A Organização Hidrográfica Internacional já tinha reconhecido o oceano Austral como o quinto da Terra em 1937, mas reverteu a decisão em 1953. A National Geographic agora voltou à antiga designação.

A Sociedade National Geographic (NGS, na sigla em inglês) disse, no último dia 8, que agora é necessário reconhecer a existência de cinco oceanos em nosso planeta.

O oceano Austral ou Antártico, um corpo de água gelada que circunda a Antártica, agora se juntará oficialmente ao Ártico, Atlântico, Pacífico e Índico nos mapas da sociedade, embora a mudança não seja reconhecida por todos.

Há, claro, apenas um oceano mundial interligado, mas tradicionalmente dividido em quatro regiões: os oceanos Pacífico, Atlântico, Ártico e Índico.

Os cientistas sabem há muitos anos que as águas geladas ao redor da Antártica formam uma região ecológica distinta, definida pelas correntes e temperaturas oceânicas.

A decisão foi tomada em paralelo com as celebrações do Dia Mundial dos Oceanos na terça-feira (8) para refletir aquilo que os cientistas, exploradores e geógrafos suspeitavam há muito: que as águas ao redor da Antártica são únicas e não podem simplesmente ser consideradas como extensões dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.

“O oceano Austral é reconhecido há muito tempo pelos cientistas, mas como nunca houve acordo internacional, nunca o reconhecemos oficialmente”, referiu Alex Tait, geógrafo da Sociedade National Geographic, encarregado de manter o mapa da organização atualizado.

Tait diz que a Sociedade National Geographic sempre o indicou desde 1915, quando iniciou os mapas, mas de forma “um pouco diferente” dos outros oceanos.

“Esta mudança era dar o último passo, dizer que a queremos reconhecer por causa de sua diferença ecológica.”

Definição de oceano diferente

Os cientistas estão confiantes de que as águas ao redor da Antártica “formam uma região ecológica distinta”, que são definidas pela Corrente Circumpolar Antártica (ACC, na sigla em inglês). Nesta corrente, as águas são mais frias e menos salgadas, dizem eles. As águas densas também ajudam a armazenar carbono nas profundezas do oceano, desempenhando um papel enorme no funcionamento do clima e do sistema de circulação global da Terra.

A Sociedade National Geographic admite ter decidido atualizar sua lista de oceanos “sem uma determinação oficial” da Organização Hidrográfica Internacional (IHO, na sigla em inglês), um órgão intergovernamental que tem trabalhado com a ONU para mapear as águas em todo o mundo. A IHO não conseguiu chegar a acordo sobre a extensão desta região oceânica e seu nome, apesar de ter reconhecido o oceano Austral em 1937. No entanto, a decisão foi revertida 16 anos depois.

Além da Sociedade National Geographic, a Diretoria de Nomes Geográficos (BGN, na sigla em inglês) dos EUA tem usado a designação desde 1999, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos EUA reconheceu o oceano Austral em fevereiro de 2021, e o mesmo aconteceu no serviço Google Maps, apesar de muitos de seus usuários considerarem que isso vinha ocorrendo há anos.

Tait, que há muito tempo vem pressionando pela mudança, fica encantado ao ouvir pesquisadores e a mídia se referindo cada vez mais ao termo “oceano Austral”. “É uma espécie de obsessão geográfica, de certa forma”, diz.

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