Depois de percorrer 5 países, 35 cidades e lotar dezenas de teatros mundo afora, com cerca de 30 mil espectadores, o espetáculo circense 23 fragmentos desses últimos dias volta ao seu país de origem para se despedir do palco, ou melhor, do picadeiro. As últimas apresentações da obra franco-brasileira, idealizada pelas artistas circenses do Coletivo Instrumento de Ver e pela corógrafa francesa Maroussia Diaz Verbèke, acontecem no Sesc Belenzinho de 14 a 30 de junho.

Desde que chegou ao país, em abril deste ano o espetáculo percorreu importantes festivais de circo de cidades icônicas: Recife, no Festival de Circo do Brasil, Rio de Janeiro no Festival do Teatro Brasileiro. Em Brasília, as apresentações acontecem no âmbito do 3º Arranha Céu – Festival de Circo Atual.

O espetáculo

Em cena, o circo, os ritmos e as expressões culturais como o forró, o maracatu, o frevo e até o passinho carioca se unem a temáticas relevantes como a democracia, a demarcação de terras indígenas e o racismo. Tudo acontece em meio ao impressionante manejo de objetos não descartáveis. E, para completar a mistura, a trilha sonora composta apenas por músicas nacionais foi cuidadosamente pensada para compor com os fragmentos, criando ritmo e envolvendo a plateia. A playlist, o resultado da curadoria cuidadosa do brasiliense Cícero Fraga e do francês Loïc Diaz Ronda, celebra a música brasileira e contagia gringos e brasileiros em cada apresentação.

No picadeiro, as artistas Beatrice Martins, Julia Henning e Maíra Moraes, integrantes do coletivo Instrumento de Ver, compartilham a cena com um trio brasileiro e bem variado: o dançarino carioca André Oliveira, o frevista e contorcionista pernambucano Lucas Maciel e Marco Motta, circense baiano radicado na Espanha.

“Tudo começou com essa vontade de falar com o corpo, com garrafas, com vidro, lâmpadas e o plástico bolha. É impossível identificar de onde vem esse desejo que tanto movimenta. Mas, olhando para trás, podemos ver as montanhas que ele moveu e as pontes que construímos para atravessar mundos”, relembra Maíra.

Após uma circulação de três anos, realizada em parceria com a companhia francesa Le Troisième Cirque, que resultou em grande sucesso de público, de críticas e uma pertinente repercussão na imprensa internacional, o espetáculo segue provocando reflexões sobre temas agudos. E, como não poderia ser diferente, em se tratando do time de artistas que compõe a obra, 23 fragmentos desses últimos dias continua impressionando a plateia com apresentações ousadas e performances circenses arriscadas como o equilibrismo, o faquirismo, o contorcionismo e a acrobacia.

“Vivemos uma grande aventura circulando o nosso espetáculo entre o Brasil, a França, a Bélgica e a Suíça. De 2021 para cá, vivemos toda a intensidade possível de uma vida itinerante, muito bem acompanhadas de nosso trio de amigos. Voamos de lá pra cá, de cá pra lá, de olhos fechados, sorriso no rosto e com muito sangue nos olhos”, comenta Beatrice com um quê de saudade.

Sobre o coletivo

O coletivo Instrumento de Ver, grupo circense com 22 anos de circo, já circulou com seus espetáculos por mais de 70 cidades brasileiras, em 4 países diferentes. O grupo que já teve diversas formações ao longo desses anos, é encabeçado por Beatrice Martins, Julia Henning e Maíra Moraes. Os parceiros e parceiras que criaram em coletivo constituíram a identidade artística do grupo que tem uma atuação eclética está sempre surpreendendo o público. São acrobatas, técnicos, produtores, realizadores, diretores, criadores, vendedores de pipoca, fotógrafos e artistas de diferentes áreas. Inventam e reinventam jeitos de criar, reconfigurando-se o tempo todo e lidando com as mais diversas facetas da produção cultural e da criação artística. Têm o processo de criação como fonte de inspiração, como caminho e como fim.

O grupo tem uma contribuição ímpar para o circo. Já se apresentaram na rua, no teatro, em cervejarias, em festas, nas periferias e nos centros de pequenas e grandes cidades. Criaram filmes, espetáculos online, performances, discutindo e propondo formas variadas de fazer circo, numa linguagem autoral e cheia de pesquisa. Além de 23 fragmentos desses últimos dias, elaboraram os espetáculos circenses Porumtriz, O Que Me Toca é Meu Também, direção de Raquel Karro e Meu Chapéu é o Céu, direção de Leo Sykes, aplaudidos por um público de mais de 50 mil pessoas por todo o Brasil. Também fizeram espetáculos em parceria com outros grupos, como Bubuia, para bebês, e Vinco, de dança contemporânea. Fundaram o espaço cultural Galpoa e o festival Arranha-Céu. São conhecidas pelas criações em diferentes formatos como festa-espetáculo Pão e Circo e Encontro de Bastidor, além dos ensaios abertos do projeto Geringonça em espaços alternativos. Criaram o espetáculo virtual Estudos de Aproximação, em parceria com João Saenger e Caetano Maia. Com o cineasta Cícero Fraga, realizaram curtas-metragens: O Homem Banco, Exufrida, Assum Preto e Ruína, premiados em festivais do mundo inteiro. Como artistas produtivas e produtoras criativas, defendem a gestão inovadora em rede, sob o prisma de não dissociar o fazer artístico da gestão cultural.

 

Ficha técnica:

Circografia*: Maroussia Diaz Verbèke

Intérpretes Criadores: Beatrice Martins, Julia Henning e Maíra Moraes (Instrumento de Ver), André Oliveira, Lucas Maciel e Marco Motta (artistas parceiros)

Assistência de Circografia*: Elodie Royer

Direção Técnica: Thomas Roussel
Concepção Tecnológica: Bruno Trachsler

Pesquisa Musical: Cícero Fraga e Loïc Diaz Ronda

Desenho de Luz: Diego Bresani e Bruno Trachsler

Consultoria Cenográfica: Charlotte Masami Lavault

Operação de som no Brasil: Cícero Fraga e João Dimas Zerbini

Operação de luz no Brasil: Euler Oliveira

Vídeos: Cícero Fraga e Luiza Herdy

Fotografias: João Saenger

Produção no Brasil: Gabriela Onanga, Maíra Moraes, Julia Henning

Comunicação no Brasil: Beatrice Martins e Julia Henning

Comunicação na França: Elodie Royer

Realização e Concepção artística: Coletivo Instrumento de Ver (BR) e Le Troisième Cirque (FR)

 

SERVIÇO

Espetáculo: 23 fragmentos desses últimos dias

De 14 a 30 de junho de 2024.

Sexta e sábado, às 20h, aos domingos, às 17h

Sesc Belenzinho – R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho

Ingressos: R$ 40,00 (inteira) / R$ 20,00 (meia) / R$ 12,00 (credencial plena).

Classificação etária: Livre para todos os públicos

Duração: 90 minutos

Estacionamento

De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h.

Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 8,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 17,00 a primeira hora e R$ 4,00 por hora adicional.

 

Transporte Público

Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)

 

FOnte: Assessoria de Imprensa Sesc Belenzinho

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