Levantamento arquitetônico dá início ao projeto Tá + Bonito, de melhorias habitacionais e urbanas; moradores ficam na expectativa

Vinte arquitetos e urbanistas estão fazendo levantamento arquitetônico das casas do Jardim Gazuza com o objetivo de reunir informações para o desenvolvimento de projetos de melhoria das condições de salubridade e segurança dessas moradias. Essa é a primeira etapa do programa Tá + Bonito, que além de qualificar o ambiente das moradias vai também promover reparos estruturais no núcleo voltados a melhoria da acessibilidade.

O núcleo do Gazuza tem cerca de mil edificações, muitas com mais de um domicílio, e cada uma terá um projeto específico de intervenção. Para tanto, os profissionais, trabalhando em duplas, ficam responsáveis por um dos dez setores em que o núcleo foi dividido e estão visitando todas as casas.

A dupla Maria Eduarda e Guilherme Giglio explicou como é o trabalho: “Entramos nas casas, fazemos levantamento detalhado, tiramos as medidas, fotografamos e preenchemos um questionário a partir de conversa com os donos das casas para entendermos o processo de construção e propor as soluções”. A visita dura cerca de uma hora e meia.

E como os moradores reagem? “A recepção é variada, tem morador que desconfia um pouco, faz perguntas para entender melhor o projeto, mas na maioria dos casos a recepção é boa e eles abrem a casa com a maior boa vontade”.

Leonardo Piqui, coordenador do programa, disse que existem muitos casos de umidade e infiltração, boa parte em decorrência do processo de autoconstrução, e também redes elétricas defasadas. Um dos desafios são os cômodos sem janelas, principalmente banheiro e quarto, consequência de a área do lote estar toda ocupada.

As intervenções incluem melhorias de ventilação, revestimentos, impermeabilizações, coberturas, instalações hidráulicas e elétricas, reparos estruturais, instalação de corrimãos e guarda-corpos e adaptações para acessibilidade de pessoas com deficiência. “A gente sempre busca ampliar as condições de ventilação e iluminação, além da segurança física, estrutural e elétrica”, comentou.

Moradores ficam na expectativa

Miguel de Souza Pereira mora na rua da Ocupação e já teve sua casa visitada. “O projeto é muito bom. A gente tinha esperança de que um projeto desse tipo viesse pra cá, e realmente veio. Vamos ver o que o projeto vai contemplar. Aqui precisa mexer na parte de fora, fazer pintura e também melhorar o telhado”.

Rita de Nalva Muniz mora na rua da Ocupação há mais de 30 anos e disse que sua casa precisa de reparos. “Se o projeto fizer esses reparos será muito bom. Estou na expectativa de que a casa vai melhorar, mas vamos esperar para ver”. Ela tem três filhos, mas só o solteiro mora lá. “Além desses reparos, a casa poderia receber uma pintura por fora”. Rita elogiou os arquitetos. “Eles fizeram um trabalho perfeito”.

Para Vanda Santos Vasconcelos, que mora há 34 anos na rua São Gervásio, o projeto significa coisas boas. “O que eu quero é a documentação da casa, o título de propriedade. Ele é a garantia de todo o esforço que fizemos ao longo dos anos. E os meninos são gente boa, muito educados”.

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