Na manhã desta sexta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro ofendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, chamando-o de “imbecil” e “idiota”, na tentativa de desqualificá-lo, já que se declarou abertamente ser contra o voto impresso, principal pauta encampada chefe do Executivo.
Barroso, rebateu os ataques classificando-os de “lamentáveis quanto à forma e ao conteúdo”. O ministro emitiu nota nesta sexta, se posicionando contra a escalada de ataques do presidente aos ministros e à urna eletrônica.
No texto, o ministro afirma que quaisquer tentativas de obstruir a realização de eleições podem levar ao enquadramento na Lei de Impeachment. No comunicado, Barroso menciona que Bolsonaro já foi oficiado pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, para que apresente as supostas provas de que houve fraudes na eleição de 2018. Mas “não houve resposta”, diz.
“Desde a implantação das urnas eletrônicas em 1996, jamais se documentou qualquer episódio de fraude. Nesse sistema, foram eleitos os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. Como se constata singelamente, o sistema não só é íntegro como permitiu a alternância no poder”, lê-se na nota.
Barroso destaca ainda que a acusação “leviana” feita por Bolsonaro ofende a todos os ministros do Supremo que já passaram pela presidência do TSE. “A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade”, diz a nota.
Com agências