As plaquetas são aliadas essenciais que contribuem na melhora de milhares de pacientes; Especialista explica como o procedimento é realizado e quem pode doar  

Durante o mês, Junho Laranja vem para alertar sobre um assunto pra lá de importante: a leucemia. Como uma maneira de conscientização, a campanha reforça os cuidados, diagnóstico precoce e ainda o tratamento adequado para a doença, que é considerada um tipo raro de câncer.
No entanto, um assunto ainda pouco comentado é a relevância da doação de sangue para pacientes com leucemia, em quimioterapia ou ainda os que já passaram por transplantes de medula óssea.
Na leucemia, o câncer atinge os leucócitos (os glóbulos brancos – de defesa do organismo). “Na medula óssea são produzidos os glóbulos brancos, vermelhos (hemácias) e plaquetas. Quando há uma mutação genética, essa produção é afetada, resultando em leucócitos cancerosos”, explica a oncohematologista da Oncoclínicas São Paulo, Dra. Mariana Oliveira.
Após a doação de sangue, que ocorre de maneira tradicional, o sangue é transferido para um equipamento que retém parte das plaquetas. Em seguida, o restante volta para o doador, inclusive com todos os outros elementos presentes. “Esse processo é seguro e pode contribuir no tratamento de milhares de pacientes”, reforça a oncohematologista.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 11.540 novos casos de leucemia, sendo 5.290 em homens e 6.250 em mulheres a cada ano do triênio 2023-2025. Apesar de ser altamente curável, ele é o décimo tipo de câncer mais comum no país, sem considerar os tumores de pele não melanoma.

Por que é importante doar plaquetas?

Nos pacientes, as plaquetas são elementos que têm o objetivo de atuar na coagulação, ou seja, podem ajudar no controle de sangramentos. “O organismo do doador consegue repor rapidamente as plaquetas, em uma média de até 48 horas”, comenta a Dra. Mariana Oliveira.
Além disso, a médica reforça que uma contagem baixa de plaquetas pode impactar nos ciclos de quimioterapia e no tratamento do paciente como um todo. “Quando esses números são baixos, podem resultar em sangramentos e hematomas. A partir do recebimento das plaquetas, há um bloqueio na produção dessas células do sangue”, explica.

Mesmo sendo um procedimento simples, muitas pessoas ainda têm receio em fazer a doação, seja por medo ou até mesmo desconhecimento. “Essa apreensão é natural, mas é fundamental que a cada dia isso seja desmistificado. É muito importante que as doações aumentem para que possamos atender o maior número possível de pacientes”, reforça a oncohematologista da Oncoclínicas São Paulo.
Para doar plaquetas é necessário:

  • Ter entre 18 e 69 anos
  • Pesar mais que 50kg
  • Estar em boas condições de saúde
  • Não fazer uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios

“Vale lembrar ainda que é fundamental o doador estar bem alimentado e evitar refeições gordurosas. Se houver sintomas gripais, febre e diarreia, não é possível realizar a doação temporariamente, assim como pessoas que fizeram ingestão de bebida alcoólica no dia da doação, grávidas e mulheres com até três meses após o parto”, diz a oncohematologista.
Como funciona o tratamento para leucemia?
Logo de cara, quando se fala em leucemia, é quase inevitável pensar no transplante de medula óssea. Mas, ela é muito mais ampla do que os casos que realmente necessitam desse procedimento. Em muitos pacientes, o tratamento pode ser medicamentoso ao longo de toda vida, ou ainda a partir da própria quimioterapia, capaz de eliminar a doença.

“Isso dependerá de cada caso. Como existem muitos tipos de leucócitos, temos também diversos tipos de leucemias”, explica Mariana. Podendo ser agudas (leucemia linfóide aguda e leucemia mieloide aguda) ou crônicas (leucemia linfocítica crônica e leucemia mieloide crônica), elas são definidas da seguinte maneira:

  • Leucemias agudas: necessitam de internação, exames de classificação e testes da medula óssea para a escolha da quimioterapia adequada ao paciente. Geralmente, a multiplicação das células mutadas é rápida e é mais comum em crianças.
  • Leucemias crônicas: possui um desenvolvimento lento e pode acompanhar o paciente ao longo de toda a vida, sem maiores complicações. Na maioria dos casos é mais comum em adultos e seu tratamento é realizado com consultas de rotina e prescrição de remédios.

“Temos que lembrar que os avanços nos tratamentos tiveram um salto importantíssimo. Um deles é a terapia car-t cell, em que os linfócitos do tipo T são tratados em laboratório para que possam analisar e reconhecer as células cancerosas, eliminando-as”, comenta Mariana Oliveira.
Além disso, a leucemia possui altas chances de cura, podendo chegar em até 90%, no caso das crianças, e 50% em pessoas até 60 anos. “Apesar de não existir cura para alguns casos da doença, os tratamentos são eficazes para oferecer uma maior expectativa e qualidade de vida. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para o controle da leucemia”, finaliza.


Sobre a Oncoclínicas&Co
A Oncoclínicas&Co. – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 145 unidades em 39 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.

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