Objetivo é dar visibilidade às vítimas de feminicídio em Diadema / Fernanda foi morta em 2023 por um ex-namorado, enquanto ia para o trabalho

A Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres de Diadema lançou, na última sexta-feira (26), o Memorial das Vítimas de Feminicídio em Diadema – Fernanda Gomes. O memorial virtual leva o nome de uma jovem diademense que foi vítima desse crime em março de 2023, aos 19 anos. A homenagem atende a um pedido da família, que buscou junto ao legislativo da cidade uma forma de não deixar a memória da filha se apagar. O site foi lançado em sessão solene da Câmara de Vereadores.

“Esse memorial é para que a sociedade, homens, mulheres e jovens, não normatizem ou banalizem a violência contra as mulheres, que só terá fim com uma luta social contínua e após longa e árdua caminhada,” manifestou-se o vereador Neno, que convocou a sessão solene após ter requerido a criação do memorial a pedido da família de Fernanda. Após a abertura, o vereador passou o comando da sessão à vereadora Lílian Cabrera, única mulher dentre os vereadores dessa legislatura. “Neste momento, que requer tanta atenção e reflexão, gostaria de dizer que nós, mulheres, queremos VIVER. Então é preciso seguir nessa luta em defesa da vida das mulheres diademenses,” pontuou a vereadora.

“Esperamos que essa ação possa conscientizar a sociedade,” afirmou Sheila Onório, coordenadora da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, muito emocionada. “A desigualdade entre mulheres e homens é um obstáculo significativo às moradoras desta cidade. Por isso, trabalhamos incansavelmente para combater a violência contra as mulheres, a violência doméstica, sexual e outras agressões, que acontecem diariamente. A coordenadoria age para garantir serviços de apoio, denúncia e proteção contra o machismo, o sexismo e a misoginia.”

A primeira-dama Inês Maria e a vice-prefeita Patty Ferreira também se fizeram presente e expressaram seu pesar pela morte de Fernanda. “Mulheres como Fernanda são vítimas da falta de direitos,” lembrou Patty. “A morte dela foi uma agressão a todos nós. É preciso lembrar que Fernanda existiu,” disse Inês.

O Memorial Fernanda Gomes se inspira em iniciativa similar do Laboratório de Estudos de Feminicídios (LESFEM) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que acompanha e analisa os casos de feminicídio em Londrina, no Paraná e no Brasil. Em Diadema, a ideia é que o memorial narre de maneira breve a história das mulheres que moravam na cidade.

A diarista Sebastiana Gomes de Andrade, 55 anos, mãe de Fernanda Gomes, foi homenageada durante a sessão e não conseguiu segurar as lágrimas. “É um alento saber que a história da minha filha não vai ser esquecida. Eu nunca a esqueci, nem por um segundo”, declarou.

O Memorial Fernanda Gomes já está no ar e pode ser acessado neste link https://portal.diadema.sp.gov.br/coordenadorias/mulheres/deixara-saudade/ – ou por meio da página da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres, dentro do site da Prefeitura de Diadema. Qualquer pessoa pode enviar, por meio de link na página, breves histórias de mulheres vítimas de feminicído que desejem homenagear. “É um gesto simbólico, uma forma de dizer para a sociedade que nenhuma mulher será apagada”, concluiu Sheila.

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