O GP do alemão tricampeão

A temporada 2000 foi a 5ª do alemão Michael Schumacher com a equipe Ferrari e desde 1996 o alemão vinha sem sucesso tentando conquistar o seu 3° título mundial na F1, ele que já vencera os campeonatos de 1994 e 1995 com a equipe Beneton. Naquele ano, se juntaria ao time de Maranello, o brasileiro Rubens Barrichello, contratado da Stewart e que substituiria o irlandês Eddie Irvine, que saía da Ferrari e se juntaria a Johnny Herbert na Jaguar, equipe que comprou a Stewart, do tricampeão mundial Jackie Stewart.

O início da temporada de 2000 foi bastante promissor para a equipe Ferrari e para seu piloto Michael Schumacher, com 3 vitórias nas 3 primeiras corridas, na Austrália dobradinha com Schumacher em 1° e Barrichello em 2°, no Grande Prêmio do Brasil, Schumacher venceu em Interlagos, recebendo o troféu da vitória das mãos do saudoso Rei Pelé e no GP de San Marino, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na Itália, Schumacher venceu diante dos tifosi, a Ferrari só não teve um pódio duplo porque a McLaren fez um trabalho melhor no 2° pit stop, colocando o escocês David Coulthard em 3° logo à frente de Barrichello.

A corrida seguinte em Silverstone, no fim de semana de 21 e 22 de Abril, fim de semana em que o Brasil completou 500 anos de seu descobrimento, a sorte virou para o lado da McLaren, apesar da pole position da Ferrari com Rubens Barrichello, com 1:25:706, a vitória ficou com o escocês David Coulthard.

O Grande Prêmio da Espanha, no Circuito de Montmeló, na região da Catalunha, próximo a Barcelona teve dobradinha da McLaren, com Mika Hakkinen e David Coulthard, em 3° veio Rubens Barrichello, que em uma manobra ousada e arriscada, botou por dentro de Ralf e Michael Schumacher e pulou da 5ª para a 3ª posição na corrida.

O Grande Prêmio da Europa, disputado no circuito lendário de Nürburgring, na região do Eifel, na Alemanha, foi debaixo de chuva, no dia 21 de Maio de 2000, 2 dias antes do nascimento do piloto brasileiro Felipe Drugovich, foi vencido por Michael Schumacher, com as McLarens em 2° e 3° e Barrichello em 4°.

A corrida em Mônaco foi bastante tumultuada, com Michael Schumacher abandonando um GP pela primeira vez na temporada, vendo David Coulthard vencendo a prova e seu companheiro de equipe, Rubens Barrichello em 2°, salvando 6 pontos para a Ferrari no mundial de construtores, porém, a corrida seguinte no Canadá, no Circuito Gilles Villeneuve, debaixo de chuva, teve dobradinha da Ferrari com Schumacher e Barrichello.

No retorno para a Europa, a sorte no campeonato voltava para o lado das flechas de prata da McLaren, pois Schumacher na França, no Ciurcuit de Nevers, em Magny Cours, 300 KM ao sul de Paris, abandonou com motor quebrado, e protagonizando uma cena em que o escocês David Coulthard ao tentar uma manobra para cima de Schumacher no hairpin, fechado por Schumacher, mandou o dedo do meio para o alemão perante as câmeras do mundo, fato pelo qual se desculpou na coletiva de imprensa, após ter vencido a corrida. Coulthard disse na coletiva : At first, I would like to apologize for my hand gest/ Primeiramente, gostaria de me desculpar pelo gesto com a mão. Barrichello salvou mais 4 pontos para a Ferrari com um 3° lugar.

O GP da Áustria, disputado no Circuito de A1 Ring terminou logo na largada para Michael Schumacher, que foi atingido na curva 1 logo na largada e viu dos boxes a McLaren de Mika Hakkinen vencer mais 1 na temporada e com Rubinho em 3° salvando mais um pódio e 4 pontos para o time italiano.

A corrida na Alemanha, casa do Schumacher era de grande expectativa para a torcida e Schumacher, quem sabe seria aquela prova o ponto de partida para a reação do alemão no campeonato, mas não, logo na largada, Schumacher foi tocado pelo italiano Giancarlo Fisichella, da Jordan e fim de prova para os 2 logo na 1ª curva após a largada, era a 3ª prova que Schumacher abandonada e 2 seguidas que terminavam para ele logo na largada, para desespero da Ferrari e de seu empresário Willy Webber.

A grande expectativa da Ferrari era com Rubens Barrichello, uma vez que as McLarens de Hakkinen e Coulthard tinham tudo para mais uma dobradinha, mas com uma pilotagem magnífica, ousada e corajosa, Barrichello se manteve na pista molhada por mais de 10 voltas com pneus de seco, vencendo assim sua 1ª prova na F1, e consequentemente impedindo uma dobradinha da McLaren no campeonato e que a equipe inglesa assumisse a liderança na tabela de classificação.

O resultado foi de suma importância, tanto que, no parque fechado Michael Schumacher foi receber Rubinho com um caloroso abraço, como se dissesse: Valeu cara, te devo essa!

A corrida seguinte foi no forno de Hungaroring, próximo a Budapeste, na Hungria, no auge do verão escaldante do leste europeu, e quem não derreteu no calor da Hungria e venceu com facilidade, foi o finlandês Mika Hakkinen, que recebeu um balde de água na cabeça do chefe de equipe, o inglês Ron Dennis.

O GP da Bélgica, no Circuito de SPA Francochamps foi para ser esquecido pela Ferrari, pois além do abandono de Rubens Barrichello por pane seca, Michael Schumacher levou um passadão antológico do atual bicampeão mundial, Mikka Hakkinen, que mergulhou colado no alemão na Eau Rouge, contornando a Radillón e saindo colado na reta Kemmel. No meio da reta a BAR do brasileiro Ricardo Zonta, Schumacher ficou por fora, Hakkinen mergulhou por dentro e fez uma linda ultrapassagem na freada da Le Combes, curva que dá início ao carrossel para as curvas em descida de SPA. Após este passadão, Mika venceu a prova.

Após a frustração nas etapas anteriores, eis que chega o fim de semana que todo tifoso, todo torcedor apaixonado pela Ferrari (Eu que vos escrevo também rsrsrs), no santuário de Monza, próximo a Milão, na região da Lombardia, norte da Itália. Eis que a boa fase volta a sorrir para Michael Schumacher que finalmente volta a vencer na temporada, e de quebra iguala as 41 vitórias de Ayrton Senna.

Ao ser lembrado do feito na coletiva de imprensa, extremamente emocionado, desabou a chorar para espanto de seu irmão Ralf e de Mika Hakkinen, 2° colocado na prova. Ele apenas pôde responder ao ser perguntado: It means a lot to me! que quer dizer: Significa muito para mim! Para quem não lembra ou não era nascido na época, era Schumacher que estava com a Beneton logo atrás de Senna naquele fatídico 1° de Maio de 1994, quando Ayrton Senna morreu ao bater com sua Williams FW/16 n° 2 na curva Tamburello, na 7ª volta do Grande Prêmio de San Marino.

Apesar da festa da torcida da Ferrari em Monza, houve um momento de muita tristeza, pois o fiscal de pista Paolo Gislimberti morreu ao ser atingido por um pneu, com os destroços do acidente na volta 1, na freada da variante De la Roggia.

Após Monza, a F1 retornava aos EUA, onde tinha disputado seu último GP em 10 de Março de 1991, palco da estreia do bicampeão mundial Mika Hakkinen, com a Lotus n° 11 e que estava disputando o tricampeonato com Schumacher em 2000, a prova em 1990 teve vitória de Ayrton Senna, mas desta vez o palco seria o templo sagrado do Indianapolis Motor Speedway, corrida vencida pelo alemão Michael Schumacher, trazendo Barrichello em 2°.

08 de Outubro de 2000, o dia derradeiro, o dia que todo ferrarista esperou com ansiedade e sofrimento, Circuito de Suzuka, próximo a Nagoia, no Japão, recebe a penúltima etapa do mundial de 2000, e após 53 voltas pelos 5809 metros do circuito e após 21 anos, desde o último título do sul africano Jody Scheckter, o torcedor da Ferrari pôde então soltar o tão esperado e sonhado grito de campeão.

Schumacher venceu a prova em Suzuka e ao cruzar a linha de chegada, acabava com o jejum de 21 anos da equipe de Maranello e enfim em sua 5ª temporada na Ferrari, conquistar seu primeiro título na F1 pela equipe do cavalinho rampanti, ele que já era bicampeão mundial de F1 em 1994 e 1995 com a Beneton.

Festa da Ferrari, festa de Schumacher, o grito de campeão entalado na garganta dos tifosi há 2 décadas enfim era libertado. Aquele momento era como se Schumacher tirasse uma tonelada dos ombros, desde que venceu sua 1ª prova na Ferrari, em 02 de Junho de 1996, debaixo de chuva forte em Barcelona, até a coroação deste grande momento. Finalmente Schumacher podia coroar sua gloriosa carreira com um título pela Ferrari e entrar na galeria dos tricampeões mundiais que já continham Ayrton Senna, Nelson Piquet, Jackie Stewart, Niki Lauda e Jack Brabham.

Para finalizar a temporada, venceu também o Grande Prêmio da Malásia, no circuito de Sepang, no dia 22 de Outubro, alcançando a 9ª vitória na temporada, igualando o desempenho do ano do bicampeonato em 1995, quando se sagrou bicampeão mundial no dia 22 de Outubro, no Circuito Internacional de Okayama, em Aida no Japão, aquele que era o Grande Prêmio do Pacífico.

Após 17 etapas, muita luta e dificuldades, Michael Schumacher podia dizer ao mundo da F1 a plenos pulmões: Meu nome é Michael Schumacher e sou Tricampeão Mundial de F1!

O resto que veio dali em diante é muita história boa para contar e relembrar!!!

Keep fighting, Michael, wir werden immer mit dir sein!

Continue lutando, Michael, estaremos sempre com você!

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11 comentários em “Grande Prêmio do Japão 2000”

  1. Maranello , só te parabenizar pelo excelente trabalho, nem tem muito o que falar pois seus detalhes na informações são sem palavras 🤝🤝

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