Problema pode ser prevenido e tratado, mas também levar a quadros mais sérios se não detectado
Apesar do nome parecer assustar, a doença pulmonar obstrutiva crônica é bastante comum, prevenível e tratável, como explica o pneumologista Gleison Guimarães. Os sintomas respiratórios podem ser persistentes, com limitação do fluxo aéreo devido a alterações nas vias ou alvéolos. Traduzindo, é aquela falta de ar que parece não passar.
A bronquite e o enfisema pulmonar são algumas características comuns do problema, que existe ainda na forma de fibrose pulmonar relacionada ao tabagismo. “A doença pulmonar obstrutiva crônica está presente em cerca de 10.1% da população e, na cidade de São Paulo, em aproximadamente15.8% dos adultos com mais de 40 anos. A doença é mais comum em pessoas que já passaram dos 50 anos e está associada principalmente à exposição ao cigarro, mas também relacionada à poluição, poeira e queima de biomassa, entre outros”, conta o especialista.
É verdade que São Paulo costuma ainda a ter uma alta de casos de problemas respiratórios durante o inverno, mas este ano, esse valor foi maior em comparação a momentos anteriores. Para se ter uma ideia, em um único dia de junho foi registrada a ocupação de 91% dos leitos pediátricos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, por conta de problemas no pulmão.
O que é a doença pulmonar obstrutiva crônica?
A doença é caracterizada principalmente por falta de ar e tosse, geralmente de caráter crônico, com produção de muco. Ou seja, expectoração com catarro, predominantemente matutina. Nesses casos, o doutor Gleison indica a análise clínica com pneumologista ou especialistas que realizem exames de função pulmonar. Geralmente, é indicada a espirometria, que consegue medir fluxos e volumes pulmonares e é capaz de fazer o diagnóstico funcional do problema.
“É uma doença progressiva e pode ser incapacitante se não tratada, levando mesmo a uma falta de ar e cansaço ao realizar as atividades de vida diária, o que impacta muito negativamente na qualidade de vida dos pacientes. Ela possui caráter inflamatório e, por conta desse aumento no número de células inflamatórias, resulta numa produção anormal de citocinas pró-inflamatórias e o próprio desequilíbrio entre a formação de radicais livres com capacidade antioxidante”, detalha o médico.
Ele destaca também que pode levar a uma inflamação sistêmica, que gera risco cardiovascular, osteoporose e até problemas nutricionais. Em resumo, é uma doença que pode consumir a saúde da pessoa de outras maneiras se não for detectada e tratada como se faz necessário.
A associação com o cigarro é algo que agrava ainda mais a situação. “Esses pacientes terão mais riscos ao câncer das vias aéreas e também da boca de esôfago e estômago, além de maior propensão aos diabetes e doenças endócrino metabólicas. Realizar atividades físicas precisa ser algo feito com acompanhamento, principalmente se a pessoa possui quadros mais avançados”, finaliza.
Sobre Gleison Marinho Guimarães
É médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e também em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Possui certificado de atuação em Medicina do Sono pela SBPT/AMB/CFM, Mestre em Clínica Médica/Pneumologia pela UFRJ, membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM) e da European Respiratory Society (ERS). É também diretor do Instituto do Sono de Macaé (SONNO) e da Clinicar – Clínicas e Vacinas, membro efetivo do Departamento de Sono da SBPT. Atuou como coordenador de Políticas Públicas sobre Drogas no município de Macaé (2013) e pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac), gestora da Cidade Universitária (FeMASS, UFF, UFRJ e UERJ) até 2016. Professor assistente de Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Macaé.
Saiba mais: https://drgleisonguimaraes.com.br/
Fonte: Carolina Lara Comunicação