Em meio a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), frases polêmicas sobre o 7 de setembro e pouca concentração na gestão por estar constantemente em eventos públicos como motociatas e aglomerações com apoiadores, o governo de Jair Bolsonaro sofreu mais uma baixa em sua popularidade.
De acordo com a revista Veja, na pesquisa realizada pela Quaest Consultoria, a avaliação negativa da gestão do presidente passou de 44% para 48% no período de um mês. Já a positiva caiu de 26% para 24%.
Para execução da pesquisa, foram entrevistadas 2.000 pessoas nas cinco regiões do país entre os dias 26 e 29 de agosto.
Segundo a mídia, a avaliação foi negativa em “todas as regiões, em ambos os sexos, em todas as faixas etárias, em todos os níveis de escolaridade e em todas as faixas de renda”.
A economia é um dos setores de maior preocupação das pessoas entrevistadas, com 21% dos brasileiros opinando que esse é um dos principais problemas do país. Sobre a inflação, 65% dizem que o governo não conseguirá controlar o aumento dos preços. Entretanto, o assunto que mais aflige a população ainda é a pandemia, que somou 28% de menções.
Bolsonaro também perdeu espaço na ala evangélica, grupo que desde sempre constituiu grande parte dos seus apoiadores. Em outra pesquisa da mesma instituição realizada no final de julho, a avaliação positiva do governo entre o segmento religioso era de 36%, e a negativa de 32%. Agora, houve uma inversão, há mais reprovação, totalizando 35%, do que aprovação, que foi de 32%.
De acordo com o cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes, citado pela mídia, “o cenário político é desastroso para o presidente devido à combinação de dois fatores: a deterioração das expectativas econômicas e a ocupação do espaço político pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
Para o cientista, “Bolsonaro está no seu piso e chegou ao fundo do poço. Ele só tem o voto de opinião ou o voto ideológico”.
Em todas as simulações de primeiro turno das eleições de 2022, Lula tem uma vantagem de cerca de 20 pontos percentuais sobre Bolsonaro, segundo a mídia. Entre os entrevistados que declaram voto no petista, 59% dizem que o fazem devido à gestão dele na Presidência e só 8% se apresentam como “anti-Bolsonaro”.
Já entre os apoiadores do atual chefe do Executivo, a gestão é a razão apontada por 27%, enquanto o antipetismo registra 25%.
Em meados de agosto, subiu para 58% o percentual de brasileiros que apoiam o impeachment do presidente, número recorde até o momento, conforme noticiado.