Com o tema “Transcendendo barreiras: políticas e direitos para uma vida plena”, um dos mais importantes eventos de visibilidade trans do Brasil traz gratuitamente debates, palestras, shows e podcast
A SP Escola de Teatro, instituição da Secretaria da Cultura,Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP), promove de 30 de janeiro a 2 de fevereiro a 12ª edição do SP Transvisão – Semana da Visibilidade Trans. O evento, totalmente gratuito, traz palestras, debates, exposição, shows, performances e podcast e é uma das mais importantes iniciativas do tipo no Brasil.
Entre os destaques da programação de 2024, estão debates em temas como adolescência e identidade, vida trans na velhice, e ativismo e advocacia, além de shows de nomes como Sudano, All Ice e Jupi77er. Outro destaque do evento é o lançamento do podcast Transvisão, que em sua segunda temporada será apresentado por Márcia Daylin e trará diferentes convidados ao longo de dez episódios, que serão lançados quinzenalmente no Spotify a partir de 2/2. Também, haverá a entrega do Prêmio Claudia Wonder, concedido a personalidades trans que se destacam em diversas áreas de atuação. O 12º SP Transvisão acontece na semana em que se comemora o Dia da Visibilidade Trans (29/01).
Esta edição é produzida por Márcia Daylin, Gustavo Ferreira, Elen Londero e Fernanda D’Umbra, além de contar com o esforço de diversos outros setores da SP Escola de Teatro e com o trabalho de Rachel Rocha, advogada e conselheira da ADAAP que idealizou o projeto em 2013 ao lado de outros profissionais.
Desde 2013, a iniciativa pioneira da SP Escola de Teatro promove uma série de ações voltadas para o debate sobre a tolerância e a diversidade, além de valorizar a cultura e o universo LGBTQIA+. Ao longo destes doze anos de evento, foram realizadas diversas mesas de discussão, performances e ações que contaram com a participação de importantes nomes da luta LGBTQIA+, como Laerte, Phedra de Córdoba, Márcia Rocha, Kimberly Luciana, Ingrid Soares, Brenda Oliver e Renata Peron, entre outras estrelas que fizeram história neste evento que celebra as lutas e conquistas dos corpos trans.
“Em 2024, esperamos agregar ainda mais pessoas, trazendo nomes de outros estados e ampliando o debate para além da cidade de São Paulo. Teremos mesas falando de assuntos como vida trans da velhice e ativismo e advocacia, além da parte artística, que é fundamental. Os shows são essenciais, pois a classe artística sempre abraçou a causa trans e encabeçou transformações”, diz Márcia Daylin, coordenadora do evento e colaboradora da SP Escola de Teatro.
“É lindo ver que chegamos à 12ª edição, mas ainda há muita coisa para debater e conquistar. O Dia da Visibilidade Trans, em 29 de janeiro, tem apenas vinte anos, em termos históricos é algo muito recente. Em 2024, escolhemos falar de políticas e direitos para uma vida plena, debatendo da infância à velhice, porque entendemos que, apesar dos avanços dos últimos anos, como acesso a hormonioterapia, retificação de nome em cartórios e cota em concursos públicos e universidades, ainda há muitas barreiras, a cidadania e dignidade plenas ainda não foram alcançadas. É essencial o trabalho da SP Escola de Teatro em trazer essa discussão sobre visibilidade e vivência trans, pois o fato deste tema estar dentro de uma escola de artes é uma mensagem poderosa aos estudantes e ao público que a frequenta. É importante a SPET usar do seu lugar de privilégio, da arte e do teatro, para falar da questão trans”, diz Rachel Rocha.
“Desde a nossa fundação, somos militantes ativos pela igualdade social e política de todes, todas e todos. Fomos pioneiros na empregabilidade trans e também pensamos e debatemos a questão através de novas pedagogias, produção de artigos acadêmicos e a criação de um novo léxico, por exemplo. Esse evento, desde 2013, reafirma nossos valores éticos e pedagógicos”, conta Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro.
Além do apoio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado, ela conta com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo; Prefeitura de São Paulo; Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo; Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo; Coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual; Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade e Igualdade Racial; Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania; Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG); Associação Brasileira de Intersexo (ABRAI); Associação Brasileira Profissional para a Saúde Integral de Pessoas Travestis, Transexuais e Intersexo (ABRASITTI); Associação Cultural, Educacional e Social Dynamikte (ACESD); Aliança Nacional LGBTI; Associação da Parada LGBT de São Paulo; Casa Florescer; Centro de Integração da Cidadania; Centro de Referência da Diversidade – Brunna Valin (CRD); Centro de Referência e Treinamento IST/AIDS (CRT); Conselho Estadual LGBT; Coordenadoria de IST/AIDS da Cidade de São Paulo; Cruz Vermelha São Paulo; Defensoria Pública do Estado de São Paulo; Família Stronger, Mães Pela Diversidade; Mais Respeito; Museu da Diversidade Sexual; Núcleo de Pesquisa em Saúde e Direitos Humanos LGBT+ (NUDHES); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) – Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero e Sistema Único de Saúde (SUS).
Pioneirismo na diversidade
Desde a sua fundação, a SPET tem desenvolvido importantes projetos artísticos e pedagógicos relativos ao teatro, audiovisual e às artes correlatas. Além disso, ao longo de toda a sua trajetória buscou desenvolver políticas inclusivas e de acessibilidade para os setores mais vulneráveis da sociedade. Ela é uma das pioneiras na empregabilidade trans, e ao menos 10% do quadro de colaboradores da SP é formado por pessoas que não se identificam com a cisgeneridade.
Em 2020, 2022 e 2023, a SP Escola de Teatro recebeu o Selo de Direitos Humanos e Diversidade, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo – SMDHC-SP, que reconhece boas práticas de diversidade e inclusão em organizações públicas, privadas e do terceiro setor.
Em 2019, a Instituição recebeu o Selo Paulista de Diversidade, instituído pelo Governo do Estado de São Paulo, que destaca boas práticas organizacionais relacionadas à inclusão na política de gestão de pessoas das organizações, a preocupação e inclusão das temáticas das pessoas com deficiência, e às questões étnicas, raciais, de gênero, idade, orientação sexual e identidade de gênero, assim como para difundir a cultura de respeito, valorização e promoção da igualdade nos ambientes de trabalho.
Confira a programação confirmada do 12º SP Transvisão
30/1, terça-feira
16h – Mesa de debate: “Infância e adolescência: explorando identidade e expressão de gênero, seus desafios e descobertas”
Com: Camilo Nunes, Jamil Ribeiro, Monaliza Godoy e Walter Mastelaro Neto
20h – Show de Abertura
Com: Sudano
31/1, quarta-feira
16h – Mesa de debate: “Juventude e adultez: transição social e a construção de uma vida trans”
Com: Andrea Hercowitz, Guilherme Augusto e Luh Mazza
20h: Show com All Ice
21h30: Show com Jupi77er
01/02, quinta-feira
13h – Cozinha Falada. O encontro busca abordar de maneira dinâmica a situação alimentar de pessoas transexuais, travestis e não bináries na perspectiva do Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas. Durante a conversa serão oferecidas dicas nutritivas e orientações sobre os programas de segurança alimentar e nutricional. As pessoas presentes terão oportunidade, também, de degustar uma preparação saudável.
Com: André Luzzi
16h – Mesa de debate: “Envelhecimento: reflexões sobre a vida trans na velhice”
Com: Gil Santos, Lili Vargas, Milton Crenitte e Renata Peron
20h: Show com Erick Barbi
02/02, sexta-feira
16h: Mesa de debate: “Ativismo e advocacia: transformando experiências em mudança social”
Com: Leona Jhovs, Luciene Mendes, Marcelo Gallego e Pâm Herrera
18h: Mesa de debate (online): “Desafios da participação social: interseccionalidade e intersetorialidade”
Com: Gata de Rodas, Dan Kaio Lemos, Jhordan Lessa e Inan Alves
20h: Show de variedades (com direção de Alberto Silva)
Entrega do Prêmio Claudia Wonder
Ainda no dia 2/2: Lançamento da 2ª temporada do podcast Transvisão, com episódios quinzenais disponíveis no Spotify
Todas as atividades acontecem na unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro. Ainda há mais nomes e atividades a confirmar. Confira as novidades no site da SPET.
Serviço
12ª edição do SP Transvisão 2024 – Semana da Visibilidade Trans
De 30 de janeiro a 2 de fevereiro de 2024
Local: SP Escola de Teatro – Praça Roosevelt, 210, Consolação
Entrada gratuita com a retirada de ingressos na recepção da Sede Roosevelt, conforme hora de chegada
Atividades presenciais e online terão transmissão no YouTube da SP Escola de Teatro.
Sobre a SP Escola de Teatro e a ADAAP
A SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e é considerada a maior instituição educacional de teatro da América Latina.
Foi idealizada pela Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP), também responsável pela sua gestão e organização desde sua abertura em 2009, e tem como objetivo prioritário do projeto a formação de artistas nas diversas áreas das artes do palco: atuação, cenografia e figurino, direção, dramaturgia, humor, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco.
Desde a sua fundação, a entidade tem desenvolvido importantes projetos artísticos e pedagógicos relativos ao teatro, audiovisual e às artes correlatas. Além disso, ao longo de toda a sua trajetória buscou desenvolver políticas inclusivas e de acessibilidade para os setores mais vulneráveis da sociedade. Ela é uma das pioneiras na empregabilidade trans, e ao menos 10% do quadro de colaboradores da SP é formado por pessoas que não se identificam com a cisgeneridade. A programação da SP Escola de Teatro converge sempre para a interdisciplinaridade do campo artístico contemporâneo por meio de pensamento e investigação prática: seja na vivência global das artes do palco, seja pelos intercâmbios culturais, ações pedagógicas ou mostras culturais. Promovemos uma nova experiência no mercado de trabalho, fortalecendo o trânsito entre áreas e comunidades tradicionalmente com pouco acesso ao teatro.
Fonte: Arte Plural Comunicação