Segundo o presidente do sindicato, o projeto é simples: emprego, salário, comer bem, moradia, universidade, cultura, democracia

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reafirmou sua disposição de luta e solidariedade às mulheres trabalhadoras, às metalúrgicas do ABC e aos movimentos organizados ao lançar nesta terça-feira, 30, o termo de compromisso ‘Igualdade: mulheres, mulheres negras e LGBTQIAP+ nas relações de trabalho’ durante diálogo com as ministras Anielle Franco, da Igualdade Racial, e Cida Gonçalves, das Mulheres, na Sede do Sindicato.

“Nós, mulheres pretas, estamos na base da sociedade. Nós que ganhamos menos. Nós que mais sofremos violência. Nós que estamos nos cargos de trabalho menos favorecidos. Nós somos maioria e temos que nos levantar, acreditar e fortalecer todas as mulheres que pudermos”, destacou a diretora executiva do Sindicato e coordenadora do Coletivo de Mulheres Metalúrgicas do ABC, Andrea de Souza.

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, contou às ministras e convidados que o projeto do Sindicato é simples: emprego, salário, comer bem, moradia, universidade, cultura, democracia. “Nós queremos ser felizes porque, afinal de contas, somos nós que produzimos a riqueza do país”, destacou.

“No nosso projeto não cabem pessoas dormindo na rua, pessoas que não estejam comendo, não cabe violência contra a mulher, machismo, no nosso projeto não cabe o racismo, que existe todos os dias dentro das fábricas. Inclusive, nós temos que combater isso”, destacou Moisés.

Durante o evento ‘Trabalho, Democracia e Igualdade Racial’, que contou com a apresentação das crianças e jovens atendidos pelo Centro Cultural Afro Brasileiro Francisco Solano Trindade, as ministras destacaram a importância da organização e disposição de luta das trabalhadoras e dos trabalhadores pelas pautas raciais e das mulheres.

“A gente não luta só para a gente, a luta que é individual não faz sentido. Temos que vangloriar, exaltar, ressignificar, fortalecer as nossas mulheres enquanto estamos vivas. Então, cuidem umas das outras. Cuidemos uns dos outros nesses espaços porque o nosso autocuidado também é político”, afirmou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

“A igualdade salarial é um processo de discussão muito mais que democrático, é civilizatório. Não existe um país civilizado com uma mulher ganhando menos que o homem pelo mesmo trabalho. Não existe um país civilizado onde as relações que são estabelecidas são de ódio contra as mulheres, que se pode bater, matar, estuprar e ainda colocar com salário menor nas fábricas, nas indústrias e nos comércios. Se eles querem nos matar, se eles querem nos calar, nós vamos gritar até eles cansarem. Se eles tamparem a nossa boca, nós vamos falar com as nossas mãos, com os nossos corpos, vamos caminhar, mas nós não vamos nos calar. Esse é o desafio que nós temos que fazer”, pontuou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

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