O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta terça-feira (21), audiência pública na Câmara dos Deputados, que o governo não tem poder para interferir no preço dos combustíveis, em meio à nova troca de comando na Petrobras após pressões do presidente Jair Bolsonaro. Também criticou o total dos lucros apresentados pela Petrobras em comparação com as demais petrolíferas.
“Entendo que muitos dos senhores são cobrados pela população, porque é difícil para a população entender por que o governo não interfere no preço dos combustíveis. Com toda a transparência, eu preciso ser claro: não é possível interferir no preço”, disse o ministro a deputados federais.
Segundo Sachsida, o governo tenta “amenizar o problema” com a redução de impostos federais, afirmando que não existe “bala de prata” nem “salvador da pátria”. “Não está no controle do governo. E, honestamente, preço é uma decisão da empresa, não do governo. Além disso, nós temos marcos legais que impedem intervenções do governo na administração de uma empresa, mesmo o governo sendo o acionista majoritário”, afirmou o ministro.

O governo é o maior acionista da empresa. Segundo o ministro, os governos estão fazendo sacrifícios, reduzindo impostos; e a empresa também deveria fazer. Adolfo Sachsida voltou a defender a privatização da Petrobras com o objetivo de aumentar a competição no setor.

Para Sachsida, empresas em todo o mundo estão dando atenção aos aspectos sociais e ambientais de suas ações, o que, segundo ele, deveria ser levado em conta pela Petrobras. Citou, ainda, a pandemia e o cenário de guerra na Ucrânia, que afetaram os preços mundiais.

Lucro e dividendos

O ministro mostrou que, no primeiro trimestre deste ano, a Petrobras foi responsável por 10% da produção mundial, mas apresentou 31% do lucro. De acordo com Sachsida, o lucro foi de 8,5 bilhões de dólares, enquanto a média dos lucros das empresas do setor foi de 2,1 bilhões de dólares. Em 2021, a empresa teria sido a segunda em distribuição de dividendos.

Apesar de criticar a empresa estatal e de trocar o seu presidente duas vezes este ano, o governo, segundo o ministro, não tem como interferir na sua gestão. “Não é possível interferir nos preços dos combustíveis. Não está no controle do governo e, honestamente, preço é uma decisão da empresa, não do governo. Além disso, nós temos marcos legais que impedem intervenções do governo na administração de uma empresa, mesmo o governo sendo o acionista majoritário”, disse.

 

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