1° de Maio, dia do trabalhador, mas este dia ficará marcado para sempre como um dia de profunda tristeza e perda para o povo brasileiro, para o fã da F1 do Brasil e do mundo. Morria aos 34 anos Ayrton Senna da Silva, nosso Ayrton Senna do Brasil, este dia foi o dia em que uma tarde de domingo na Itália virou noite no Brasil.

Ayrton Senna nasceu em 21 de Março de 1960, na Maternidade São Paulo, em São Paulo, cresceu e viveu na Zona Norte de São Paulo entre os bairros do Tremembé, Jardim São Paulo e Vila Maria.

Ayrton Senna desde cedo despontou como um grande talento, um talento fora do comum, principalmente no se tratava de pista molhada, onde deu grandes shows na F1.

Mas de onde veio o talento de Senna na chuva? Em uma corrida onde ele foi extremamente mal, perseguido por seu instinto de vencedor e perfeccionista, toda vez que começava a chover, Senna ia para a pista de kart de Interlagos para treinar.

Ayrton Senna guiou um carro de F1 pela primeira vez em 19 de Julho de 1983, a Williams de Keke Rosberg, no circuito inglês de Donington Park, onde em 11 de Abril de 1993 entraria para a história como a 1ª volta mais espetacular da história da F1.

Ayrton foi com o carro para a pista e na 10ª volta bateu o recorde do circuito, para espanto de todos que ali estavam.

Em 1984 estreou na F1 pela fraca Toleman em Jacarepaguá em 25 de Março, largou em 13° e abandonou a prova quando estava em 8° por quebra de motor. Seu 1° ponto veio na corrida seguinte, em Kyalami, na África do Sul com um 6° lugar.

O 1° grande momento de Senna na F1 veio no dia 03 de Junho de 1984 debaixo de tempestade em Mônaco, volta a volta Senna vinha passando por todos, até que aquele brasileiro atrevido de capacete amarelo botou por fora na Saint Devôte e passou nada mais nada menos que o bicampeão Niki Lauda. Quando estava se preparando para passar o líder Alain Prost, a prova foi interrompida, Prost parou antes da linha de chegada, Senna cruzou vencendo a prova, mas a vitória lhe foi tirada.

Em 1985 na Lotus vieram enfim sua primeira pole position (1:21:007) e primeira vitória, no Grande Prêmio de Portugal no Circuito de Estoril no dia 21 de Abril.

Ayrton Senna permaneceu por 3 temporadas na Lotus, 1985, 1986, 1987, comquistando 6 vitórias: 1985 Portugal e Bélgica, 1986 Espanha e EUA, sendo a vitória nos EUA no dia 22 de Junho em Detroit, a primeira vez que ele ergueu a bandeira na volta da vitória em um GP, pois aquilo era uma espécie de vingança pelo fato de os mecânicos franceses da Lotus terem tirado sarro dele pela derrota da seleção brasileira no dia anterior para a França, nos pênaltis na Copa do Mundo do México. Em 1987 Senna finalmente venceu pela 1ª vez em Mônaco com a Lotus amarela, sendo o primeiro e até hoje o único brasileiro a vencer no principado. A vitória final de Senna na Lotus foi em Detroit novamente, onde vencera 1 ano antes.

Entre os anos de 1988 e 1993, Ayrton Senna foi piloto da McLaren, onde conquistou 35 vitórias e 3 títulos mundiais, sempre no Japão, além de 2 vitórias diante de seu público em Interlagos e mais 5 vitórias em Mônaco, em 31 de Maio de 1992 vencendo pela 5ª vez e se igualando a Graham Hill como maior vencedor e em 23 de Maio de 1993, quando venceu pela 6ª vez, se tornando definitivamente o rei de Mônaco.

Entre os anos de 1988 e 1993, Ayrton venceu os grandes prêmios:

1988 Ímola, Canadá, EUA, Inglaterra, Alemanha, Hungria, Bélgica e Japão.

1989 Ímola, Mônaco, México, Alemanha, Bélgica e Espanha

1990 EUA, Mônaco, Canadá, Alemanha, Bélgica e Itália

1991 EUA, Brasil, Ímola, Mônaco, Hungria, Bélgica e Austrália

1992 Mônaco, Hungria e Itália

1993 Brasil, Europa, Mônaco, Japão e Austrália.

Em 1994 Senna se transfere para a equipe Williams, como tanto sonhava, porém, as coisas não iam bem devido à mudança de regulamento técnico e a Williams não era mais aquele carro imbatível de 1992 e 1993. Senna fez a pole nos 2 primeiros GPs, Brasil 1:15:962e Pacífico, no Circuito Internacional de Okayama, em Aida no Japão, com 1:10:218.

Mesmo com as duas poles as vitórias foram do alemão Michael Schumacher da Beneton, Ayrton não completou nenhuma das provas.

A 3ª etapa era no Circuito de Ímola na Itália, já na sexta feira um grave acidente com Rubens Barrichello, que ao entrar forte no S dos boxes, teve sua Jordan catapultada contra a barreira de pneus. Apesar dos ferimentos e do grande susto, nada de grava com Barrichello.

No sábado, durante o treino classificatório, uma forte batida na curva Villeneuve, curva que vem logo após a Tamburello, tirou a vida do piloto austríaco Roland Ratzenberger da equipe Simtek Ford, o que deixou Ayrton extremamente abalado e revoltado com tudo que estava acontecendo. Apesar do forte acidente de Barrichello na sexta e da morte de Ratzenberger no sábado, o GP de San Marino estava mantido para domingo.

Domingo, 1° de Maio de 1994, o clima era de tensão nos boxes da Williams, Ayrton fica parado por uns minutos debruçado na asa traseira da Williams olhando para o nada, mesmo sendo o pole position, cravou sua última pole na F1 naquele fatídico fim de semana, com 1:21:548.

Largada autorizada, o finlandês J.J.Letho fica parado no grid e é violentamente acertado pelo português Pedro Lamy que veio de trás. O Safety Car entra na pista e fica por 5 voltas, relargada e Senna mantém a ponta com 0.500 de vantagem para Schumacher.

7ª volta, 09:17 horário de Brasília, a Williams n° 2 de Senna passa reto na curva Tamburello e se choca violentamente contra o muro, Senna está imóvel dentro do carro, teve um leve movimento de cabeça, o que parecia ser sinal de consciência, mas infelizmente não era.

A bandeira vermelha foi acionada, prova interrompida enquanto Senna era socorrido na pista pelo Dr Sid Watkins e levado de helicóptero até o Hospital Maggiore em Bolonha.

A corrida recomeça, mas tudo isso era irrelevante diante da situação dramática de Senna na UTI. O 1° boletim enviado pelo repórter Roberto Cabrini foi devastador: O estado era muito grave, Senna tinha sofrido traumatismo craniano e estava em estado de coma, apresentando também quadro de choque hemorrágico.

A corrida acabou com a 3ª vitória de Schumacher na temporada, mas às 13:40 horário de Brasília, 17:40 horário da Itália, veio através da Dra Maria Tereza Fiandri, chefe do centro de reanimação do Hospital Maggiore, em Bolonha, a notícia que ninguém queria ouvir: Ayrton Senna estava morto, o quadro era de morte cerebral, não havia mais nenhuma esperança.

Após a liberação do corpo por parte das autoridades italianas, o corpo de Senna veio em um voo da Varig de Paris para São Paulo e pousou no Aeroporto Internacional de São Paulo por volta das 06:30 da manhã da quarta feira, dia 4.

As ruas de SP pararam para ver o cortejo, São Paulo parou, o Brasil parou para se despedir do seu ídolo, do seu herói das manhãs de domingo. Ayrton teve em seu funeral honras de Chefe de Estado e seu corpo foi sepultado no Cemitério do Morumbi, no dia 5 de Maio, quinta feira às 11:30 da manhã.

Ayrton Senna não foi apenas o melhor piloto que a F1 já teve para muitos, mas foi um grande ser humano que ajudou muita gente com tratamentos de saúde, cirurgias, e pedia em troca apenas uma coisa: Sigilo absoluto.

Ayrton Senna não morreu, ele permanece cada vez mais vivo nas lembranças e no coração dos brasileiros e dos fãs da F1 espalhados pelo mundo.

Obrigado Ayrton, você jamais sairá de Senna!!!

 

Fonte: Marcelo Maranello

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14 comentários em “29 anos sem Senna”

  1. 29 anos de eternas saudades do nosso tricampeão ele como um trabalhador conhecidiu o dia que ele nos deixou no diz 1⁰ de Maio

    Saudades do nosso Ayrton Senna

  2. Excelente matéria, um resgate histórico digno de um 10, com louvor e distinção, que nos leva aos momentos felizes que Senna nos proporcionou, antes da triste notícia, objetivo da matéria. Continue escrevendo assim, meu caro, Marcelo, você é brilhante!

  3. Excelente matéria, triste pelo fato ocorrido. “Senna nunca sai de Senna” é a mais pura verdade. Ídolo máximo da nossa nação brasileira. Parabéns pelo texto, muito emocionante e muito bem detalhado.

  4. Parabéns Marcelo pela excelente matéria!!! Estava assistindo essa corrida. Muito triste o final. Ayrton eterno nos nossos corações.

  5. Novamente parabéns amigo pela matéria, estava assistindo a corrida juntamente com meu pai, fiquei atônico na hora da batida, pensei caramba, mais uma corrida sem tirar pontos de Schumacher irá comprometer seu campeonato, mas logo devido a demora no atendimento e quando fomos informados pelo Galvão que seria transferido para um hospital em Bolonha, me dei conta da gravidade e aí logo a notícia fatídica.

    Fiquei em luto total por muito tempo, acompanhei a carreira dele mesmo antes de ingressar na F1, tinha certeza que iria fazer história na categoria máxima do automobilismo, hoje convive com a perda, mas sempre falo do exemplo dele com minha equipe de vendas , em especial os mais jovens.

    O Brasil precisa de mais pessoas iguais ao Ayrton, ele foi exemplar em todas as facetas da vida.

    Senna pra sempre.

    Novamente parabéns Maranello pela riqueza de detalhes na matéria, não me canso de dizer que você é o google do automobilismo.

    Deus te abençoe e preserve essa memória incrível.

  6. Um texto muito bem elaborado, pelo grande amigo Marcelo. Estive lendo e a sensação, é como se eu tivesse vivendo, naquela época.

  7. Que texto meu amigo! Lembro como se fosse hj, estava vendo campeonato Italiano na Band qnd veio a notícia da morte do chefe. Eu sou feliz pq eu vi esse cara correr… Aquela passada no Hill em Interlagos, MDS… Que era aquilo!! Senna sempre!
    N tem tilápia, n tem choramilton, n tem charlinho… Esse cara era fod4!
    Parabéns pelo texto!!

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