Sertões MTB Pirenópolis teve 135 quilômetros e mais de 3.400 metros de altimetria. Tratamento auxiliou na recuperação dos competidores com câmara de criogenia instalada no local da prova
Os 210 atletas que participaram do Sertões MTB Pirenópolis, prova de mountain bike cross country realizada no último final de semana na cidade do interior de Goiás, contaram com um grande aliado na recuperação do cansaço em todos os três dias de competição: a câmara criogênica da XRIcovery.
A crioterapia é um método desenvolvido há 40 anos nos Estados Unidos e vem ganhando adeptos no Brasil, tanto entre atletas de alto rendimento como para amadores que buscam uma recuperação muito mais veloz que os métodos tradicionais no tratamento de inflamações, entorses, fraturas, recuperação muscular e até mesmo insônia e depressão.
A XRICovery é uma das poucas empresas no país que possuem o aparelho de crioterapia à disposição. E a única do país a possuir uma câmara itinerante. Foi o que permitiu à empresa transportar o equipamento e o nitrogênio necessário para seu funcionamento até a cidade de Pirenópolis (GO).
No total, a prova teve 135 quilômetros totais divididos em três dias, e uma altimetria de 3.443 metros para os bikers em trajetos de pisos variados. Um desafio e tanto para profissionais e especialmente para amadores.
“Boa parte dos atletas da prova ainda não conheciam ou haviam ouvido falar na crioterapia. E a curiosidade foi bem grande. De todos os que experimentaram, 100% aprovaram o método e relataram uma recuperação muito acima do normal que teriam tido normalmente com boa alimentação, hidratação e descanso”, aponta Rodrigo Iglesias, sócio da XRIcovery.
Michel Terpins, de 45 anos, se encaixa na categoria de atletas amadores. “Descida, subida, pedra e a gente levando pancada o tempo todo em cima da bike. Eu não me hidratei direito nos dois primeiros dias e no segundo eu tive a pior câimbra da minha vida: foi nas duas pernas ao mesmo tempo, um negócio horrível”, descreveu. “Ali eu tive de fazer a crioterapia e foi muito bom. Fiquei muito bem no dia seguinte, sem sentir nada. O tratamento faz toda essa diferença, especialmente em casos de grande desgaste físico e muscular. Comecei o dia seguinte zero quilômetro”, disse Terpins.
O método consiste na utilização de uma mini-câmara que resfria o entorno do atleta com nitrogênio em temperaturas que variam de -100ºC a -190ºC. A exposição às temperaturas negativas promove a aceleração metabólica, diminuindo o processo inflamatório, dores, tirando edemas e promovendo a recuperação muscular – e tem acelerado, inclusive, a recuperação de fraturas.
Aos 50 anos, Sylvio de Barros é um atleta amador, mas multidisciplinar. Pilota, esquia, surfa e pedala. Foi a primeira vez que o empresário experimentou a crioterapia. “Adorei e fiquei viciado. Vou fazer sempre a partir de agora. A sensação depois da sessão é incrível. Pedalei os três dias numa boa. Do segundo para o terceiro dia a recuperação foi ainda melhor. Fez toda a diferença, pois no último dia parecia que era o primeiro, como se eu não houvesse pedalado nos dois dias anteriores – e geralmente é quando há uma queda de desempenho pelo cansaço acumulado. Recomendo fortemente e vou fazer mais”, afirmou.
Nos três dias de prova, a XRIcovery realizou 104 atendimentos na câmera criogênica. Boa parte dos competidores fez tratamento do penúltimo para o último dia. Fabrício Bianchini foi um deles. “Experimentei do segundo para o terceiro dia. Eu havia tido algumas câimbras durante o trajeto e foi o que me fez decidir pela crioterapia”, disse.
As temperaturas são extremamente baixas e só não há congelamento de pele e outros tecidos porque não há umidade no tratamento. Apenas o ar é resfriado com o nitrogênio; além disso, o tempo de exposição na crioterapia não pode passar de três minutos por sessão.
“Foi incrível, porque o cansaço muscular e as dores praticamente desapareceram, e isso me ajudou muito: fiz o terceiro dia tranquilamente, com um ritmo bom, como se eu não tivesse sofrido nada nos dois dias anteriores”, explicou Bianchini. “Quero uma câmara dessa de Natal”, brincou.
Os benefícios ao paciente – Rodrigo Iglesas, fisioterapeuta com experiência em diversas competições de várias modalidades esportivas, é sócio da INSPORT e da XRIcovery. Ele explica que a crioterapia cria uma série de estímulos no corpo do paciente, de forma que o próprio organismo combata a lesão. “Durante a exposição a este frio intenso, o organismo começa a sentir que está ‘perdendo’ para a baixa temperatura e ainda não ‘sabe’ quanto tempo dura esta exposição”, começa.
“O organismo, então, retira toda a circulação dos membros inferiores e leva esse sangue para a parte superior do corpo, suprindo órgãos e vísceras com o objetivo de, principalmente, manter órgãos vitais como coração e pulmões a pleno funcionamento para que o corpo não entre em falência devido à temperatura extrema. O cérebro percebe esta informação e por meio da glândula pineal começa uma produção intensa de endorfina, serotonina, dopamina, estamina, adrenalina e até glóbulos vermelhos como forma de defesa e para manter o corpo aquecido”, segue Iglesias.
Ao final da exposição – não mais que três minutos – dentro da “crio-sauna”, é quando o objetivo da crioterapia começa a ser atingido, de acordo com o fisioterapeuta. “Quando o atleta sai da câmara, toda essa produção é despejada no organismo e atinge o local da contusão com a normalização da circulação sanguínea, promovendo uma lavagem metabólica no corpo do paciente e com isso, uma intensa aceleração em todo o organismo”, concluiu.