De acordo com a Folha de São Paulo, atualmente, o presidente Jair Bolsonaro aparece diretamente como investigado em três apurações que correm no Supremo Tribunal Eleitoral (STF): o da fake news, o da interferência no comando da Polícia Federal (PF) e o que trata do vazamento de apuração sigilosa sobre invasão hacker a sistemas eletrônicos da Justiça Eleitoral em 2018.

Segundo a mídia, não há decisões em aberto a exigirem cumprimento imediato por parte de Bolsonaro, mas medidas são cogitadas pelo ministro, Alexandre de Moraes. E que mesmo com a nota, “Declaração à Nação”, publicada pelo presidente com perspectiva mais harmoniosa com o Supremo, o ministro pretende manter o ritmo das apurações.

Sobre a nota, a Folha diz que a mesma foi lida no STF com ceticismo, ao mesmo tempo que integrantes do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avaliam que é preciso aguardar para ver se o chefe do Executivo “recuará do recuo”.

Nesse meio tempo, as investigações continuam no STF. Segundo a mídia, entre os próximos passos, está prevista para este mês a retomada do julgamento sobre o formato do depoimento que Bolsonaro fará na apuração que visa esclarecer a suspeita de que tentou mudar a cúpula da PF para proteger parentes e aliados.

Já em relação ao inquérito das fake news, embora tramite desde 2019, a condição de investigado do presidente é recente. A pedido do TSE, Moraes incluiu Bolsonaro entre os alvos em razão das suspeitas levantadas, sem mostrar as provas que dizia ter, sobre o sistema eleitoral.

Moraes é também relator de outras apurações que envolvem parentes e apoiadores do chefe de Estado, entre elas a da quadrilha digital, desdobramento do extinto inquérito dos atos antidemocráticos, também no Supremo.

De acordo com a Folha, os investigadores buscam identificar o grupo por trás de ataques à democracia na Internet. Ao determinar a instauração do inquérito, aberto pela PF no mês de julho, Moraes fez menção ao próprio Bolsonaro e a seus filhos.

Após o feriado, sem relação direta com as apurações em curso, o ministro devolveu para julgamento ações que contestam a política armamentista da atual administração. A análise da matéria já havia sido iniciada pelo tribunal, mas foi interrompida por um pedido de vista do ministro, entretanto, será retomada a partir da sexta-feira (17), segundo a mídia.

Presidente mantém tom ameno

Neste sábado (11), no seu primeiro evento público após o 7 de setembro e a publicação da nota, Bolsonaro disse em uma exposição agropecuária em Esteio (RS) que “não se pode falar em Poder vitorioso” depois do ato, segundo O Globo.

“Não é para dizer se este ou aquele Poder saiu vitorioso, a vitória tem que ser do povo brasileiro, a vitória tem que ser de vocês porque somente assim a gente vai poder viver em harmonia”, declarou o presidente.

Bolsonaro ainda completou “que os Três Poderes têm que ser respeitados”, adotando novamente um tom conciliador com o Judiciário, como o empregado na nota de “Declaração à Nação”.

“No dia 7 de setembro eu fui apenas um na multidão […]. Não podemos fazer as coisas a velocidade que muitos querem, a gente vai aos poucos redirecionando o futuro do nosso país. Temos Três Poderes que têm que ser respeitados e buscar sempre a melhor maneira de nos entendemos para que o produto de nosso trabalho seja estendido aos seus 210 milhões de habitantes”, declarou.

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