Em entrevista ao jornal O Globo na quarta-feira (26), o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas), defendeu o decreto assinado pelo presidente, Jair Bolsonaro (PL) que, na prática, tirou parte do poder de decisão do Ministério da Economia em questões relacionadas ao Orçamento.
O ministro disse que “além de amortecedor, agora eu sou um para-raio do Posto Ipiranga” e que a mudança foi aprovada previamente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Achamos que era muito melhor tanto para ele [Guedes] quanto para a Casa Civil. Levamos esse pleito ao presidente. O que acontece é que o Paulo Guedes sempre ficava encarregado de dar o ‘não’ para alguns pleitos dos ministérios. Além de amortecedor, agora eu sou um para-raios do ‘Posto Ipiranga'”, explicou.
De acordo com a revista Veja, a resposta de Nogueira foi uma “desculpa esfarrapada” para justificar a decisão. “Ele e o ministro da economia fingem que é para proteger Guedes do desgaste com os políticos, mas é na verdade, é a entrega de tudo ao centrão em um ano eleitoral”, diz a revista.
Ainda na mesma entrevista, o chefe da Casa Civil afirmou, mesmo diante das pesquisas de intenções de votos mostrando o contrário, que a “chance de reeleição [de Bolsonaro] é muito grande”.
“Ele vai ganhar. O país nunca deixou de reeleger um presidente. Quem reelege o presidente é a economia, e a vida das pessoas vai melhorar. Temos pesquisas que mostram que se a inflação for reduzida e o emprego voltar a crescer, quase 40% das pessoas que hoje não votam no presidente, podem vir a votar. A possibilidade de reeleição é muito grande”, afirmou.
Ainda sobre eleições, Nogueira destacou que o ex-juiz e presidenciável, Sergio Moro (Podemos), “é um conflito ambulante”.
“O Moro é um conflito ambulante. O Moro, quando era juiz, queria ser político. Virou político e quer permanecer juiz. É uma pessoa com conflitos. Tenho minhas dúvidas se ele vai permanecer até o final”, analisou.