Delegação brasileira cumpre agenda em Nova Iorque durante realização da Comissão sobre Situação da Mulher, na sede das Nações Unidas
O Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio criado pelo Brasil pode ajudar países vizinhos a estruturar o combate à violência doméstica. A afirmação é da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e ocorreu durante reunião com a ministra da Mulher do Paraguai, Celina Lezcano Flores, em Nova Iorque, nesta segunda-feira (14).
O encontro foi realizado no início da tarde, na sede da Missão do Paraguai junto às Nações Unidas. A ministra brasileira explicou as linhas gerais do decreto que instituiu a política pública, como o envolvimento de cinco ministérios na elaboração do plano de ação que pretende acabar com o assassinato de mulheres no Brasil.
“E para construir tudo isso conversamos com quem está lá na ponta no enfrentamento diário a esse problema social, que são as delegadas de polícia. São mais de R$ 600 milhões em investimentos, até o próximo ano, em ações de repressão, educação, qualificação pela autonomia econômica e proteção da maternidade”, explicou Damares Alves.
A ministra ofereceu, ainda, apoio às mulheres brasileiras que vivem no Paraguai, que, a partir do lançamento do programa Brasil pra Elas, do Ministério da Economia, podem agora acessar microcrédito junto aos bancos públicos brasileiros.
Presente à reunião, a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto, destacou a importância da qualificação profissional e do incentivo ao empreendedorismo feminino, pois, segundo ela, será um diferencial do país na retomada econômica pós-pandemia.
“Nós alcançamos mais de 100 mil mulheres vulneráveis desde o ano passado e queremos avançar muito mais, pois sabemos que a mulher com autonomia econômica dificilmente fica presa a um relacionamento com seu agressor”, disse.
A representante paraguaia afirmou que seu país trabalhou o combate à violência contra a mulher por meio de inovações legislativas e com a implementação de planos de contingência. Ela disse que quer visitar o Brasil para conhecer detalhes das ações implementadas nos últimos anos.
Juventude
Mais cedo, em agenda bilateral com a enviada do Secretário-Geral da ONU para a Juventude, Jayathma Wickramanayake, a ministra apresentou dados que indicam melhoras nos índices de suicídio e automutilação de jovens e adolescentes no Brasil.
A melhora, explicou, ocorreu desde o lançamento da Política Nacional de Prevenção ao Suicídio e à Automutilação, por meio de lei, e do início dos trabalhos pela regulamentação da norma.
A representante das Nações Unidas compartilhou a preocupação da entidade com os altos índices ao redor do mundo. Segundo ela, o suicídio é a segunda maior causa de mortes nessa faixa etária. Para ela, uma das principais dificuldades dos governos é investir na saúde mental, e considerou louvável a iniciativa do Brasil.
Outra preocupação mencionada é a situação de desocupação entre adolescentes e jovens que nem estudam, nem trabalham, problema que pode se agravar no pós-pandemia, segundo a ministra.
Ela afirmou que, no Brasil, tem se criado políticas de incentivo ao empreendedorismo e de qualificação para postos de trabalho que exigem maior treinamento, como a área de tecnologia.
Jayathma Wickramanayake colocou a agência da ONU para a juventude à disposição do Brasil para troca de experiências.
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Fonte Assessoria de Comunicação Social do MMFDH