Projetos vão eliminar problemas estruturais e melhorar as condições das famílias, impactando positivamente no conforto e na saúde das pessoas

O levantamento feito nas moradias do Jardim Gazuza pela equipe do programa Tá + Bonito, desenvolvido pela Prefeitura de Diadema, revelou a necessidade de promover mudanças arquitetônicas nas residências para a melhoria das condições de salubridade, segurança e acessibilidade desses espaços.

Durante quatro meses, arquitetos, engenheiros e assistentes sociais reuniram informações das 510 moradias visitadas e agora vão desenvolver projetos específicos para cada uma delas. O trabalho é resultado de parceria entre a Prefeitura e a FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP – Universidade São Paulo, através do programa Habitathis.

O arquiteto Leonardo Piqui, coordenador do programa pela Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano, disse que o levantamento constatou que a maioria das moradias tem problemas de fissuras e rachaduras, consequências do processo de autoconstrução, além de redes elétricas defasadas.

As entrevistas com os moradores, ainda que a tabulação não esteja terminada, mostram que vivem na comunidade ao menos 50 pessoas com deficiência, 320 com doença crônica respiratória e outras 130 com alergia.

“Essa situação deve estar relacionada às condições do ambiente e mostram a emergência de abrir janelas ou criar outro mecanismo para a renovação do ar. As melhorias não impactam somente na construção, mas interferem na saúde das pessoas”, comentou Leonardo.

Além da melhoria de ventilação nas casas, as intervenções incluem troca de revestimentos, impermeabilizações, instalações hidráulicas e elétricas, e também reparos estruturais nos espaços do núcleo com colocação de corrimãos e guarda-corpos nas escadas internas da casa e adaptações para acessibilidade de pessoas com deficiência.

Os arquitetos estão elaborando as alternativas de intervenção para apresentarem aos munícipes. “O morador é o grande protagonista. Ele precisa ter a compreensão das possibilidades e alternativas pensadas, e compartilhar com ele é uma forma de democratizar os projetos”.

“O programa chegou na hora certa e daqui para frente o bairro só vai conhecer melhorias”, disse José Ferreira dos Santos, o Zé Ferreira, presidente da Associação dos Moradores do Núcleo Habitacional do Jardim Gazuza. Ele está no núcleo há 34 anos, desde o movimento de ocupação, e avalia que sua casa está ótima. “Se precisar de alguma coisa, é só de uma pintura”.

Maria da Conceição Lima, outra moradora antiga no núcleo, reside sozinha em casa com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e uma área: “Minha casa, em comparação com outras, está muito boa e só precisa de uma pintura”.

Gilson Bispo dos Santos é outro morador do Gazuza desde o início do núcleo e participou do processo de luta para as melhorias. “Aqui não entrava nem ônibus e nem o carteiro, e a luta da comunidade foi conquistando as melhorias”, comentou. Ele elogiou o programa e disse que sua casa precisa de reboco por dentro e por fora “senão a água fica escorrendo”.

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