Pela última vez gritamos Ayrton Senna do Brasil!

A temporada de 1993, a que coroou o francês Alain Prost, da equipe Williams como tetracampeão mundial de F1, marcou também o fim de uma parceria histórica que viria deixar saudades devido aos bons frutos colhidos durante 6 anos de duração: A de Ayrton Senna com a equipe McLaren, pela qual conquistou 3 títulos mundiais na F1 em 1988, 1990 e 1991.

O capítulo final desta linda, rica e bem sucedida parceria aconteceu no dia 07 de Novembro de 1993, no circuito de Adelaide, na Austrália. Ayrton, já vice campeão mundial e com contrato assinado por 2 anos com a Williams, faria sua despedida da equipe que tanto lhe deu condições para lutar por poles, vitórias e títulos mundiais.

Treino classificatório no sábado, veio o inesperado, enquanto todos esperavam uma pole do francês Alain Prost com sua Williams, Senna permanecia na pista, enquanto Ron Dennis, chefe de equipe da McLaren, desesperadamente no muro dos boxes mandando Senna entrar porque o combustível ia acabar.

Dennis, acenava para Senna na pista aos gritos no rádio: Very slow flying lap! Very slow flying lap! Ou seja, volta muito lenta! Volta muito lenta! Senna passou na reta rasgando, e todos pensando que Senna tinha problemas no rádio e que não conseguia ouvir as ordens do rádio. Duvido que tenha sido isso! Ayrton, como de costume, com arrojo e a faca nos dentes, conquistou uma pole que nem ele e o time acreditavam que viria, e ali estava sua última pole position na McLaren e a única em 1993, com 1:13:371, a de número 62 no total de sua carreira.

Na prova, que marcou também a despedida de Alain Prost da F1, vimos o capítulo final da maior rivalidade da história da F1, víamos o encerramento de uma história, uma página sendo virada para que novos capítulos com novos personagens pudessem ser escritas.

Ayrton Senna largou bem e manteve a ponta, sendo seguido pelas Williams de Alain Prost e Damon Hill e assim foi durante toda a prova, a cada volta que passava, Senna se aproximava de sua vitória de número 41, do fim de uma parceria, de uma linda e inesquecível história com a McLaren. O que será que passava na cabeça de Senna naquele momento?

Quantas pessoas o ajudaram ali dentro como o próprio Ron Dennis, Steve Nichols, Jo Ramirez, fazendo daquele menino da Lotus um grande campeão mundial. Volta final, a última volta de Senna na McLaren e de Prost na F1. Como esquecer o Galvão narrando aquele momento histórico, dizendo: Aí vem ele, na ponta dos dedos vem trazendo Senna! Tem musiquinha de novo pra você, Ayrton Ayrton Ayrton Ayrton Senna do Brasil! Vence o Grande Prêmio da Austrália, não deixou Prost se despedir com vitória da F1″.

Após a bandeirada da vitória, que ele fez questão de receber pertinho do miro junto ao time, uma história chegava ao fim e outra pronta para começar a ser escrita. Na garagem, Senna e Prost mantiveram uma certa distância, até que o cumprimento partiu por parte de Senna, sendo bem recebido por Prost, apesar de os dois estarem de cara feia um para o outro durante todo o ano de 1993, ambos eram dois grandes campeões, com uma carreira linda e vitoriosa e que acima de tudo se respeitavam mutuamente.

No pódio, pela 41ª e infelizmente última vez, Ayrton Senna recebia seu troféu da vitória na F1, sendo aquele seu 80° e último pódio na F1 e a última vez que ele pontuava em um GP, totalizando 610 pontos em 10 anos de F1.

Após a prova, foi ao show da cantora Tina Turner, e ao subir no palco foi ovacionado pelo público e também por Tina, que super emocionada disse: I’m a fan, I’m a fan! I’m really really excited! Do you know who is he? Senna, right? The winner of grand prix, the best? Yes, the best!

” Sou sua fã! Sou sua fã! Estou super emocionada! Vocês sabem quem é ele? Senna, não é? O vencedor do grande prêmio. O melhor? Sim, o melhor!

Ayrton todo tímido deixou o palco aplaudindo Tina e o público, enquanto Tina cantava a ele a música The Best, que ficou para sempre ligada à imagem de Ayrton Senna, por ser o melhor de todos os tempos.

Após aquele 7 de Novembro de 1993 infelizmente nunca mais pudemos gritar Ayrton Senna do Brasil, última vez que ele em seu apertado cockpit carregou um pouco de cada um de nós na bandeira brasileira erguida naquela pista após uma vitória na F1, pois 6 meses depois daquele dia, sabemos o triste desfecho que viria a ocorrer.

Para Sempre Ayrton Senna do Brasil!!!

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10 comentários em “Grande Prêmio da Austrália 1993”

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