Isolamento define a participação do presidente Jair Bolsonaro na cúpula das 20 maiores economias do mundo, o G20. Infelizmente, esse isolamento respinga em nosso país, onde a realidade é de inflação crescente, alta de preços, fuga de investimentos e miserabilidade.

A personagem criada por Bolsonaro, muito próxima à de Chicó, interpretado por Selton Mello no “O Auto da Compadecida”, está caindo por terra. A caricatura presidencial que temos, a exemplo de Chico, se dedica a repassar informações “fantasiosas” – como relacionar a vacina contra a covid à aids – e a afirmar que nunca sabe de nada.

Não entende de economia, segundo suas próprias palavras, não entende da política de preços da Petrobras, não entende de saúde e não sabe o que seus ministérios fazem. Ou seja, segue contando bravatas de um Brasil utópico para ver se cola. Parafraseando Chicó, “não sei. Só sei que foi assim”.

Pois bem, enquanto no Brasil se fecha os olhos para as bravatas do bufão, no exterior a história é diferente. Bolsonaro foi solenemente ignorado pelos outros líderes mundiais. Foi o único que não teve agenda com os demais representantes das maiores potências mundiais. Até as autoridades católicas não o receberam.

À exceção do presidente italiano, Sergio Mattarella, anfitrião do evento e pela imposição do protocolo tem de se encontrar com todos os líderes presentes em Roma, até os garçons ignoraram Bolsonaro quando tentou falar sobre sua origem italiana.

Usando de sua “liberdade de expressão”, Bolsonaro não participou neste domingo de visita organizada pelo premiê italiano, Mario Draghi, à Fontana di Trevi, que reuniu 18 líderes mundiais. No sábado, saiu antes de o jantar oferecido pelo presidente italiano, Sergio Mattarella, ter terminado, e deixou a representação diplomática, onde está hospedado, enquanto o príncipe Charles  era ouvido por primeiros-ministros e presidentes.

Mesmo em face do isolamento, Bolsonaro continua no seu “mundo de Bobby”. Após sua assessoria conseguir um à parte com o autocrata turco Recep Tayyip Erdogan, por dois minutos o presidente falou sobre o  Brasil que só ele vê. Deu  informações falsas sobre a pandemia, a economia brasileira e sua popularidade. Além disso, disse que a Petrobras é um problema e criticou a imprensa.

Então… “não sei. Só sei que foi assim”.

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