brasileiros, observamos que os 15 ativos que representam 48% da carteira do Ibovespa não figuram mais no topo da lista, as mineradoras como Vale , Csna , Usiminas e Gerdau, apesar do “super ciclo” das commodities como dizem os analistas, nem as varejistas do E-Commerce como Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo que despontaram com fortes altas desde a pandemia, a única que está presente é a Btow neste segmento.
Observamos no varejo físico a mais presente é a AMBEV uma das principais responsáveis pelo avanço do Índice participando com 11% na sua composição, nesta lista consta o Atacarejo ASSAI com 6,65 % de participação e o Carrefour com 1,74% somam quase 20% do índice. Destacamos a presença da Azul Linhas Aéreas que sofreu forte impacto na pandemia, com forte recuperação como visto no último feriado, anunciando a intenção de aquisição da Latam.
Outro destaque são os Bancos, não vemos no topo da lista nem a Itausa, o Itaú Unibanco, nem o Santander, sendo o Bando Inter a maior composição do índice com 4,48%, o Bradesco com 4,46 entre as ON e PN (BBDC3 e BBDC4) apresentaram bons resultados no 1º trimestre de 2021, o Banco do Brasil com participação de 2% que anda na carona do agro negócio e Banco Pactual o mais valorizado do setor financeiro com fortes margens de lucro e retorno ao investidor (ROE) fazem jus sua participação.
A Bolsa de Valores (B3SA3) se figura na 5ª posição com 4,46% de participação, que após desdobramento de 1 para 3 torna-se mais acessível ao pequeno investidor, vivemos o bum nos investimentos no Brasil, além das diversas corretoras a XP e a Modal realizaram seu IPO, com Ibovespa caindo ou subindo a Bolsa fatura do mesmo jeito, além de ser a única do setor no Brasil.
No agronegócio figura a BR Foods com participação de 1,82% e com menor posição em Marfrig e Minerva Foods com 0,4% de participação. A holding Bradesco Participações é outro destaque com 2,1% de participação com forte exposição em Vale e a Braskem com 1,97% após os desfechos jurídicos teve forte valorização de Janeiro a Junho acumula mais de 150% de valorização. E finalizamos com a BR Mals a 9ª colocada da lista com 2,34% de participação, lembrando que a BR Mals atua no segmento de shopping fortemente impactada pelo abre e fecha dos comércios, mas a vacina está aí e o mercado antecipa seus movimentos, apesar de estarmos em ritmo lento comparado aos EUA, Inglaterra e agora China, mas temos a nova variante da Índia altamente transmissível no Brasil caso avance o mercado precificará, caso a vacina avance o mercado precificará também, primeira pergunta “até já foi precificado os ativos brasileiros” foi respondida ou seja o mercado precificou até o presente momento o avanço da vacinação e o crescimento do PIB estimado acima de 4%, ignorando até o cenário político com a CPI da Covid.
Respondendo a segunda pergunta o que foi precificado de acordo com Índice Bovespa são as mineradoras que não se figuram entre os principais ativos do índice, assim como a varejista do e-commerce, alguns bancos e nem as construtoras que não foram comentadas nesta matéria por não representarem grande participação no índice, concluindo todos estes setores exceto o bancário e o da construção renovou máximas registrando topos, que podem ser superados caso realmente ocorra o super ciclo das commodities e forte recuperação econômica no país.
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