A Polícia Federal (PF) concluiu que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), recebeu propinas do grupo J&F e cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O relatório final da investigação foi enviado nesta sexta-feira (8) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Nogueira nega qualquer irregularidade, escreve o jornal O Globo.
Agora o STF encaminhará as evidências para o procurador-geral da República, Augusto Aras, que definirá se apresenta denúncia contra Ciro ou arquiva o caso.
Os pagamentos de propina, segundo a PF, teriam sido feitos a Ciro para que o PP apoiasse a campanha de reeleição da então presidente Dilma Rousseff em 2014.
A PF rastreou, entre outros pontos, repasses feitos a um irmão do ministro por meio de um supermercado fornecedor do grupo J&F.
A investigação teve início com base na delação premiada dos executivos do grupo J&F, mas a Polícia Federal aponta no relatório que obteve provas independentes que corroboram os relatos.
A PF não chegou a indiciar o ministro porque há um entendimento do STF de que não é possível realizar o indiciamento de políticos com foro privilegiado.
O inquérito foi conduzido pela Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores (Cinq), vinculada à sede da Polícia Federal, em Brasília.