Esta semana o cenário político foi intenso. Após as expectativas quanto às manifestações do 7 de setembro – usadas como termômetro pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que segue em queda na aprovação de seu governo – o rescaldo que fica é que o bolsonarismo saiu fortalecido e desiludido; já Bolsonaro teve de engolir que não é tudo que achava, ou seja, o paladino salvador da nação.

O que se depreende dos atos pró-Bolsonaro é que, apesar da propalada fotografia do apoio da população feita pelo presidente, o mandatário conta com pouco mais de 20% do eleitorado brasileiro, o que vai ao encontro das pesquisas de intenção de votos.

O grupo de bolsonaristas tem entre suas fileiras os desiludidos com a política do país e, como a personagem icônica assumida pelo presidente é pela liberdade e contra a corrupção, a opção é vestir verde-amarelo e buscar uma mudança, há muito desejada pelo povo.

Porém, nem bem os brados contra os integrantes do Supremo Tribunal Federal – sem falar na insurreição contra as decisões da Corte – tinham parado de ecoar, Bolsonaro mandou buscar o “amigo” Michel Temer (MDB) para apagar o “fogo amigo” que tinha ateado.

Resultado: desiludiu os bolsonaristas com o recuo em suas declarações e colocou de lado seus conselheiros. O mais interessante é que, como a maioria dos cometem delitos, o presidente só faltou falar que “não fez o que fez”. Calor do momento não é explicação para conduta incompatível com seu cargo, com chamamento explícito ao desrespeito aos demais Poderes e à própria Constituição.

Então, como sempre acontece em nosso país verde-amarelo, houve a famosa “passada de pano” no que sobrou dos atos de 7 de setembro. Os asseclas inundaram a mídia e as redes sociais elogiando a atitude do presidente de “ver a luz divina” e passar a conclamar a união e a pacificação entre os Poderes, menosprezando os efeitos do “carnaval bolsoriano” realizado neste setembro.

O que teria levado à mudança tão brusca no comportamento do presidente em pouco mais de 24 horas? Seria, talvez, o medo do resultado nas urnas “fraudulentas”?

Economia combalida, fome e desemprego em escalada crescente; descaso com o sofrimento da população. Afinal, o que é um ‘aumentinho’ na conta de luz já que um grande contingente passou a morar nas ruas por conta do desemprego? Feijão pra quê, se o preço do gás subiu a ponto de se tornar inviável?

Ah… mais a culpa é dos estados, municípios, mula sem cabeça, saci-pererê; das calças apertadas do governador João Doria e das coxas do ex-presidente Lula.

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