O senador Flávio Bolsonaro (PL) foi escolhido para ser o coordenador da campanha do pai, presidente Jair Bolsonaro (PL), nas eleições deste ano.
Nos meses que antecedem a largada oficial, o senador tem feito algumas declarações, e nesta sexta-feira (11), discursou sobre o futuro da liderança do Ministério da Economia, segundo O Globo.
De acordo com Flávio, o chefe da pasta, Paulo Guedes, não está garantido no cargo caso o presidente seja reeleito. O senador elogiou “as orientações” de Guedes na condução do ministério, mas deixou claro que há um protocolo que o ministro precisará seguir.
“Ele [Guedes] tem o senso de responsabilidade de buscar o meio-termo para que a política econômica não degringole o Brasil de vez, a médio e longo prazo, mas sabe da importância, em ano eleitoral, de ter um remédio mais amargo para segurar a inflação, reduzir o preço do dólar e gerar mais emprego. Eu não sei se ele seguiria no cargo em um segundo governo. É cansativo, depende da disposição dele. Se quiser continuar dando sua contribuição, o presidente Bolsonaro vai indiscutivelmente topar na hora, mas não sabemos os planos pessoais dele”, afirmou Flávio citado pela mídia.
Recentemente, houve divergência entre o senador e o ministro sobre a PEC, classificada como PEC 1/2022, que permite uma ampla redução de impostos sobre combustíveis. Guedes chamou a PEC de “bomba fiscal” – visto que poderia ter um impacto de mais de R$ 100 bilhões para os cofres da União –, enquanto Flávio assinou a favor da medida.
Segundo a mídia, o senador acredita que os debates sobre a eficiência das políticas econômicas do governo, capitaneadas por Guedes, tomarão o espaço ocupado pelas pautas de costume.
Frequentemente, a gestão do ministro é criticada por não ter entregado as prometidas privatizações de estatais, pela dificuldade de crescimento e pelo aumento do desemprego.
Ao mesmo tempo, Bolsonaro transferiu da Economia para a Casa Civil, comandada por Ciro Nogueira, atribuições sobre a execução do Orçamento. Desde então, todas as ações pertinentes ao Orçamento dependem do aval da Casa Civil.
A mídia relata que, em conversas reservadas, Guedes já disse que em caso de vitória de Bolsonaro em 2022, ele não descarta deixar o governo ou mesmo migrar de pasta.
Cada vez mais, os desgastes provocados por embates entre o Executivo e a pasta da Economia se mostram crescentes.