As UBSs são a porta de entrada do Sistema Único de Saúde e podem solucionar entre 80 e 90% das demandas da população; o atendimento integral e conta com 95 equipes no município

Todos os dias, a agente comunitária de saúde (ACS) Maria José Bezerra da Silva percorre as ruas da Vila Nogueira, em Diadema, para visitar moradores, passar informações sobre promoção de saúde, prevenção de doença, lembrar de consultas, exames ou campanhas. Ela atua na Unidade Básica de Saúde (UBS) que leva o mesmo nome do bairro e é uma das 400 ACS que compõem 95 equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) na cidade.

“Nossa prioridade é o vínculo. Quando cativamos o paciente, conseguimos uma parceria excelente e somos referência para ele”, ressalta Maria José. O saber dela se soma a de outros profissionais da Unidade para o cuidado integral dos moradores, desde o acolhimento na entrada do serviço à solução total da demanda.

População

Atualmente, 80% da população de Diadema é atendida pela ESF e cada equipe é responsável por aproximadamente quatro mil pessoas. Elas são formadas por profissionais como médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde. A Unidade ainda possui atendimento em saúde bucal. Além disso, de acordo com a característica de cada UBS são disponibilizados profissionais como ginecologista, pediatra, farmacêutico, assistente social, educador físico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo e nutricionista como apoio para ações no território.

O setor de Atenção Primária de Saúde (APS), em que estão inseridas as UBSs, atende de 80% a 90% das necessidades de saúde de uma pessoa ao longo da vida, de acordo com a Organização PanAmericana da Saúde (OPAS). Para isso, é preciso contar profissionais qualificados e acolhedores. “Atendemos do recém-nascido ao idoso, de questões ligadas do dedão do pé à cabeça. Quando há necessidade, encaminhamos para outras especialidades”, ressalta a médica em Saúde da Família, Julia Tiemi Hino. A formação em Saúde da Família também é uma especialidade médica e de enfermagem, com duração de dois anos, após a conclusão da faculdade.

“Por estarmos mais próximos, ver o paciente com mais frequência que o especialista focal (relacionado a um órgão, sistema, faixa etária ou gênero), temos um vínculo maior, é mais fácil entender se uma dor nas costas pode ser um sinal de hérnia, uma questão muscular ou esforço frequente por cuidar de uma pessoa acamada, por exemplo”, elucida Dra. Julia. Assim, o início do tratamento pode ser mais rápido do que se o indivíduo tivesse que aguardar uma primeira consulta com especialista.

A moradora da Vila Nogueira, Beatriz Rodrigues, fez o pré-natal de sua filha Rihanna, de cinco meses, com a Dra. Julia na UBS do bairro. Além da bebê, ela, o esposo e seus outros dois filhos, de oito e dois anos, também passam com a mesma equipe. “Tive todo o suporte e ainda tenho até hoje. Minha família é bem assistida, até na parte de saúde bucal. Tenho o acompanhamento em casa e na UBS”, afirma.

Ser chamada pelo nome, durante todo o atendimento e nas visitas domiciliares; além do cuidado humanizado são características que se somam à técnica profissional. “Hoje em dia, é muito difícil ver agente comunitária de saúde (Érika), enfermeira (Salete) e médica (Julia) dedicadas como elas. Quero dar parabéns para a equipe porque é ótima”, elogia Beatriz.

Trabalho conjunto

São nas reuniões de equipe que os profissionais discutem os casos de maior vulnerabilidade ou que precisam de um suporte maior. “Nesses encontros, temos a visão do médico e do enfermeiro, que fazem o atendimento no posto, e do ACS, que vai até a casa do paciente, vê a estrutura familiar e os hábitos daquela pessoa. E isso traz um olhar diferenciado”, avalia a médica da UBS Nogueira.

Muitas pessoas ainda possuem a ideia do atendimento centrado na figura do médico. Porém, na Estratégia da Saúde da Família, a equipe é responsável pelo acompanhamento e não só atendimento pontual. “O cuidado é feito a muitas mãos. Então, a população precisa de todos esses saberes. Obviamente tem questões técnicas que só um determinado profissional pode fazer, no entanto, ele não faz sozinho. Esse cuidado não vai ser integral se for só com o enfermeiro ou outro profissional”, esclarece a enfermeira Gaucilei Costa de Oliveira.

Entre as funções de enfermeiro estão as consultas de puericultura (até um ano de idade) e menores de seis ano, consultas de pré-natal, avaliação de vacina, de antropometria (para avaliação de excesso de peso ou risco de mortalidade infantil), atendimento a idosos, realização de grupos de orientação, além do acolhimento de queixas na Unidade.

Rede

A rede municipal conta com 20 UBSs, que atendem demandas como acolhimento, consultas médicas e de enfermagem, solicitação de exames, acompanhamento de pré-natal, curativo, vacinas, atendimento em saúde bucal. Além disso, o morador pode retirar gratuitamente medicamentos e outros insumos. Confira os endereços das Unidades em https://portal.diadema.sp.gov.br/ubs-por-bairro/.

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