Uma conversa que pode transformar uma vida. O “sim” para doação de órgãos significa o recomeço para milhares de pessoas que esperam por um transplante. Neste momento, 53.218 brasileiros aguardam a sua vez de receber um órgão e recomeçar. Por isso, deixe todo mundo saber que você é um doador. Esse é o tema da campanha de incentivo a doação de órgãos e tecidos lançada nesta segunda-feira (27) pelo Ministério da Saúde.

O objetivo é incentivar os potenciais doadores a deixarem a família ou pessoas próximas cientes dessa vontade, já que são eles que poderão tomar essa decisão. Em 2021, entre as mais de 2 mil famílias que estavam vivendo um momento difícil de perder alguém, 38% recusaram a doação de órgãos. Por outro lado, 61% disseram sim para vida continuar. Essa escolha em um momento de dor profunda é delicada, mas pode ficar mais leve se a família souber da vontade do doador.

Durante o evento de lançamento da campanha, o ministro da Saúde substituto, Rodrigo Cruz, ressaltou que é importante sensibilizar todo brasileiro sobre a doação de órgãos. “O primeiro ponto é a pessoa se convencer e, após se convencer, ela precisa entender que isso não basta, ela precisa conversar com a família”, ressaltou ao citar que a legislação brasileira determina que a família é quem que tem que aprovar e dar a palavra final de doação.

Para dar voz à campanha, o Ministério conta com uma ajuda muito especial: a cantora Naiara Azevedo canta a música tema que incentiva os doadores a conversarem com suas famílias e deixarem claro se desejam doar. O videoclipe será veiculado na TV, rádio, internet, redes sociais e outras mídias.

“Estou muito feliz de ser porta-voz dessa campanha. Quero dizer que sou doadora de órgãos, já comuniquei a minha vontade para minha família. Caso você seja um doador e ainda não conversou com a sua família, basta comunicá-los”, disse a cantora durante a gravação.

No Sistema Único de Saúde são realizadas todas as modalidades de transplante, a maioria de rim, córnea e medula óssea. Considerado o maior sistema público de saúde do mundo em números de transplantes, a rede conta com 648 hospitais habilitados e mais de 1,6 mil equipes de profissionais especializados de norte a sul do país. Nos últimos 20 anos, o sistema público brasileiro fez mais de 412 mil transplantes, reforçando a capacidade dessa rede que é referência no mundo.

Para quem está na fila esperando por um órgão, a realidade é uma mistura de ansiedade e incerteza, esperando pelo dia em que a vida vai recomeçar após o transplante. Foi assim para Gabriela Gonçalves, que passou por um transplante em 2014, após conviver por três anos com a rotina difícil de hemodiálise, na corrida em busca de um rim. Hoje, ela encara outro tipo de maratona, cheia de saúde: a Gabriela é corredora e com o projeto Superação, incentiva a atividade física para outros transplantados. “Cuidar do órgão transplantado é uma forma de agradecer a família e também ao doador”, disse.

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