Sexta-feira (19/1) de festa para a equipe Monster Energy Honda, no encerramento do Rally Dakar 2024. Após 12 etapas e quase oito mil quilômetros de percurso pelos desertos e caminhos de terra e pedras da Arábia Saudita, o time confirmou supremacia na mais difícil prova off-road do planeta. O piloto norte-americano Ricky Brabec assegurou sua segunda vitória com a Honda CRF 450 Rally – já havia triunfado em 2020. O francês Adrien Van Beveren também terminou no pódio das motocicletas, no terceiro lugar, enquanto o chileno José Ignacio “Nacho” Cornejo fechou participação em sexto.
As CRF 450 Rally dominaram sete das 12 etapas do Rally Dakar 2024, além do prólogo, com Tosha Schareina: três com Nacho Cornejo; duas com Adrien Van Beveren (uma delas o temido desafio 48h Chrono, novidade nesta edição); Pablo Quintanilla venceu uma, assim como o campeão Brabec.
O californiano de 32 anos, filho de ciclistas, que trocou o BMX pelas corridas off-road nas motos, mostrou regularidade impressionante ao longo das duas semanas de prova. Terminou todas as etapas entre os sete primeiros. O que não é missão das mais simples com o regulamento adotado no Mundial de Rally Cross Country (W2RC). Os melhores de cada dia são sempre os primeiros a largar no dia seguinte e, com isso, praticamente não contam com rastros e referências para se orientar. Mesmo com os bônus de tempo previstos para equilibrar essa desvantagem, abrir os trechos cronometrados é algo que os pilotos preferem evitar.
Na última etapa, com 328 quilômetros, dos quais 175 cronometrados, em torno de Yanbu, a estratégia para os pilotos da Monster Energy Honda foi de adotar uma pilotagem sem riscos. Brabec largou logo atrás de seu principal rival na classificação geral Ross Branch e, com o sétimo lugar do dia, ampliou em 31 segundos sua vantagem sobre o piloto de Botsuana. Ele garantiu ainda a liderança do Mundial de Rally Cross Country, já que a prova valeu como abertura da competição.
Van Beveren andou forte na tentativa de tomar a segunda colocação de Branch e ficou próximo de conseguir. A terceira posição é seu melhor resultado em nove participações, o que levou o francês às lágrimas ao passar pela rampa final.
Nacho Cornejo viu a expectativa de lutar pelo pódio frustrada por um problema em uma bomba de combustível na penúltima etapa. Em uma de suas melhores performances no Dakar, o sexto lugar não refletiu a performance do chileno.
O mesmo vale para o compatriota Pablo Quintanilla. Em sua 12ª participação, o experiente piloto enfrentou uma pane seca no Desafio 48h Chrono e perdeu tempo e posições, mas não a motivação para seguir adiante. Tornou-se um escudeiro de luxo para os companheiros, pronto para ajudá-los em caso de necessidade, fechando a prova em 17º lugar.
Ruben Faria (Gerente geral da equipe Monster Energy Honda Team) – “Tìnhamos um objetivo nesta última etapa, que era vencer o Rally Dakar com Ricky. Estamos muito felizes por ele, já que fez um trabalho incrível para conquistar a vitória em um Dakar realmente difícil. Adrien atacou o máximo que pôde na busca do segundo lugar, que ainda era uma possibilidade. Embora tenha faltado pouco para tal, estamos satisfeitos que ele tenha ocupado o terceiro degrau do pódio. O problema de alimentação de combustível infelizmente tirou Nacho da luta pelo pódio e o impediu de se juntar à luta com Ricky e Adrien. Ele mostrou velocidade e habilidade de navegação impressionantes e merecia um resultado bem melhor que o sexto lugar. Depois que Pablo ficou sem combustível no Desafio 48h Chrono, isso custou bastante tempo e também o tirou da disputa pelos primeiros lugares. Estamos felizes que ele tenha conseguido completar o rally, e isso lhe deu a chance de testar a moto nessa última semana. Nosso objetivo principal ao iniciar o Dakar era vencê-lo, largamos com seis motos e conseguimos levar quatro ao Parque Fechado final, em Yanbu. A equipe fez um grande trabalho e estou muito orgulhoso. Agora continuaremos nosso trabalho para repetir o resultado no Dakar 2025. Também temos o Mundial de Rally Cross Country este ano pela frente, com a próxima etapa em abril, entre Portugal e Espanha”.
Pablo Quintanilla #7 – “Estou feliz por chegar ao fim do rally, foi muito duro e extenso esse ano. Não é o resultado que eu esperava, mas estou satisfeito por conseguir superar todos os problemas que tive durante a prova para completar meu 12º Dakar. Vou para a casa com boas sensações por ter conseguido terminar”.
Ricky Brabec #9 – “É ótimo começar o ano com uma vitória. Não foi fácil, já que o percurso era realmente difícil, assim como os adversários. Ross e meus companheiros me exigiram ao máximo, mas isso não aconteceu apenas comigo. Acredito que todos estávamos nos levando uns aos outros ao limite. Estou feliz que estão todos aqui, em segurança, e podemos voltar para casa. Desta vez foi um pouco diferente, sinto que lutei mais para vencer e foi bem mais duro. Em 2020 eu tinha uma grande vantagem desde o início. Agora eu e Ross passamos três dias separados por poucos segundos. Foi uma prova acirrada para todos nós. Os três primeiros terminaram separados por onze minutos, ou pouco mais, e não é uma grande distância no Dakar. Tive dois dias realmente bons, duas oportunidades para atacar, mas também um momento de apreensão, na penúltima etapa. Eu sabia que Ross largaria 18 minutos depois de mim e que, se ele me alcançasse, tudo estaria perdido. Foi uma etapa difícil, mas mantive a concentração, consegui completá-la e ainda por cima sem perder muito tempo, então estou realmente feliz por isso e pela equipe. Estou feliz por todos nós, fizemos um trabalho excelente ao longo das duas semanas. Acho que o número 9 será meu número da sorte a partir de agora”.
José Ignacio “Nacho” Cornejo #11 – “Terminei mais um Rally Dakar, e foi para mim uma montanha russa de emoções. Da euforia de ir realmente bem por boa parte das duas semanas, até o problema na penútima etapa. Mas é o esporte e estou feliz pela vitória de Ricky e pelo pódio de Adrien. Nos saímos muito bem como equipe, vencemos várias etapas, abrimos muitas delas e mostramos que todo o trabalho duro que fizemos foi recompensado”.
Adrien Van Beveren #42 – “Depois das dificuldades que enfrentei nos últimos anos, com as quedas e tudo o mais, é uma ótima sensação estar no pódio do Dakar. Lutei até o fim. Terminei em terceiro, mas na luta pela vitória. Estou mais próximo que nunca do meu sonho. Subir ao pódio é um passo rumo a meu sonho de vencer”.
Resultados – Rally Dakar 2024 / Arábia Saudita
Classificação final / Motos (extraoficial – cinco primeiros)
1 – Ricky Brabec (EUA) -#9 – 51h30min08s – Equipe Monster Energy Honda
2 – Ross Branch (BWA) – #46 – 51h41min01s
3 – Adrien Van Beveren (FRA)- #42 – 51h42min33s – Equipe Monster Energy Honda
4 – Kevin Benavides (ARG) – #47 – 52h08min56s
5 – Toby Price (AUS) – #2 – 52h15min36s
6 – José Ignacio “Nacho” Cornejo (CHI) – #11 – 52h16min46s – Equipe Monster Energy Honda
17 – Pablo Quintanilla (CHI) – #7 – 57h06min47s – Equipe Monster Energy Honda
Etapa 12 / Motos (extraoficial)
1 – Kevin Benavides (ARG) – #47 – 1h48min40s
2 – Toby Price (AUS) – #2 – 1h49min40s
3 – Luciano Benavides (ARG) – #1 – 1h49min54s
4 – Adrien Van Beveren (FRA)- #42 – 1h50min05s – Equipe Monster Energy Honda
5 – Diego Gamaliel Llanos (ARG) – #41 – 1h51min54
7 – Ricky Brabec (EUA) -#9 – 1h52min11s – Equipe Monster Energy Honda
20 – José Ignacio “Nacho” Cornejo (CHI) – #11 – 2h00min05s- Equipe Monster Energy Honda
35 – Pablo Quintanilla (CHI) – #7 – 2h09min07s – Equipe Monster Energy Honda
Fonte: Mundo Press – Assessoria de Imprensa da Honda Racing Brasil