Em 1925 uma mulher com apenas 25 anos descobriu a composição das estrelas, ou seja, do que elas são feitas

O que parece uma história de ficção, saída de um livro, nada mais é do que a vida real da astrônoma e cientista Cecilia Payne-Gaposchkin (1900-1979), que nasceu na Inglaterra e se tornou conhecida por ter descoberto do que são feitas as estrelas. Esta é a trama do espetáculo infantil DO QUE SÃO FEITAS AS ESTRELAS?, que fará temporada de 7 a 28 de maio no Teatro Sesc Santo André. Idealizada pela atriz Luiza Moreira Salles, a peça tem direção de Kiko Marques.

Em DO QUE SÃO FEITAS AS ESTRELAS? a vida de Cecília Payne se transforma em uma aventura intergaláctica onde a Guerreira Ceci, uma menina encafifada com o universo dos porquês, enfrenta intrigas e batalhas, trapaças e chantagens, tempestades e brigas com seres intergalácticos para se tornar uma exploradora cósmica e derrotar a ideia de que mulheres são inferiores. A narrativa acompanha o crescimento de Ceci até se tornar uma das astrônomas mais importantes da história.

Idealizado pela atriz Luiza Moreira Salles, que divide a cena com os atores Carolina Fabri e Diego Chilio, o espetáculo – contemplado com o Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo – mescla uma história real com uma aventura espacial para contar, de forma lúdica, a importância da curiosidade, além de enfrentar, com poesia, a ideia antiga de que “tem coisa que não é para menina” incentivando garotas (e também garotos) a serem quem são (autênticos) e seguirem seus sonhos.

“DO QUE SÃO FEITAS AS ESTRELAS? nasceu do desejo de contar a história de vida da Cecilia Payne-Gaposchkin, que teve uma trajetória inspiradora, encarando diversos desafios por ser mulher na comunidade acadêmica e científica, em uma época na qual as mulheres não ganhavam diploma e não eram incentivadas a estudar e construir uma carreira relevante. E, apesar de Cecília ter realizado grandes descobertas para o avanço da astrofísica, não recebeu seu devido reconhecimento. Ouve-se muito falar sobre Darwin, Newton e Einstein nas escolas, mas não aprendemos sobre Cecilia Payne”, conta Luiz Moreira Salles.

Movimento da órbita

Após descobrir a composição das estrelas, Cecilia Payne apresentou sua tese para o seu orientador que a convenceu de que sua conclusão estava errada. No entanto, quatro anos depois, ele reconsiderou seu posicionamento e escreveu sua própria tese utilizando o método da astrônoma e cientista e só deu crédito a ela nas últimas páginas, sem dizer que havia anteriormente rejeitado sua teoria, ocultando que a descoberta da composição das estrelas era originalmente de Cecilia Payne.

Para contar essa história de muitos desafios, DO QUE SÃO FEITAS AS ESTRELAS? apresenta com uma série de projeções artesanais com a utilização de um retroprojetor. Para transmitir a sensação dos movimentos das estrelas e do passar do tempo, o cenário é composto por um travelling, que simula o movimento da órbita, equipamento que parece um carrinho montado sobre trilhos muito utilizado no cinema e em filmagens.

Segundo o diretor Kiko Marques, umas das ideias básicas e primordiais para a concepção do espetáculo foi trabalhar com dois planos narrativos: a história real e a aventura intergaláctica de uma guerreira espacial. Como se se misturassem o fato histórico e uma história contada às crianças antes de dormir, com o intuito de, ao mesmo tempo, adormecê-las e acordá-las para o mundo que as espera e para o qual estão se preparando para transformar. “Esses planos foram realçados e aprofundados pela encenação criando ao mesmo tempo duas histórias paralelas e uma única”, revela ele.

Um dos objetivos da encenação também é o de abrir o diálogo entre os pais e mães e seus filhos e filhas. “Pensamos em um espetáculo que evidenciasse o aspecto transitório da vida, em detrimento da ideia de sedimentação e de materialidade. Queremos que todos os espectadores saiam do teatro vendo um universo que se move, gira e se projeta, sempre em movimento, sempre em transformação”, explica o diretor.

FICHA TÉCNICA

Concepção: Luiza Moreira Salles. Direção: Kiko Marques. Elenco: Carolina Fabri, Diego Chilio e Luiza Moreira Salles. Dramaturgia: Sofia Fransolin. Direção de Movimento: Bruna Longo. Cenário: Zé Valdir. Trilha Sonora: Ernani Sanchez. Figurino e Visagismo: Victor Paula. Retrojeção (Videoinstalação): Diego Chilio, Kiko Marques, Luiza Moreira Salles, Cris de Paulo (Ilustração), Bruno Cardoso (Ilustração Digital) e Laíza Dantas (Colaboração). Iluminação: Danielle Meireles. Operação de luz: Rafael Araújo .Operação de som: Ernani Sanchez. Contrarregra: Eduardo Portella. Designer Gráfico: Bruno Cardoso. Voz da criança: Iná Belintani Chilio Fotos: Fabio M. Salles (Casa da Photo). Coordenação Geral: Luiza Moreira Salle.

De 7 a 28/5, domingos, às 16h

Teatro

Livre – Autoclassificação

Ingresso – R$ 25,00 / R$ 12,50 / R$ 8,00

Sesc Santo André – Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, Santo André. Tel. 4469-1200. www.sesc.org.br  . Ingressos – R$ 25,00 (inteira), R$ 12,50 (meia-entrada) e R$ 7,50 (credencial plena). Estacionamento R$ 5,00 a primeira hora e R$ 1,50 por hora adicional [Credencial Plena] mediante apresentação de Credencial Plena. R$10,00 a primeira hora e R$ 2,50 por hora adicional [outros]. Livre – Autoclassificação. Classificação indicativa: Livre. Duração: 50 minutos. Temporada – de 7 a 28 de maio, domingos, às 16h

Fonte: Arteplural Comunicação

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