Na quarta-feira (10), o presidente da República, Jair Bolsonaro, confirmou sua filiação ao Partido Liberal (PL), após almoço com o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. Entretanto, hoje (14), o partido anunciou que a filiação de Bolsonaro será adiada, segundo o G1.
De acordo com a mídia, após “intensa troca de mensagens na madrugada” entre Bolsonaro e Neto, ambos resolveram adiar o ingresso oficial do presidente na sigla que estava marcado para o dia 22 de novembro, e não divulgaram nova data.
“Após intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo 14 com o presidente Jair Bolsonaro, decidimos, em comum acordo, pelo adiamento da anunciada cerimônia de filiação. Portanto, a data de 22 de novembro foi cancelada, não havendo, ainda, uma nova data para o compromisso de filiação” disse o texto da nota assinada pelo presidente do PL.
O motivo para forte comunicação entre Bolsonaro e Neto durante a madrugada seria divergências sobre quem apoiar para o governo de São Paulo.
De acordo com o blog de Octavio Guedes no G1, na última conversa entre os dois, ficou acertado que o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, sairia candidato a senador em Goiás e não mais candidato a governador em São Paulo.
Com isso, o diretório do partido ficaria livre para apoiar a candidatura de Rodrigo Garcia (Democratas) para o posto, entretanto, Garcia é vice de João Dória (PSDB), inimigo político declarado de Bolsonaro. Pelo acordo, mesmo que o PL mantivesse apoio a Garcia, Bolsonaro poderia apoiar outro candidato em São Paulo.
Porém, como acordos com presidente são uma “caixinha de surpresa”, segundo a mídia, o mandatário teria “segurado” a filiação por conta das discordâncias e também pelo fato de seus filhos estarem brigando pelo dinheiro dentro do partido.
Bolsonaro está em viagem pelo Oriente Médio, e durante visita a uma feira de aviação em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente já havia afirmado que provavelmente sua filiação não ocorreria na data marcada, ressaltando que há pendências a serem resolvidas com o partido.
Uma delas, seria a afinação dos discursos sobre temas da pauta conservadora, considerada muito importante pelo mandatário, segundo a mídia.
O chefe do Executivo está sem partido desde 2019, quando se desentendeu com a cúpula do PSL, e, em seguida, tentou criar o Aliança pelo Brasil, mas o projeto não deu certo.