Depois de o presidente  Jair Bolsonaro discursar na  76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com certeza, qualquer pessoa, de qualquer parte do mundo, gostaria de morar no Brasil.

Um país sem corrupção, com a legislação ambiental mais completa do planeta e onde a vacinação contra a covid segue sem percalços.

Creio que não moro na Bolsonarolândia apresentada pelo presidente em Nova York.

No meu Brasil, as oitivas da CPI da Covid  no Senado, a cada semana, apresentam mais desmandos cometidos pelo governo federal na condução da pandemia de covid, inclusive com suspeita de corrupção.

Em meu país, o presidente coloca  no governo pessoas acusadas de receber e pagar propina.

Em meu país o presidente  minimiza os incêndios florestais, diminui a fiscalização ambiental e o combate ao desmatamento e, ainda por cima, enfraquece entidades ambientais federais.

No Brasil onde moro o Ministério da Saúde “bate cabeça” – muito por motivos políticos – com o Plano Nacional de Imunização. O que vale para um dia  já não vale mais para o outro. Vacinar adolescentes ou não? Terceira dose ou não? Comprar a Coronavac do João Doria ou não? E por aí vai…

A única questão que vai ao encontro do discurso de Bolsonaro é a do tratamento precoce contra o novo coronavírus. O presidente é defensor do kit covid – cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina – e no meu país um plano médico decidiu fazer os pacientes de cobaia – já que foi sem consentimento – para provar a eficácia desse tratamento.

As mortes “escondidas” foram apenas acidentes de trabalho. Como bem disse meu presidente, “a história e a ciência saberão responsabilizar a todos”.

 

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