Amigos de infância, Galid Osman e Felipe Lapenna foram os vencedores da segunda corrida de endurance da temporada 2023 do TCR South America Banco BRB, e escreveram seus nomes como os primeiros vencedores da história do TCR Brasil Banco BRB na tarde deste domingo em Interlagos.

A dupla do CUPRA #28 preparado pela W2 Pro GP avançou de segundo lugar no grid para a liderança com Galid no primeiro stint e, depois do pit-stop, recuperou a dianteira com Felipe Lapenna. Foi a segunda vitória consecutiva de Osman em uma corrida de duplas em Interlagos. No ano passado, em parceria com Enzo Elias, o piloto Shell que em 2023 estreia no TCR, venceu na Stock Car.

A festa da equipe W2 Pro GP foi completada pela dupla composta por Raphael Reis e Jorge Barrio, com o segundo lugar para o CUPRA #77 na corrida. O carro competiu com 40 kg de lastro pela pole na etapa de Termas de Río Hondo e produziu um formidável resultado para o brasiliense, que disputa em 2023 sua terceira temporada no TCR South America.

Reis avançou de terceiro para vice-líder na tabela de pontos, reduzindo a margem para o topo da classificação de 52 para 17 pontos. Ele foi favorecido por resultados ruins do líder do campeonato, Ignacio Montenegro e do até então segundo colocado, Bernardo Llaver.

O terceiro lugar em São Paulo ficou com o Honda #60, de Juan Manuel Casella e Gaetano di Mauro. Assim o uruguaio somou mais 30 pontos e também deixou para trás Llaver na tabela de classificação, aparecendo agora em terceiro.

Já pela Copa Trophy a vitória ficou com o Toyota Corolla #10, de Adalberto e Bruno Baptista. A dupla de pai e filho liderou a corrida praticamente toda e, mesmo punida depois com acréscimo de tempo por infração no pit-stop, conservou a vitória na categoria.

A liderança da classe segue com o brasileiro Fabio Casagrande. Mas o atual campeão da Trophy agora tem apenas três pontos de vantagem sobre o campeão de 2021, Adalberto Baptista.

A corrida

Quando o pelotão se espalhou na reta, Diego Nunes cravou a largada, tracionando muito bem. Ele saltou de sétimo para a liderança com seu Corolla, seguido por Juan Angel Rosso, também de Toyota. Galid Osman caiu de segundo para terceiro. Rapha Reis era quarto, com o pole Ignacio Montenegro em quinto no fim da primeira volta.

Na terceira volta, Rosso e Nunes trocaram tinta no S do Senna, com o argentino atacando por fora para assumir a liderança. Nunes então ficou à mercê de Galid, que avançou para segundo no giro seguinte.
Com 10 minutos de prova, na volta 6, Galid reduziu a margem de Rosso para menos de meio segundo. O CUPRA veio embalado na reta na abertura da volta 9, e o brasileiro mergulhou decidido para assumir a liderança. Com 15 minutos de prova, o líder na Copa Trophy era Bruno Baptista, com o Toyota #10 em oitavo.
Em questão de duas voltas, Galid conseguiu livrar mais de 1s sobre o concorrente. Logo atrás, seu companheiro, Reis, alcançava Nunes para desafiar o compatriota pelo terceiro posto.

A margem do líder era de cerca de 5s quando foi aberta a janela de pit-stops obrigatórios, na volta 17. Rosso vinha tranquilo em segundo, enquanto Nunes, em terceiro, mantinha Reis cerca de meio segundo atrás, com a distância sob controle.

Galid trouxe o CUPRA para os pits na primeira volta, entregando o #28 para Felipe Lapenna. A W2 Pro GP trocou os pneus dianteiros do carro antes de devolvê-lo para a pista. O #70 entrou na mesma volta, com a Cobra Racing trabalhando mais rapidamente em seu serviço de box. Assim Thiago Vivacqua saiu do pit logo à frente do CUPRA.

Então líder da corrida, o Corolla #2 parou na volta seguinte e voltou à pista com Luciano Farroni. Ele retornou atrás dos brasileiros Vivacqua e Lapenna.

Na volta 21, Lapenna passou Vivacqua no fim da reta Oposta. Na seguinte, Jorge Barrio enquadrou Farroni em duelo de argentinos entre o CUPRA #77 e o Corolla #2. A pressão surtiu efeito. Barrio colocou por dentro na Junção, eles cruzaram a reta principal emparelhados, mas o companheiro de Rapha Reis tinha preferência para a tomada do S do Senna e avançou para terceiro lugar.

Com o ciclo de pit-stops realizado, o top5 era composto por Lapenna, Vivacqua, Barrio, Farroni e Gaetano di Mauro. Em oitavo, o Corolla de Adalberto Baptista liderava na Copa Trophy.

A 15 minutos do fim, Di Mauro passou Farroni no fim da reta Oposta, colocando o Honda #60 em quarto. Lapenna já administrava na frente, com margem superior a 2s sobre Vivacqua. Este tratava de controlar Barrio, que vinha 3s atrás.

O Honda #23 perdeu rendimento na volta 27. Beto Monteiro então assumiu o sexto lugar e Adalberto Baptista o sétimo, com o Corolla #10 liderando na Trophy desde o início.

A 10 minutos da bandeirada, Di Mauro era o mais veloz na pista, reduzindo a cada curva a margem de Barrio. Ele fechou a volta 31 colado na traseira do CUPRA. Barrio tentou se defender pelo meio da pista no S do Senna, pegou a lombada amarela na área externa do Laranjinha e se segurou com habilidade. Di Mauro então mergulhou no Bico de Pato, mas faltou pista para parar o Honda #60, e o argentino aplicou um clássico “X” para segurar a terceira posição.

Lapenna levou com segurança até o final, selando a primeira vitória de Galid Osman no TCR South America e escrevendo o nome da dupla como primeiros vencedores da história do TCR Brasil. Vivacqua recebeu a bandeirada em segundo. Barrio foi terceiro selando o pódio duplo para a W2 Pro GP. Di Mauro teve que se contentar com o quarto lugar na bandeirada, à frente de Farroni. Pela Trophy, a dupla de pai e filho confirmou a vitória, com Bruno e Adalberto Baptista no Corolla #10.

Após a bandeirada, o #70 foi punido por infração durante o pit-stop, caindo para nono lugar. Assim o #77 foi elevado ao segundo lugar do pódio e o #60 ao terceiro.

A próxima etapa do TCR South America Banco BRB acontece na pista uruguaia de Rivera, no dia 23 de julho e será válida também para o TCR Brasil Banco BRB.

O que eles disseram:

“Estou muito feliz. O Felipe (Lapenna) fez um ótimo trabalho. A gente está vindo de uma etapa, na Endurance em Termas de Río Hondo, em que tivemos muito azar na classificação. Larganos em último porque o carro quebrou. E nessa a gente sabia que estaríamos bem fortes. É a nossa pista, é a nossa casa. É o circuito que a gente mais andou na nossa vida. Foi tudo perfeito. É agradecer ao Felipe por mais um ano juntos, meu irmão. Foi muito bom para o campeonato também.
É legal ser o primeiro vencedor do TCR Brasil, uma categoria que está crescendo muito aqui. Mundialmente é muito forte, está em mais de 30 países hoje. O fato de eu ser um dos primeiros a fazer a transição da Stock Car para cá está sendo muito bom. Estou adquirindo muita quilometragem com o carro. Estou muito feliz de estar aqui, a dinâmica do campeonato é muito legal. Espero que seja o pontapé inicial para disputar esse título.”
Galid Osman

“Foi muito emocionante. Estou muito feliz por ganhar uma corrida do lado do meu irmão. Tenho de agradecer muito pelo convite dele. Ganhar em Interlagos é sempre aquela emoção de ganhar em casa. E para o campeonato é o que ele falou: está crescendo muito, a cada dia mais pilotos da Stock Car vindo pra cá, tenho certeza de que daqui um, dois anos, o campeonato vai estar enorme. O carro é muito divertido de guiar. Então é agradecer à equipe W2 pelo carro e ao meu irmão Galid por ter me convidado. Parabéns a todos e vamos para a próxima. Quem sabe no ano que vem eu não esteja na categoria.”
Felipe Lapenna

“Estou muito feliz com o resultado. Foi excelente para o campeonato fazer um segundo lugar carregando 40 quilos a mais de lastro no carro. É um resultado muito bom. Estou muito feliz com o excelente desempenho da equipe. A gente conseguiu entender bem o carro para a corrida. Tínhamos um ótimo desempenho. Agora é comemorar, aproveitar essa caminhada para frente de novo no campeonato. Vamos em frente, o campeonato ainda é longo. A ideia é chegar disputando o título.”
Raphael Reis

“Foi um desempenho muito bom, duas corridas em dois autódromos fantásticos como Termas de Río Hondo e Interlagos. Foi minha primeira vez aqui. E foram duas corrias muito boas. A primeira, muito tranquila em Termas, uma vitória muito boa para mim e para o Rapha com um CUPRA que foi excelente. E aqui em Interlagos não fomos bem na classificação, fomos surpreendidos por um rendimento ruim. Mas trabalhamos bem como equipe e o resultado veio. Rapha fez uma excelente largada, uma primeira parte perfeita e quando entrei no carro fui para o ataque. Passei o Toyota e depois me defendi do ataque do Gaetano, que estava muito mais rápido, já que tínhamos o lastro de 40 quilos.”
Jorge Barrio

“Estou muito contente. Meu piloto convidado, Gaetano, é coisa de louco! É impressionante o que ele guia! Impressionou bem demais, nos faltou pouco para o segundo lugar. A largada foi bem estranha, não entendi o que aconteceu direito, mas estou muito satisfeito por terminar em terceiro”
Juan Manuel Casella

“Estou muito feliz. Foi uma corrida muito boa. Pensava que era a última volta pois estavam dando bandeira branca em toda a pista. Aí me joguei para o tudo ou nada e não deu certo. Se eu soubesse que teria uma volta a mais, poderia ter esperado para atacar. Mas está valendo do mesmo jeito. Foi uma primeira experiência muito legal. Tenho que agradecer muito o convite da equipe, extremamente trabalhadora, e meu parceiro, Juan Manuel, que acelerou muito o fim de semana todo. Vamos para a próxima! Quem sabe eu volto aqui em outra ocasião para fazer mais uma corrida”
Gaetano di Mauro

“Foi muito bom vencer, principalmente correndo com meu filho. Sofri muito nas pistas argentinas que a gente não conhece e quem começou no automobilismo mais velho tem mais dificuldades com circuitos novos. Chegamos em casa agora e quem sabe nessas etapas brasileiras a gente consegue brigar pelo bicampeonato. Acho que já estou próximo da liderança. E quero agradecer ao Bruno, que nunca tinha guiado um carro com tração dianteira, e fez um excelente trabalho desde o primeiro treino.”
Adalberto Baptista

“Estou muito feliz em estar do lado do meu pai correndo. É um momento muito prazeroso para a gente poder andar em família. E a gente conhece bastante Interlagos. Eu não conhecia o carro, tração dianteira e traseira são muito diferentes, a condição de pilotagem é totalmente diferente, fui aprendendo aos poucos. Mas a gente conseguiu fazer um bom trabalho, conseguiu andar na frente, deixar ele próximo da liderança. O objetivo foi cumprido. Quero agradecer à organização e à TCR pelo evento muito bom, um campeonato que está crescendo muito.”
Bruno Baptista

“Foi muito positivo. A gente já chegou com muita expectativa para a primeira corrida do TCR Brasil depois da primeira perna na Argentina. E a gente conseguiu concretizar o que esperávamos com a vitória do Galid e a dobradinha com o Raphinha em segundo. Foi muito importante. O Raphinha estava pesado. A gente sabia que ia ser difícil, mas a gente conseguiu concretizar. Então estamos muito felizes, com a sensação de dever cumprido. Agora começar a pensar na próxima, porque agora a gente volta para o Uruguai e para a Argentina.”
Duda Pamplona

“A gente tinha uma expectativa muito grande, principalmente para o Galid, que estava sem lastro. A gente sabia que ele ia andar muito bem. A gente focou muito em fazer um carro bom de corrida porque, principalmente no caso do Raphinha e do Jorgito, a gente sabia que a gente não tinha potencial para brigar pela pole. Então a gente trabalhou para tentar um melhor resultado na prova. Possível, né? A gente não esperava um segundo lugar e foi perfeito, não é? Foi a primeira vitória do Galid, nossa primeira vitória com o CUPRA em Interlagos, e a primeira vitória do TCR Brasil com uma dobradinha fenomenal.”
Serafin Jr.

Fonte: TCR South America

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