Amamentar sempre esteve nos planos da servidora pública Lorena Melo. O sonho de ser mãe chegou há sete meses, com o nascimento de João Pedro. Foi aí que ela percebeu as dificuldades para oferecer ao bebê um dos alimentos mais completos que existem. “Quando ele nasceu, no primeiro mês de vida, eu não sabia amamentar, o João Pedro não sabia mamar. A gente encontrou muitas dificuldades, minha mama machucou muito, tive muitas fissuras”, disse.
Para superar essas dificuldades, Lorena contou com uma rede de apoio de profissionais da saúde, família e amigos que passaram pela mesma experiência. “Essas pessoas foram fundamentais para que eu pudesse amamentar o João Pedro de forma exclusiva nos seis primeiros meses”, afirmou. Graças ao apoio que recebeu, Lorena conseguiu amamentar o filho e também passou a doar.
O leite materno é a melhor fonte de nutrição para bebês e a forma de proteção mais econômica e eficiente para diminuir as taxas de mortalidade infantil, sendo capaz de reduzir em até 13% os índices de mortes de crianças menores de cinco anos, segundo o Ministério da Saúde. O aleitamento materno protege a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de evitar o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.
O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os 2 anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida, mesmo nas mães que tiveram casos confirmados de Covid-19.
Campanha Nacional
As ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno que Lorena recebeu, são feitas no Brasil há 40 anos. E para mobilizar a sociedade brasileira sobre a importância dessa medida e incentivar mulheres a amamentar, o Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (29), a campanha “Todos pela amamentação. É proteção para a vida inteira”.
O evento ocorre anualmente em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A publicidade da campanha será veiculada em sites, redes sociais e páginas da internet. “Nós estamos lançando essa campanha, todas as peças serão divulgadas do dia 30 julho a 15 de agosto. E a gente pede que a sociedade civil organizada também divulgue isso, porque todos juntos, a gente consegue passar a mensagem de forma mais efetiva”, frisou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Rafael Câmara Parente.
Confira a campanha
Incentivo à amamentação
Desde 1981, o Ministério da Saúde coordena estratégias para proteger e promover a amamentação no Brasil.
O país possui 301 Hospitais Amigos da Criança que promovem 10 passos para o sucesso do aleitamento materno. São repassados, por ano, R$ 18,2 milhões para as unidades.
Além disso, o Brasil possui ainda 222 bancos de leite humano e 219 postos de coleta. Em 2020, cerca de 181 mil mulheres doaram mais de 226 mil litros de leite materno. Neste ano, até junho, foram doados 111,4 mil litros.
No ano passado, o Ministério da Saúde investiu R$ 16,9 milhões, em caráter excepcional, na proteção e apoio ao aleitamento materno e na alimentação complementar adequada para crianças menores de dois anos na Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), da Atenção Primária à Saúde.
Aleitamento materno
A estratégia para incentivar a amamentação vem apresentando resultados. Os índices nacionais do aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses aumentaram de 2,9%, em 1986, para 45,7% em 2020. Já o aleitamento para crianças menores de quatro anos passou de 4,7% para 60% no mesmo período.
“Passar de um aumento de 4 para 60% é muita coisa. A gente que trabalha com a saúde sabe que um aumento desse tipo em poucos anos é algo que mostra a robustez, a fortaleza das campanhas que vem acontecendo nos últimos anos”, destacou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Rafael Câmara Parente.
Agosto Dourado
O Agosto Dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por ano, cerca de seis milhões de vidas são salvas por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.