A classe política reagiu à declaração do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que as mortes de crianças por covid-19 não estão em nível que demande “decisões emergenciais”. “Os óbitos em crianças (por covid-19) estão absolutamente dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais. Ou seja, favorece o Ministério da Saúde, que tem que tomar suas decisões em evidências científicas de qualidade”, declarou o ministro em entrevista esta semana.

O governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à presidência em 2022, João Doria, classificou como “crime” a declaração de Queiroga. “Não há patamar aceitável de óbitos para crianças, @mqueiroga2 (perfil de Queiroga no Twitter)! Isso é crime. Vacinas salvam crianças e adultos. Salvam até os loucos negacionistas”, criticou Doria em publicação no Twitter nesta quinta-feira, 23.

A vacinação contra a covid é motivo de queda de braço entre Doria e o governo federal desde o início da vacinação. Assim que a Anvisa (Agência Nacional da Saúde) liberou  o imunizante da Pfizer para vacinação na faixa etária de 5 a 11 anos, Doria autorizou que o Estado de São Paulo fizesse tratativas com a farmacêutica para a compra de vacinas para essa faixa etária.

Vale destacar, ainda, que declaração de Queiroga vem em um momento no qual o governo federal é pressionado a iniciar a vacinação contra a doença em crianças e jovens.

Essa resistência em liberar  a vacinação para esse público levou parlamentares  a apresentarem notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde por suposto crime de prevaricação e incitação ao crime. O senador Alessandro Vieira, a deputada Tabata Amaral e o secretário de Educação do Rio de Janeiro Renan Carneiro questionam a recusa da inclusão de crianças entre cinco a onze anos no programa de imunização contra a covid, segundo noticiou o portal Estadão.

Ainda segundo o Estadão,  em outra notícia-crime, o deputado Reginaldo Lopes acusa Bolsonaro de incitar ameaças contra servidores da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), que aprovou a vacina Comirnaty, da Pfizer, para crianças.

O deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) também criticou, nesta quinta-feira, o atraso do início da vacinação contra covid-19 em crianças com 5 a 11 anos. Para Freixo, o presidente da República faz politicagem com a vida dos jovens. Ainda segundo o Estadão, o parlamentar também citou dados da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização relatando que, desde o começo da pandemia, a cada dois dias uma criança morreu por covid-19 no Brasil.

Com Agências

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