Doença afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a OMS

Um estudo divulgado na revista americana Nature Medicine classificou a depressão em seis tipos biológicos distintos, denominados “biotipos”. A pesquisa utilizou uma combinação de imagens cerebrais e inteligência artificial para diferenciar os biotipos com base em sintomas, desempenho em testes cognitivos e emocionais, resposta a medicamentos e terapia comportamental.

Segundo o psiquiatra Marcos Gebara, presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro, essa pesquisa traz informações mais relevantes do que pensamos. “Este é um tema muito interessante porque segue as pesquisas mais modernas do estudo da conectômica. Há séculos que se tenta fazer uma biotipologia para diferenciar as doenças mentais, até para poder fazer subtipos em cada uma delas. Entretanto, nos últimos anos, a tecnologia possibilitou mapear o conectoma do indivíduo, tornando possível enxergar que existem ‘circuitos’ diferentes envolvidos em cada tipo e em cada subtipo de doença”, diz.

 

Veja detalhes de cada um deles.

Biotipo A: caracterizado por respostas comportamentais mais lentas e erros em tarefas que exigem atenção sustentada e funções executivas.

Biotipo B: respostas mais rápidas a estímulos específicos e ameaças, porém com mais erros em tarefas de atenção contínua. A psicoterapia comportamental não se mostrou a melhor opção neste caso.

Biotipo C: hiperatividade em áreas cerebrais de processamento emocional, levando a dificuldades em funções executivas, pensamentos ruminantes e anedonia (perda de prazer).

Biotipo D: hiperatividade em regiões cognitivas, maior ansiedade, dificuldade em interpretar ameaças e anedonia acentuada. O antidepressivo venlafaxina (inibidor de recaptação de serotonina e noradrenalina) apresentou os melhores resultados.

Biotipo E: menor presença de pensamentos ruminantes, redução da atividade cognitiva e reações comportamentais mais rápidas.

Biotipo F: reações mais lentas a ameaças, sem outras alterações significativas nas regiões avaliadas, sugerindo mudanças em áreas cerebrais menos exploradas.

Dr. Marcos explica que essas são informações capazes de delinear tratamentos futuros, sejam eles farmacológicos ou não: “Essas informações são capazes de fazer a diferença entre subtipos de depressão estudados. Acredito que, no futuro, vamos conseguir mapear toda a conectômica e, assim, entender quais circuitos que estão envolvidos neste ou naquele subtipo de depressão e/ou de ansiedade. É muito válido e vejo como algo super importante a considerar”, finaliza.

 

Sobre a fonte:

Psiquiatra Dr. Marcos Gebara – CRM 52-256803 | RQE 19249 | RQE 19250 | RQE 19251

Presidente da Associação de Psiquiatria do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Marcos Gebara é médico com especialidade em Psiquiatria Clínica e Forense, além de ser Psicanalista. Formado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atualmente é professor convidado do curso de Pós-Graduação de Psiquiatria da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria do CREMERJ. Também possui especialização em Bioética pela Universidade de Porto, em Portugal. Desde 1977, atende em clínica privada no Rio de Janeiro.

Fonte: NW Comunicação

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