Piloto da Ipiranga Racing ganha segunda corrida em Goiânia usando o nome e o número do tio

O carro amarelo e azul da Ipiranga Racing que recebeu hoje a bandeira quadriculada da corrida 2, que abriu a primeira etapa da temporada 2023 da Stock Car em Goiânia, tinha o número 16 e o nome de Sérgio Ruas Camilo.

Ao volante, um justamente emocionado Thiago Camilo, que homenageava o tio também piloto e grande incentivador, falecido no dia 18 de março em consequência de um acidente de moto.

Em seus outros 37 triunfos na Stock Car, Thiago Camilo levou o número 21 e seu nome, que agora figura isoladamente como maior vencedor em atividade da principal categoria do automobilismo brasileiro. Até chegarem à Goiânia, Camilo e Cacá Bueno estavam empatados com 37 vitórias.

Como tantas outras na carreira na Stock Car, que começou em 2003, a história dessa vitória foi dramática. Mais veloz da sexta-feira de treinos livres, e logo com expectativa de brigar pela pole position no sábado, Camilo classificou seu Toyota apenas em oitavo lugar, em virtude de uma pequena mudança no acerto do carro que não surtiu efeito.

O paulistano de 38 anos chegou em sexto lugar na primeira corrida, poupando o uso do botão de ultrapassagem – ele começou com 12 acionamentos, como todos, mais o fan push conquistado por votação popular nas redes sociais.

Largando em quinto na segunda corrida, pulou para quarto na largada e quando a janela de pit stops se abriu estava em terceiro. Os dois primeiros, Marcos Gomes e Allam Khodair, entraram logo no início da janela, e Thiago Camilo ficou na pista ‘de cara para o vento’, fazendo volta rápida em cima de volta rápida, com ajuda do push.

Entrou no box 5,1 segundos à frente de Rubens Barrichello, então segundo colocado, e quando acabou a janela de pit stops estava na liderança, com Ricardo Maurício no seu encalço, a menos de um segundo.

Ricardinho começou a ser pressionado por Barrichello, que por sua vez tinha Marcos Gomes em seu encalço, e com os três disputando ferozmente as posições, Camilo abriu boa vantagem que sustentou até o fim.

Emocionado, Camilo falou mais sobre o tio do que sobre seu recorde ao fim do dia. “Se eu estou aqui é porque meu pai e meu tio me incentivaram demais. Eu tinha uma boa condição financeira, mas o automobilismo é uma carreira muito dura. Ser o maior vencedor em atividade é um marco importante, mas meu objetivo maior sempre foi ser campão, e meu tio foi fundamental para eu manter o foco e a faca nos dentes durante todos esses anos. E ele se foi devido ao descaso das autoridades, que apesar da alta carga de impostos que pagamos, deixam as estradas em estado precário. Meu tio não volta mais, mas deixo esse protesto e o apelo para que se faça alguma coisa para que outros não morram nas estradas deixando filhos crescerem sem pais”.

Cesar Ramos, companheiro de Camilo na Ipiranga Racing, largou em 4º e chegou em 11º na primeira corrida, e na segunda chegou em 16º. Daniel Serra lidera o campeonato com 43 pontos. Camilo vem em segundo com 39. Ramos está em 13º com 15.

 Fonte: Alexandre Kacelnik

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