Programa Manuel Querino foi inspirado no Adolescente Aprendiz e neste ano vai atender 3.950 jovens das sete cidades da região

Diadema sediou na segunda-feira (1º) o lançamento nacional do Programa Manuel Querino, voltado à qualificação social e profissional de jovens com perspectiva de trabalho decente. O evento aconteceu no Teatro Clara Nunes e contou com a participação de Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego; do professor Dácio Matheus, reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC); de deputados estaduais e outras autoridades.
O programa está ofertando cursos com duração de quatro meses a 3750 jovens das sete cidades da região entre 16 e 29 anos, com uma primeira turma começando na quarta-feira (03) e outra em agosto. As aulas serão realizadas em 51 salas espalhadas pela universidade, igrejas e entidades, e os estudantes vão receber bolsa alimentação e transporte de R$ 300,00.
O programa é resultado de parceria entre a universidade, o Consórcio Regional e as cidades da região. O prefeito José de Filippi Jr classificou o dia de histórico. “O programa é um convite para os jovens terem uma formação profissional, e ele tem um significado muito grande para a cidade pois foi inspirado no programa Adolescente Aprendiz, lançado por mim há 23 anos e que já chegou a mais de 10 mil jovens de Diadema”, afirmou.
Filippi lembrou que as políticas públicas fazem a diferença na vida das pessoas e da cidade, pois são elas que transformam a sociedade, e contou do esforço feito para tirar Diadema da triste condição de ser a cidade mais violenta do país em 2001.
“Investimos na GCM, nas políticas de prevenção e de proteção social das famílias vulneráveis, e no ano passado, pela primeira vez, Diadema não apareceu na relação das 170 cidades mais violentas. Esse é o resultado da implementação de políticas eficientes”, destacou.

Programa vai começar em 25 cidades do país

O ministro Luiz Marinho disse que o programa estava sendo lançado nacionalmente em Diadema, e que neste primeiro momento 25 regiões vão implementar o programa. “Temos a tarefa de pensar as várias modalidades de capacitação e qualificação da população, criando condições e oportunidades para a juventude e as mulheres em situação de vulnerabilidade”.
Marinho ressaltou que a educação é um processo contínuo e que conhecimento nunca é demais. “O professor Paulo Freire nos ensinou que a educação transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo”.
Para o reitor Dácio Matheus, o programa tem a perspectiva de inserir os jovens em situação de vulnerabilidade no mercado de trabalho e, mais que isso, inserir os jovens no caminho da educação. “A universidade aprende nesse processo de se aproximar e de se relacionar com as demandas efetivas da sociedade; podemos ter sonhos e histórias diferentes, mas eles são convergentes”.
Afirmou que o programa Manuel Querino é um grande projeto de extensão universitária, e que faz parte da formação dos alunos da graduação e da pós graduação. “Antes de sermos engenheiros ou termos uma outra profissão, temos compromisso com a sociedade”.
Cursos foram escolhidos para atender demanda da região
A secretária de Educação, Ana Lúcia Sanches, disse que os cursos foram divididos em quatro frentes buscando valorizar as potencialidades da região.
Os cursos são de Eficiência Energética (eletricista de sistemas de energias renováveis), Turismo (condutor de turismo em unidades de conservação ambiental e em espaços culturais), Produção Cultural (agente e assistente de produção), e Auxiliar de Geoprocessamento.
A secretária destacou a articulação entre a universidade, que tem a experiência técnica e metodológica, o Ministério do Trabalho e Emprego, que detém tradição na qualificação profissional, e os municípios com o conhecimento da base.
Ela comentou que a maior virtude do programa está na sua dimensão social, de focar jovens em condições de vulnerabilidade, de inscritos no Cadastro Único e ser beneficiário do Bolsa Família, além de critérios de gênero e cor. “Temos cotas para pessoas trans e bissexuais, e mais da metade dos inscritos são pretos e pardos”.
A jovem Naomi da Silva Wilma, que cursa o 2º ano do ensino médio e mora no Parque Real, representou os inscritos nos cursos. Ela escolheu o curso de Energias Renováveis.
“O curso vai ajudar todas as jovens mulheres negras da periferia. Vou ter uma profissão de valor social. Se implantar placas de energia solar nas casas, ajudo a baixar o valor das contas”, resumiu.
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