O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse no final de semana, em Londrina (PR), que o Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado como está agora e que é preciso mudar a qualidade dos parlamentares que estão lá. “Não basta eleger só o Requião (Roberto) governador. Não basta apenas eleger o Lula presidente da República, se a gente não mudar a qualidade dos deputados que são eleitos e se a gente não mudar a qualidade dos senadores.  Eu posso dizer uma coisa, com minha experiência de 50 anos de vida política: o Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado como está agora, nunca esteve tão antipovo como está agora, nunca esteve tão submisso aos interesses antinacionais, como está agora. Esse é, talvez, o pior Congresso que já tivemos na história do Brasil”.

Lula tem criticado especificamente o orçamento secreto. Para o petista, orçamento de lesa-pátria, que esvazia poder do presidente e deixa o poder de decisão nas mãos dos deputados. “O Ulisses Guimaraes que foi figura humana extraordinária, presidente da Constituinte e presidente da Câmara, não tinha 10% da força que tem hoje o Arthur Lira como presidente”.

O ex-presidente também criticou decisão do presidente da Câmara de criar um grupo de trabalho para discutir adoção do semipresidencialismo no Brasil. “Não conseguiram aprovar o parlamentarismo, com dois plebiscitos que foram feitos nesse país, vão tentar fazer uma mudança na Constituição para tentar criar o semipresidencialismo. Você elege um presidente, pensa que o presidente vai governar, mas quem vai governar é a Câmara, através do presidente e dos deputados, com um orçamento secreto para comprar o voto dos deputados”, reclamou.

Lula voltou a dizer que o Brasil passa por processo de destruição desde o golpe que tirou a presidenta Dilma Rousseff do poder no início do segundo mandato. Mencionou a destruição da Petrobras e o fatiamento da BR, que foi vendida e levou o Brasil à situação de importar gasolina a preço de dólar, o que encarece os combustíveis e pressiona fortemente a inflação.

“Estamos pagando em dólar quando a gente recebe em real. Não faz nenhum sentido”, disse criticando também a intenção do governo de privatizar a Eletrobras. “Os deputados não podem deixar o TCU fazer o que ele quer. Eles decidiram autorizar vender a Eletrobras a preço de nada”.

Rodrigo Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rebateu neste domingo (20) as criticas do ex-presidente ao Congresso.  Em nota, Pacheco disse a declaração de Lula é “deformada, ofensiva e sem fundamento, fruto do início da disputa eleitoral que faz com que seja ‘interessante’ falar mal do Parlamento”, informou o Estadão.

O presidente do Senado, que também preside o Congresso, ainda afirmou que o Legislativo é a síntese dos defeitos e das qualidades de um Brasil construído por sucessivos governos e aprovou reformas que estavam engavetadas há anos. “Entre elas a da Previdência, o Marco do Saneamento, a autonomia do Banco Central, a nova Lei Cambial, a nova Lei de Falências, a nova Lei de Geração Distribuída, a Lei do Gás, a capitalização da Eletrobras e outros marcos do sistema elétrico, além da Lei das Ferrovias, da Lei da Cabotagem (BR do Mar) e a reforma da Lei de Segurança Nacional”, afirmou.

Pacheco ainda disse que o Congresso brasileiro foi o primeiro do mundo a funcionar pelo sistema remoto na pandemia da covid-19. Segundo o sendor, a atual legislatura aprovou o auxílio emergencial e o Pronampe para pequenas e microempresas.

“O mesmo Congresso também se posicionou fortemente em defesa da democracia quando arroubos antidemocráticos assombraram a Nação. E foi esse mesmo Congresso que validou as urnas eletrônicas ao rejeitar a ideia do voto impresso”, disse o presidente do Senado

O parlamentar também afirmou que embora respeite e valorize críticas “é importante que elas sejam verdadeiras e com bons propósitos, uma vez que de discursos oportunistas em período eleitoral o Brasil está cansado”.

*Com Agências

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