O presidente Jair Bolsonaro, recém filiado ao PL, já gastou cerca de R$ 5 milhões aos cofres públicos, revelou a Folha de São Paulo a partir de mais de 50 pedidos via Lei de Acesso à Informação.
O levantamento se refere à soma das despesas com o cartão de pagamento do governo federal, informadas pela Secretaria-Geral da Presidência, e os gastos assumidos pelos estados para garantir a segurança da população e da comitiva de Bolsonaro, menos a viagem de Bolsonaro ao Paraná, em novembro, custo ainda não revelado pela Presidência.
Os eventos que já aconteceram no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Paraná, serviram de palanque para as falas de Bolsonaro, na tentativa de demonstrar força em meio à queda de popularidade impulsionada pelo avanço da inflação e pela exposição do governo federal na CPI da Covid.
Os discursos do presidente, que foram combustível para acentuar a crise institucional entre os três poderes (executivo, legislativo e judiciário) aconteceram enquanto Bolsonaro usava as motociatas para acenar às suas bases mais radicais.
O levantamento da Folharevelou os gastos com as viagens, no entanto, a Presidência não compartilhou detalhes a respeito das despesas, mantidos sob sigilo.
A pedido dos integrantes da CPI da Covid no Senado, os gastos da comitiva estão sendo analisados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O julgamento, porém, foi adiado.
Atualmente sob responsabilidade do senador Antonio Anastasia (PSD), a relatoria dos processos busca realizar uma auditoria dos custos com as motociatas, e uma mais ampla a respeito dos gastos com o cartão corporativo do presidente e seus parentes.
Entre as 13 viagens de Bolsonaro para as motociatas, a mais custosa foi ao agreste pernambucano, no dia 4 de setembro, no valor de quase R$ 607 mil. Os maiores gastos foram em São Paulo (R$ 476 mil) e Chapecó (R$ 450 mil), no mês de junho.
No total, a Presidência desembolsou R$ 3,3 milhões para que Bolsonaro participasse dos eventos.
Em agosto, o governador de São Paulo, João Doria chegou a afirmar que Bolsonaro seria cobrado se participasse de novas motociatas no estado. “Não é obrigação do Governo do Estado de São Paulo fazer segurança de motociatas sem que o custo seja suportado por quem as organiza e as promove”, disse.
Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site é protegido por reCAPTCHA e pelo Googlepolítica de Privacidade eTermos de serviço aplicar.

The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.