Campeão do salto com vara nos Jogos Rio 2016, brasileiro protagonizou mais uma final emocionante. Crédito: Gaspar Nóbrega/COB
Campeão do salto com vara nos Jogos Rio 2016, brasileiro protagonizou mais uma final emocionante. Crédito: Gaspar Nóbrega/COB

Thiago Braz repetiu o roteiro emocionante. Assim como na final dos Jogos Rio 2016, o brasileiro cresceu nos saltos decisivos e chegou pela segunda vez ao pódio nos Jogos Olímpicos. Desta vez, com a medalha de bronze no salto com vara.

Na final, realizada na noite de terça (manhã no Brasil), no Estádio Olímpico de Tóquio, o campeão dos Jogos Rio 2016 passou com tranquilidade por 5,55m. Depois, precisou de duas tentativas para superar as marcas de 5,70m e 5,80m. No terceiro salto, no entanto, conseguiu sem problemas 5,87m e só ficou assistindo seus adversários caírem um a um até sobrarem apenas quatro atletas em ação.

Thiago foi, então, para uma tentativa de 5,92m, mas derrubou o sarrafo. O sueco Armandi Duplantis não desperdiçou sua chance. O brasileiro voltou a tentar na sequência, mas novamente falhou. O francês Renaud Lavillenie também errou seus saltos de 5,92m e deu adeus à disputa.

O americano Christopher Nilsen, por sua vez, foi bem sucedido em sua segunda tentativa e jogou a pressão para Thiago, que tinha apenas mais um salto. O brasileiro errou e terminou com o bronze. Duplantis ganhou o ouro, com 6,02m, e Nilsen, a prata, com 5,97m.

“Tinha que acontecer desse jeito. No classificatório eu tive um início de cãibra, a gente tratou, mas eu ainda senti. E aos poucos fui tentando, dando uma corrida para relaxar a musculatura. O meu desejo era ganhar uma medalha, eu queria ouro, mas primeiramente uma medalha. O motivo maior foi minha família, minha esposa, meu treinador, meu avô que faleceu no ano passado, num momento de pandemia. E também o orgulho de ser brasileiro, de trazer orgulho pro Brasil. Fiquei bem emocionado de passar pra final, a eliminatória não foi nada fácil, fiquei com medo de ficar fora. Aconteceu no Mundial de 2019 e eu não queria que acontecesse aqui. Os Jogos Olímpicos são uma competição muito importante para mim. Acho que é o sonho de qualquer atleta chegar, ganhar medalha, voltar para casa, festejar com a família, com os amigos. É um trabalho duro e poder hoje voltar com uma medalha para casa é um sonho”, afirmou Thiago, que contou ter sonhado com a medalha dois dias atrás. E era bronzeada.

“Durante esse período de Jogos aconteceram alguns sinais legais me incentivando a buscar de novo uma medalha, a acreditar. E a gente em algum momento da vida se sente inseguro, exemplo disso foi a qualificação, relembrou um trauma que sofri. E aí dois dias atrás eu sonhei que eu tinha voltado para o apartamento aqui e estava com a medalha de bronze. Eu achava que era ouro, mas era bronze. Eu fiquei bravo no sonho, mas desejei muito ganhar uma medalha. É importante. Os anos todos que passei de altos e baixos, a briga para chegar aqui em Tóquio, era importante para mim, minha família, minha esposa, meu treinador, o Comitê Olímpico do Brasil, porque mesmo estando mal eles nunca deixaram de acreditar em mim.”

Em 2016, Thiago se sagrou campeão olímpico ao alcançar a marca de 6,03m, então novo recorde olímpico, deixando para trás o campeão de Londres 2012, o francês Renaud Lavillenie (5,98m), em uma disputa emocionante. Com aquela conquista, Thiago Braz entrou para o seleto grupo de brasileiros campeões olímpicos no atletismo ao lado de Adhemar Ferreira da Silva (duas vezes), Joaquim Cruz e Maurren Maggi.

Thiago relembrou seus altos e baixos durante o ciclo olímpico e o aprendizado que isso lhe trouxe. “Meus altos e baixos significaram mais conhecer a mim mesmo e mostrar que saltando bem ou mal era possível voltar a saltar, projetar novos sonhos e conquistas. Eu tinha no meu sonho voltar aos Jogos e ganhar outra medalha. Às vezes deu vontade de parar, desistir, mas tive esse suporte por trás. Eu queria tentar o bi, ainda dá, tem a próxima”

Depois de somar apenas uma medalha em 2016, o atletismo brasileiro já acumula duas em Tóquio. Além do bronze de Thiago, conquistou também o terceiro lugar com Alison dos Santos nos 400m com barreiras, que recebeu sua medalha nesta terça.

 Darlan na final

O brasileiro Darlan Romani foi o primeiro atleta a se classificar para a final do arremesso de peso. Na noite desta terça-feira, manhã no Brasil, ele atingiu 21,31m em sua segunda tentativa, superando o índice de 21,20m para classificação automática. A final será na quinta, 5, às 11h05 do Japão (23h05 no Brasil).

“Vacilei um pouco no primeiro arremesso, poderia ter passado logo, mas faz parte. É bom para voltar mais concentrado. Senti no segundo que podia fazer o índice e agora vamos concentrar para final. Hoje é aniversário da minha esposa. Dia 1 fez nove anos que começamos a namorar e dois dias depois é aniversário dela, um dia especial. Fico feliz por ela estar do meu lado, ela sabe o quanto a gente batalhou para estar aqui, pelo resultado, para ser o primeiro a classificar para a final”, afirmou.

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site é protegido por reCAPTCHA e pelo Googlepolítica de Privacidade eTermos de serviço aplicar.

The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.