Equipe correu contra o tempo depois de acidente em Tarumã

Goiânia (GO), 4 de novembro – Tão impressionante quanto a imagem do Scania número 70 de Kleber Eletric batendo forte na classificação para a penúltima etapa da temporada 2022 da Copa Truck, dia 18 de setembro, em Tarumã, foi vê-lo de volta à pista hoje, nos treinos livre que abriram a etapa de encerramento, em Goiânia.

Para o piloto paulista de 41 anos, contudo, tanto não ter sofrido nada depois que a cabine se soltou do resto do caminhão e saiu girando, quanto o fato de sua reduzida equipe ter conseguido reconstruir o caminhão, são encarados com muita naturalidade.

Momentos após o acidente, Kleber já estava fazendo um levantamento do que era aproveitável em seu caminhão e anunciando que estaria em Goiânia. “Quando vi que perdi o caminhão na entrada da curva oito a primeira coisa que pensei foi ‘estou fora da corrida’. Depois tudo começou a rodar, e ao abrir os olhos, a cabine sem para-brisa, vi o céu azul e pensei se estava no céu. Mas foi uma fração de segundo, porque logo apareceu o cara do resgate e pela roupa percebi que não era um anjo, pelo menos não desses do céu”.

Constatado que não havia se machucado, Kleber fez uma roda de oração com o pessoal do seu boxe e passada um pouco a emoção, enorme por sinal, começou uma espécie de inventário. “Motor e câmbio foram preservados, isso é o principal. O resto foi todo trocado. Tivemos sorte por termos as partes de fibra e muitas peças de reposição prontas. O que faltava meu parceiro Piqeuri (Autopeças) ajudou bastante a conseguir”. Aí começou o trabalho na GMR Scania, em Guarulhos, com uma equipe de cinco mecânicos, quatro deles que sequer haviam trabalhado em corridas antes de o projeto de Kleber Eletric na Copa Truck começar, há alguns meses.

“Sempre foi na raça”, diz o piloto, que começou a andar de kart indoor aos 30 anos, aos 35 chegou aos karts de competição e foi campeão brasileiro na categoria super F4 em 2018, aos 37. Em seus poucos anos no automobilismo, teve passagens por Copa HB20 e Porsche Cup, categorias onde o piloto praticamente só senta e acelera. Na Copa Truck, Kleber Eletric é piloto e chefe de equipe.

Dono da rede de lojas de produtos e serviços automotivos Eletric, Kleber Barcellos não levou somente o nome da sua empresa para as pistas, mas também sua experiência administrativa. Pouco mais de uma hora antes de o primeiro treino livre de hoje começar, a barra de direção ainda não havia chegado. E Kleber mantinha a tranquilidade. “Tenho muita fé, sou positivo e deixo na mão de Deus. Demos o máximo, estamos certos disso, e o que tiver que ser, será. Isso faz com que eu não fique ansioso”, diz.

Além disso, a destruição do caminhão em Tarumã somente antecipou um processo. Aquele caminhão era realmente ‘mal nascido’, sofria muitas quebras, a gente ia fazer para a temporada 2023 mais ou menos o que fez, remontar tudo, preservando apenas motor e câmbio. A questão é que ia fazer em quatro meses, não em quarenta dias. Por outro lado, já vamos fazer um grande shake down aqui, para 2023 temos muito tempo para trabalhar em cima desse fim de semana”.

Hoje, para o primeiro treino livre, realmente não houve tempo de ajustar o caminhão, que mal completou uma volta. No segundo treino livre, três voltas de ajustes apenas, um problema na mangueira do intercooler impediu o Scania de 1000 cavalos de fazer voltas rápida e acabou com o dia. Ao descer do caminhão, Kleber Eletric demonstrava a mesma tranquilidade de sempre. A vitória de hoje, botar o bruto na pista, já havia sido alcançada.

 

Assessoria GPT – Grupo de Pilotos Truck – Alexandre Kacelnik

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