Nos braços dos trabalhadores, onde tudo começou, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a largada na campanha, nesta terça-feira (16/08). Na porta da fábrica da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula garantiu que vai voltar a ser presidente para recuperar o país. “Nós vamos ganhar a eleição porque esse país precisa de nós”, disse aos trabalhadores. “Se preparem porque nós vamos trabalhar e fazer a maior transformação que esse país já viu. Com a volta do emprego, do salário e do respeito”, afirmou.

“A nossa história vai mudar. Vocês não vão ver mais criança pedindo esmola. Não vão ver mais companheiro nosso dormindo na sarjeta. Esse país precisa ter vergonha na cara. Não é por falta de dinheiro, é por falta de vergonha das pessoas que estão governando. Eles não têm sentimento, não sabem o que é fome, o que um cidadão mendigar um prato de comida”, discursou, emocionado.

Diante dos trabalhadores, o ex-presidente anunciou que o reajuste da tabela do imposto de renda será a primeira medida a ser tomada em seu governo. E que retornará ao chão da fábrica para informar pessoalmente. “Eu não vou mandar recado, eu vou vir pessoalmente dentro da Volks conversar com vocês”, prometeu.

Lula lamentou que o país está numa situação pior hoje do quando assumiu o governo pela primeira vez, em 2003. “Esse governo (Bolsonaro) não se preocupou em criar empregos”, reclamou ele, ao comparar o número de empregados daquela fábrica nos anos de 2003 (13.857), 2012 (14.164) e 2022 (7.931).

Consciência política

O ex-presidente disse que escolheu estar na porta de fábrica para encontrar antigos e novos companheiros de luta, além dos filhos dos trabalhadores que estão estudando para se posicionar no mercado de trabalho. “Eu devo tudo que eu vivi, que aprendi na política, eu devo a essa categoria extraordinária chamada ‘metalúrgicos do ABC’. Eu venho na porta da Volks desde 1969. Naquele tempo em que a fábrica tinha mais de 40 mil trabalhadores”, lembrou.

Lula relatou a época em que o berço do sindicalismo paulista chacoalhou o país ao se  posicionar contra o regime militar. “Foi na porta da Volks, da Ford e da Mercedes que nós conseguimos fazer com que a classe trabalhadora brasileira se politizasse, fosse pra rua fazer as greves de 78, 79 e 80, para que nós conseguíssemos derrubar o regime militar e conquistar a democracia”, declarou.

O evento contou ainda com a presença de Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo, Márcio França (PSB), que disputa uma vaga no Senado pelo mesmo estado, Gleisi Hoffman, presidenta nacional do PT e candidata a deputada federal pelo estado do Paraná, além dos sindicalistas Wellington Damasceno, diretor administrativo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Fonte: lula.com.br

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