Uma roda de capoeira só com mulheres foi o cenário desenhado pelas as Coordenadorias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Diadema (Creppir) e de Políticas Públicas para as Mulheres, as Secretarias de Educação e Cultura para iniciar as atividades em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha em Diadema. Cerca de 30 pessoas participaram da ação, que teve muita reflexão sobre o papel da mulher negra na sociedade e em todas as lutas que elas precisam travar no cotidiano.
A atividade aconteceu na noite de sexta-feira (8) no Centro de Formação e Educação Integral, na região central da cidade. Teve início com discursos que enaltecem a mulher negra e pedidos de adoção de mais políticas públicas que valorizem a força feminina em espaços onde há predomínio de homens – como é o caso da capoeira.
“Estamos em um momento no qual a sociedade não tolera mais o preconceito e a misoginia. E que bom presenciar esse momento. A representatividade de mulheres negras é muito importante para construção de uma sociedade mais plural”, disse a secretária de Educação, Ana Lúcia Sanches. “Estamos aqui para exaltar a diversidade, a luta de mulheres guerreiras e fortes, celebrar a cultura e a beleza negra. Acredito muito na potência feminina”, emendou a secretária de Esporte e Lazer, Luciana Avelino, que acompanhou a ação.
Márcia Damaceno, coordenadora Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e Cleone Santos, à frente da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, também defenderam maior participação feminina em espaços de poder.
Andressa Barboza, coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação e capoeirista, lembrou que a capoeira é um ambiente que retrata a disparidade do tratamento entre homens e mulheres. “É muito difícil encontrar mestras de capoeira. Para a gente, chegar a esse grau é sempre mais difícil, sempre com mais imposições. Essa roda aqui em Diadema é, de certa forma, um manifesto contra isso, com incentivo a ter mais capoeiristas mulheres e mais mestras também”, citou.
A roda de capoeira foi comandada pela professora Lupita, uma mulher trans que exaltou os ensinamentos na jornada do que ela diz não saber ao certo se é “dança ou esporte”. “Ninguém pode falar da minha história porque ela não foi construída ainda. A capoeira é minha vida e ficarei muito grata se puder inspirar mais mulheres a entrar na capoeira também.”
Várias atividades estão marcadas para este mês. O 25 de julho é celebrado como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela, que lutou contra o regime escravocrata do século 18.
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