Após a Polícia Federal ficar indignada e falar por meio de nota sobre sua decepção com o reajuste dado pelo governo de 5% para classe no mês passado, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), fez um novo aceno ao grupo e prometeu nesta segunda-feira (2) aumentar o número de convocados em concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, segundo o jornal O Globo.
Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, ao ser questionado sobre o assunto, o mandatário indicou que pretende levar de 500 para 1.000 o número de candidatos a serem convocados nos órgãos aprovados em concurso já realizado.
A mídia relata que, diante das pessoas ao seu redor, Bolsonaro chegou a ligar para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para solicitar um aditivo para dobrar o número de vagas.
“Anderson [Torres], você pediu quanto pra PF e pra PRF? Quantas vagas a mais para cada força você pediu? Se passar mil pra cada um, acha que dá pra resolver? Mil pra cada lado? Então faz um aditivo, pede mil vagas, já que você tá no limite teu, pede mil vagas para cada lado, tá ok? Pode ser?”, perguntou Bolsonaro ao telefone com o ministro.
Entretanto, Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) afirmou que houve uma “frustração” quando o chefe do Executivo havia dito que seriam apenas 500 novas vagas. O edital do concurso já previa 1500 vagas.
“É uma questão política, a academia tem condição de fazer o curso e incorporar essas pessoas. A grande questão é que as palavras do presidente são uma incógnita, é difícil saber se ele cumpre ou não. Estamos nessa questão da reestruturação que ele não cumpriu o que foi prometido por ele, publicamente inclusive, então a gente não sabe. Nunca sabemos se a fala do presidente vai ser cumprida ou não”, afirmou Leiro.
Quando o reajuste foi anunciado, a classe chegou a dizer que a reestruturação não atendida e o baixo valor do aumento salarial eram uma “quebra desleal de compromisso” pelo poder Executivo, conforme noticiado.
Bolsonaro é amplamente visto em eventos e inaugurações de unidades da PF, ou até mesmo fazendo apenas uma visita, e o grupo é conhecido por ser um dos que mais apoiam a gestão do presidente.
No entanto, após a decisão do governo, o órgão fez uma declaração pública, na qual citou o “uso de marketing” feito por Bolsonaro com a imagem da corporação.
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