Um reino muito, muito distante, é comandado por um reizinho que ainda não saiu da fase do “não”. Todo ser humano passa por essa etapa na infância e na adolescência.
Quando bebê, em certa fase do crescimento, se alguém pergunta qualquer coisa, aquela coisinha gorducha diz não, acena com a cabeça e cai na risada.
Já na adolescência – fase do sou contra tudo e contra todos – todo jovem acha que está inovando em contrariar pais ou qualquer pessoa que imponha limites às bizarrices. Deixo aqui mea culpa, também passei por essa fase e me achava o máximo.
Bem, voltemos ao reizinho. Não dá para saber em qual fase ele está, haja vista que a sociopatia seletiva pode mascarar as características intrínsecas de cada etapa.
Nesta semana, o reizinho, com suas ‘bolsalidades’ – qualquer semelhança com boçalidade é mera coincidência –, bateu o pezinho e fez mais uma birra: sem qualquer evidência científica deu a entender que crianças não devem tomar vacina contra a covid.
Explico: a Anvisa (Agência Nacional de Saúde) liberou a imunização de crianças de 5 a 17 anos com doses da vacina Pfizer específica para esse público. Porém, o reizinho disse que os pais devem avaliar os efeitos colaterais.
Foi além… “Vocês têm o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacina a partir de 5 anos para seus filhos”, regurgitou o reizinho nas redes sociais, em ameaça não tão velada a quem liberou a vacinação desse público.
Como diz o ditado, um risco e um cisco vira Francisco, e já dá para imaginar uma legião de súditos fiéis deixando de vacinar seus rebentos. Afinal, qual pai que ver o filho com falta de ar e dores.
Essa atitude é recorrente no reizinho. Fez ilações contra a urna eletrônica, contra o uso de máscara; fala de imunização de rebanho no meio de uma pandemia com milhões de mortos no mundo e por aí vai…
O reizinho, que se viu isolado dos amiguinhos na última festa na Itália, também gosta de se gabar para uma plateia escolhida a dedo a fim de angariar aplausos. Em evento com coleguinhas empresários, se gabou de “ripar todo mundo do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) após loja do amiguinho Luciano ser interditada. Ao ridicularizar o instituto arrancou ovação dos ‘babantes’ presentes.
Porém, o reizinho que é “macho”, bate no peito e defende armar a população, tem medo da lei, sim. Na posse do amiguinho André no Supremo usou máscara e, dizem as más línguas da mídia – que ele odeia de todo coração –, apresentou teste com medo de ficar de fora da festinha.
Quem pode manda, quem tem juízo obedece. Até o reizinho da bolsonarolândia.