Encontro acontece a cada dois meses, por iniciativa dos CRAS, e foi o segundo com foco nas mulheres

Sete instituições que atuam na região Centro-Oeste de Diadema se reuniram nesta terça (16) para uma bate-papo sobre a situação das mulheres em situação de rua na cidade.

“É fundamental um olhar mais específico a essas mulheres,” exortou Juliana Gil, psicóloga do Centro Pop, centro de referência à população em situação de rua. Segundo a técnica, mulheres em situação de rua sofrem uma invisibilização, o que as deixa mais vulneráveis, principalmente a violências, inclusive sexual. E são mulheres que, quando procuram os serviços públicos, encontram barreiras ao acesso, ou seja, não recebem o acolhimento necessário para se fixarem a um serviço.

Representantes do programa Consultório Na Rua, que leva atendimento médico diretamente a esta população, confirmaram essa percepção. “Falta alguém que seja referência no atendimento à população em situação de rua nos equipamentos,” argumentaram. “Ao mesmo tempo, precisamos refletir se os espaços de acolhimento estão preparados para receber essa mulher. Há um espaço específico para a mulher em situação de rua?”

“Nosso objetivo é que a política seja um direito efetivo dessas mulheres, assim como o acesso às políticas públicas,” pontuou Sheila Onório, titular da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres. “E se a mulher for preta, e a maioria é, as barreiras são ainda maiores.”

Como encaminhamento da discussão, os presentes concordaram em criar um plano de ação que conte com ações mais descentralizadas, formações nas UBS e mais informação à população sobre como acessar os serviços públicos. “Vamos mapear os equipamentos que são porta de entrada desta população e buscar os gestores para reforçar essa articulação, em busca de construir referência no atendimento,” concluiu a coordenadora do CRAS Centro-Oeste, Cláudia Del Monte.

Esse tipo de encontro de articulação de rede acontece periodicamente, sempre encabeçado pelos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) de cada região, e este na região centro-oeste foi o segundo a abordar a questão das mulheres no município (o encontro anterior, em fevereiro, tratou de da violência doméstica).

Desta edição participaram o Núcleo Social (Educação), o Consultório Na Rua (Saúde), a Coordenadoria de Políticas para as Mulheres (Governo), a Guarda Civil/Patrulha Maria da Penha (Segurança Cidadã), o Conselho Municipal da Pessoa Idosa e o Centro Pop, além do próprio CRAS Centro-Oeste (todos ligados à Assistência Social e Cidadania).

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