Durante o último dia da reunião interseccional da Convenção de Biodiversidade da ONU, uma proposta do Brasil para criar um novo fundo global para a biodiversidade recebeu apoio de 63 países nesta terça-feira (29), segundo a Folha de São Paulo.
De acordo com a mídia, o apoio foi anunciado como um posicionamento conjunto de países em desenvolvimento, reunindo o grupo africano (bloco de negociação com 54 países), Argentina, Bolívia, Brasil, Cuba, República Dominicana, Equador, Guatemala, Índia, Paquistão e Venezuela.
A proposta brasileira apoiada pelo grupo pede ao bloco de países desenvolvidos que providencie “pelo menos US$ 100 bilhões [R$ 4,7 trilhões] por ano, inicialmente, subindo para US$ 700 bilhões [R$ 34 trilhões] anuais até 2030”.
Entretanto, o pedido de verba foi visto como uma provocação, uma vez que o montante de US$ 100 bilhões (R$ 4,7 trilhões) anuais foi inspirado na verba prometida ainda em 2009 pelos países desenvolvidos para o combate às mudanças climáticas, mas que até hoje não foi cumprida.
Contudo, o grupo defende a cifra bilionária argumentando que busca equidade entre as pautas de clima e biodiversidade.
A ideia de criar um novo fundo para receber recursos para a biodiversidade havia sido apresentada pelo Brasil no início do encontro em Genebra, que começou no último dia 13, mas foi vista inicialmente com desconfiança, interpretada como uma tentativa de atrasar o processo de negociação e até mesmo de tentar acabar com o mecanismo atual de financiamento, segundo a mídia.
A Convenção marcou uma nova sessão para junho, em Nairobi, no Quênia, quando espera ter rascunhos mais limpos e prontos para serem levados à COP15 da Biodiversidade, na China no terceiro semestre com data ainda a ser marcada.
Com a proposta, mesmo em meio a outros países, o Brasil ganha um pouco de crédito na área ambiental. Ainda que tenha assinado acordos importantes na COP26, o país vem sendo muito criticado pela forma como conduz suas políticas ambientais, principalmente em relação à Amazônia.
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