‘Custo compensa’ e está ‘embutido no Parlamento’
Por outro lado, o especialista não entende que a CPI deva resultar em benefícios para a educação brasileira. Segundo ele, a educação é uma das áreas mais complexas da política pública, já que envolve a necessidade de coordenação entre os três entes federativos — municípios, estados e a União.
“Há uma grande desigualdade nas redes de ensino municipais e estaduais. É um problema bastante sério de ser equacionado. Do governo Bolsonaro, não vai sair absolutamente nada que abra qualquer perspectiva de benefício para a educação brasileira”, afirmou.
Sobre eventuais custos que uma nova CPI poderia gerar, Martins Júnior aponta que estariam “embutidos no Parlamento brasileiro”.
Além disso, segundo ele, “governantes que abusam” de áreas como as da Saúde e da Educação são obrigados a ficar “mais atentos ao trato da coisa pública”.
“Senadores têm dezenas de assessores, gabinete, dinheiro de liderança e verba de CPI. O custo compensa. Se a CPI consegue desvendar algo, mesmo que eventualmente não haja resultado concreto, prático, como ocorreu na CPI da Covid, serve para desvendar as falcatruas, as mutretas do governo, as negociatas, como é o caso agora dos pastores”, disse.