Com polo aeronáutico em construção, cidade goiana ganhará nova cadeia econômica e dinamizará as que já existem

Aeroportos, esses equipamentos urbanos que num mundo globalizado como o que temos hoje, ganham especial importância como vetores de desenvolvimento urbano e econômico. Não é à toa que temos atualmente muitos municípios brasileiros querendo receber o título de aerotrópole, termo usado para classificar cidades que se desenvolvem de forma integrada e em sinergia com aeroportos.

No Brasil, uma das cidades candidatas a ser uma aerotrópole é Aparecida de Goiânia, localizada privilegiadamente no estado de Goiás, no centro do país, e que já tem entre suas principais vocações econômicas a indústria e os serviços de logística. Até 2024, o município deve contar com o início das operações do maior polo aeronáutico do Centro-Oeste, o Antares Polo Aeronáutico. O mega empreendimento, capitaneado pelas empresas goianas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações, prevê investimentos da ordem de R$ 100 milhões e ocupará uma área de 209 hectares. Além de um aeroporto público privado para receber aeronaves de pequeno, médio e grande porte, o Antares contará com uma ampla infraestrutura voltada para os serviços de aviação, como hotel executivo, hangares, heliponto, terminal  de passageiros, restaurante, áreas para carga e descarga, estacionamento para aeronaves e hangares para empresas de manutenção e de logística.

De acordo com o incorporador e um dos sócios do empreendimento, Rodrigo Neiva, antigamente, as cidades surgiam em torno de pólos ferroviários e portos, isso quando a maior parte da economia era alimentada pelos modais ferroviário e marítimo. À medida que o frete aéreo ficou mais econômico, os aeroportos se tornaram cada vez mais atraentes para depósitos e fabricantes, e assim uma ampla cadeia produtiva surge em torno desse tipo de equipamento urbano. “Quando surgiram as viagens aéreas, os aeroportos eram construídos longe da cidade, onde havia terrenos de baixo custo e os aeroportos não trariam barulho para os moradores, ou seja, eram isolados de centros comerciais. Hoje as aeronaves e os próprios aeroportos lançam mão de normas de segurança e de tecnologias que reduzem muito esse impacto. Hoje um aeroporto é muito mais do que só uma pista, balcões de check-in e portões de embarque, é uma infraestrutura preparada para a integração ao meio urbano”, destaca Neiva.

Indutor de desenvolvimento
Conforme Rodrigo Neiva, os modernos aeroportos são uma estrutura indutora de desenvolvimento em cidades aeroportuárias que crescem em sinergia com as atividades e serviços ligados direta e indiretamente à aviação. “Alguns construtores e economistas vêem os aeroportos como um dos desenvolvimentos mais potentes da vida urbana. A cidade aeroportuária oferece novos serviços e comodidades, como lojas, hotéis e entretenimento. Ela também se comunica com muitos negócios internacionais ou relacionados a transportes que se instalam nas áreas próximas. Esses centros são potências econômicas que geram empregos, renda e infraestrutura”, explica.

Se depender da prefeitura de Aparecida de Goiânia, onde o Antares está sendo construído, a cidade receberá sim o título de nova aerotrópole do Brasil. Para André Luíz Rosa, secretário municipal da Fazenda, um aeroporto de grande porte, não só traz uma nova e promissora cadeia econômica para o município, mas também dinamiza as que já existem. “Teremos um polo de serviços aeronáuticos que irá gerar receita tributária para o município, que também atrairá uma mão de obra altamente qualificada, que por sua vez demandará uma rede de serviços igualmente qualificada. Portanto, um aeroporto desse porte cria um efeito em cadeia muito positivo para a cidade. Ou seja, o município ganha e muito”, destaca o secretário.

Além da posição geográfica extremamente privilegiada da cidade Aparecida, no centro do País, o secretário municipal da Fazenda elenca outras qualidades do município que irão ajudar com que a cidade se torne uma aerotrópole de sucesso. “Aparecida conta com os melhores índices de segurança de Goiás, especialmente após o projeto Olhos de Águia, com monitoramento por câmeras em toda a cidade. Somos referência no atendimento de creches e de saúde pública. Somos uma das poucas cidades do Brasil com mais de meio milhão de habitantes que não tem problema de congestionamento, pois investimos fortemente na construção de eixos viários; além de sermos também um polo universitário. Tudo isso faz muita diferença quando um empresário ou empreendedor escolhe uma cidade para instalar seu negócio”, frisa.

Conforme os empreendedores responsáveis pelo Antares, o polo aeronáutico irá gerar mais de três mil postos de trabalho, a maioria ligados à aviação civil. “Porém, estimamos que o número de empregos indiretos seja ainda maior, porque além de toda a sua infraestrutura operacional, o polo irá atrair uma enorme infraestrutura de apoio o que envolve hotéis, restaurantes e indústrias, em especial aquelas ligadas à manutenção  aeronáutica”, acrescenta o empresário Marcos Bernardo, também sócio do empreendimento.

Experiências de sucesso
Um dos mais conhecidos e bem sucedidos exemplos de aerotrópole, é a cidade de Memphis, no estado americano do Tennessee, que cresceu organicamente ao redor de um aeroporto. O terminal, que hoje é um dos aeroportos mais movimentados do mundo para cargas e abriga uma base global da multinacional FedEx, começou como um simples centro para o comércio de lenha e algodão, antes mesmo de sua inauguração no ano de 1936. Atualmente, companhias que dependem de entregas – e que oferecem desde produtos médicos a reparos de celulares – formam um raio de 32 quilômetros de empresas corporativas e industriais em torno do aeroporto de Memphis, que ganhou o apelido “aerotrópole americana”.

Segundo o empresário Marcos Bernardo Campos, também sócio empreendedor do Antares, no Brasil também existem experiências de sucesso com aeroportos ancorando o desenvolvimento de cidades. É o caso de Guarulhos (SP), que abriga o maior aeroporto do país e um dos mais movimentados da América do Sul, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional El Dourado, em Bogotá, na Colômbia. “Hoje a cidade de Guarulhos lidera o ranking de destinos de exportações municipais, considerando-se a chamada provisão de navios e aeronaves, que constitui itens consumidos nas viagens internacionais, consumo de bordo e combustível. Não por acaso, o aeroporto funciona como um dos melhores termômetros para o comportamento da economia local”, afirma o empresário.

De acordo com um estudo recente, as atividades aeroportuárias foram um dos destaques positivos do município de Guarulhos em 2017. A provisão de navios e aeronaves somou 729 milhões US$ FOB [Free On Board] naquele ano, uma evolução de 36,36% sobre o número registrado em 2016.

Fonte: Comunicação Sem Fronteiras 

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