Dez anos atrás, o carioca acompanhou a então última etapa do Campeonato Mundial de Endurance em seu país-natal da mureta do Kartódromo de Interlagos. Nesta semana, será um dos dois pilotos a representar o Brasil na Rolex 6 Horas de São Paulo

Há quase uma década, em 30 de novembro de 2014, o FIA WEC completava a temporada daquele ano no Autódromo de Interlagos. Entre os vários espectadores, houve quem acompanhou o desenrolar da corrida perto e distante ao mesmo tempo, na mureta do Kartódromo de Interlagos, a poucos metros do “templo do automobilismo brasileiro”. Então com 23 anos, Nicolas Costa era um desses espectadores sem imaginar que, dez anos depois, estaria no grid na volta do Campeonato Mundial de Endurance ao Brasil com a disputa da Rolex 6 Horas de São Paulo, que será realizada neste fim de semana, entre 12 e 14 de julho.

A trajetória de Nicolas tem sido uma verdadeira montanha-russa de emoções. Sensação em categorias de base no início da década de 2010, com títulos conquistados na Fórmula Futuro Fiat (competição apadrinhada por Felipe Massa) e nas divisões Europeia e Italiana da Fórmula Abarth, em 2012, Costa ainda conquistou o título de Super GT Itália em 2016, mas viu a carreira ser interrompida por falta de combustível financeiro na sequência daqueles anos. O cenário começou a mudar em 2023, quando teve a chance de voltar a correr de forma frequente ergueu o troféu de campeão brasileiro da Porsche Carrera Cup.

A conquista voltou a projetar o piloto no cenário internacional, e neste ano surgiu uma oportunidade até então inesperada: apoiado pela PRIO — maior empresa independente de óleo e gás do Brasil, Nicolas Costa corre o Campeonato Mundial de Endurance como um dos competidores da United Autosports com a McLaren 720S Evo LMGT3 #59. O carioca passou a integrar a elite das corridas de longa duração e, depois de estrear nas 24 Horas de Le Mans, agora vai ter a chance de voltar a Interlagos e ser não mais um espectador da mureta do kartódromo, mas sim um dos artistas do espetáculo na Rolex 6 Horas de São Paulo, com os últimos ingressos à venda.

“Difícil explicar em palavras” — A virada na carreira foi tão grande que surpreende o próprio Nicolas. “Poder correr no FIA WEC em Interlagos é a concretização de vários sonhos até chegar aqui. Na última vez assisti lá do kartódromo, não tinha ingresso nem para a arquibancada. De lá para cá, muita coisa mudou. Uma sensação boa, sabe? De ser grato por tudo o que passei, os altos e baixos… Os ‘baixos’ que te fazem apreciar os momentos mais altos da vida”, disse o piloto, hoje com 32 anos.

“Desde o ano passado tudo tem sido muito especial: na Porsche Cup, por exemplo, foi um negócio incrível, um sonho poder voltar a correr. E agora, com a nossa evolução nesse ano ao chegar no FIA WEC, foi um salto grande. E, pelo visto, foi um salto certo. Estamos dando conta do recado, tem tudo sido incrível, e é uma realização maior ainda. É difícil explicar em palavras, mas quando vejo os caras que estão ali à minha volta, competindo contra mim, caras que via na TV e hoje estou ali, correndo com eles, de igual para igual, e com capacidade de andar na frente deles, tudo isso tem sido realmente incrível. É tudo muito especial, sobretudo por representar meu país num campeonato tão fantástico como esse. Eu me sinto motivado demais para vencer essa corrida”, destacou.

Evolução planejada — A temporada 2024 vem entregando muitas novidades na carreira de Nicolas Costa. Primeiro, pela responsabilidade de ser um dos nomes da McLaren no Mundial de Endurance, representando a United Autosports, tradicional equipe do Endurance e que tem como chefe Zak Brown, justamente o CEO da famosa marca britânica. O competidor também tem vivido a experiência de desenvolver o carro durante o campeonato. E mesmo com o notório aprendizado, o crescimento ao longo do ano tem sido claro, seja em termos de performance ou de conquistas, como o top-5 na TotalEnergies 6 Horas de Spa-Francorchamps, em maio, e a chance de liderar as 24 Horas de Le Mans, no mês passado, na prova que foi o maior desafio para o conjunto formado também por Grégoire Saucy e James Cottingham a bordo da McLaren #59.

“Nossa temporada tem sido muito boa e, embora nem sempre conseguimos ter resultados expressivos, habitualmente estamos lutando nas posições lá na frente. Na primeira corrida, já mostramos potencial para andar entre os dez primeiros. Depois, andamos entre os seis mais rápidos, embora tivéssemos um pneu furado, o que nos fez terminar em 11º em Ímola. Em Spa, lideramos a prova, mas por uma eventualidade com o safety-car finalizamos em quarto. Mesmo assim, entramos no segundo objetivo, que foi andar entre os cinco primeiros em um campeonato super competitivo”, comentou.

“Em Le Mans, novamente lideramos a corrida e tínhamos grandes chances de ir ao pódio. Estamos exatamente onde queremos estar, muito satisfeito também com minha performance pessoal, e a equipe também. Temos de estar extremamente positivos e, com o que apresentamos até agora, estou muito feliz”, disse.

Pressão e prazer — Na visão de Nicolas, correr em Interlagos representa uma ‘carta na manga’, sobretudo no início dos trabalhos de pista em São Paulo. “Conhecer a pista me favorece bem, principalmente nos primeiros treinos. Sabemos que algumas equipes já foram treinar em Interlagos, de forma que esse fator cairá por terra rapidamente. Entretanto, por conhecer tão bem a pista, certamente isso deve representar alguma vantagem que vou ter sobre alguns dos outros caras. E ter uma vantagem em um campeonato como esse é sempre importante”.

Embora sinta a emoção de correr em casa e, pela primeira vez, acelerar no seu país em uma etapa de campeonato mundial, Nicolas sabe o tamanho da responsabilidade e, até por isso, deixa claro: vai dar tudo de si para viver uma grande jornada no traçado paulistano.

“O sentimento é o da realização de um sonho, mas esse cenário também me traz uma certa forma de pressão, já que eu quero muito performar bem, seguir minha carreira no FIA WEC. Ao mesmo tempo, tem sido muito prazeroso e, mesmo com essa pressão, estou conseguindo curtir o momento e aproveitar cada etapa. Tudo isso tem sido muito legal para mim”, concluiu Nicolas Costa.

Nicolas Costa
Idade: 32 anos (14/11/1991)
Naturalidade: Rio de Janeiro (RJ)
Categoria: GT3
Equipe: United Autosports
Carro: McLaren 720S Evo LMGT3
Número: #59
Companheiros de equipe: Grégoire Saucy (SUI) e James Cottingham (GBR)
Currículo: Campeão da Fórmula Futuro Fiat (2010); campeão das Fórmulas Abarth Italiana e Europeia (2012); campeão Super GT Itália (2016); campeão Porsche Carrera Cup Brasil (2023)

FIA WEC, temporada 2024
Hypercar
Campeonato de Pilotos (top-10):
1º – André Lotterer, Kévin Estre, Laurens Vanthoor: 99 pontos
2º – Antonio Fuoco, Miguel Molina, Nicklas Nielsen: 90
3º – Kamui Kobayashi, Nyck de Vries: 82
4º – Callum Ilott, Will Stevens: 60
5º – Frédéric Makowiecki, Matt Campbell, Michael Christensen: 56
6º – Alessandro Pier Guidi, Antonio Giovinazzi, James Calado: 48
7º – Mike Conway: 46
8º – Brendon Hartley, Ryo Hirakawa, Sébastien Buemi: 44
9º – José María López: 36
10 – Norman Nato: 35

Campeonato de Construtores:
1º – Porsche: 108
2º – Ferrari: 99
3º – Toyota: 96
4º – Alpine: 23
5º – BMW: 21
6º – Peugeot: 14
7º – Cadillac: 14
8º – Lamborghini: 11
9º – Isotta Fraschini: 0

LMGT3
Campeonato de Pilotos (top-10):

1º – Morris Schurring, Richard Lietz, Yasser Shahin: 75
2º – Klaus Bachler, Joel Sturm, Alex Malykhin: 75
3º – Augusto Farfus, Sean Gelael, Darren Leung: 73
4º – Erwan Bastard, Marco Sørensen: 42
5º – Michelle Gatting, Sarah Bovy: 41
6º – Alessio Rovera, François Heriau, Simon Mann: 41
7º – Alex Riberas, Daniel Mancinelli, Ian James: 37
8º – Dennis Olsen, Giorgio Roda, Mikkel Pedersen: 37
9º – Valentino Rossi, Maxime Martin, Ahmad Al Harthy: 36
10º – Rahel Frey: 36

Rolex 6 Horas de São Paulo, programação
Sexta-feira, 12 de julho
10h45 – Treino Livre 1 (90 minutos)
13h45 – Entrevista coletiva oficial FIA WEC
15h15 – Treino Livre 2 (90 minutos)
17h00 – Pit Walk

Sábado, 13 de julho
10h30 – Treino Livre 3 (60 minutos)
12h00 – Pit Walk
12h05 – Sessão de autógrafos
14h30 – Classificação GT3
14h50 – Hyperpole GT3
15h10 – Classificação Hypercar
15h30 – Hyperpole Hypercar
16h00 – Entrevista coletiva pós-classificação FIA WEC

Domingo, 14 de julho
08h40 – Pit Walk
08h45 – Sessão de autógrafos
08h55 – Desfile de Ferrari
09h20 – Desfile de Porsche
09h45 – Desfile dos pilotos FIA WEC
11h30 – Rolex 6 Horas de São Paulo – largada
18h25 – Entrevista coletiva pós-corrida

 

NÚMEROS GERAIS
Fabricantes inscritas: 14, Porsche, Lamborghini, Ferrari, Toyota, McLaren, Peugeot, Aston Martin, BMW, Cadillac, Corvette, Ford, Isotta Fraschini, Alpine e Lexus

CATEGORIA LMGT3
Carros: 18
Equipes: Heart of Racing Team, Team WRT, Vista AF Corse, United Autosports, Iron Lynx, Proton Competition, Akkodis ASP Team, TF Sport, Iron Dames, Manthey EMA, Manthey Pure Rxcing, D’Station Racing

CATEGORIA HYPERCAR
Carros: 19
Equipes: Cadillac Racing, Porsche Penske Motorsport, Toyota Gazoo Racing, Isotta Fraschini, Hertz Team Jota, BMW M Team WRT, Alpine Endurance Team, Ferrari AF Corse, Lamborghini Iron Lynx, AF Corse, Peugeot TotalEnergies, Proton Competition

MODELOS E VERSÕES CONFIRMADOS
Alpine A424, Aston Martin Vantage AMR LMGT3, BMW M Hybrid V8, BMW M4 LMGT3, Cadillac V-Series.R, Corvette Z06 LMGT3.R, Ferrari 296 LMGT3, Ferrari 499P, Ford Mustang LMGT3, Isotta Fraschini Tipo6-C, Lamborghini Huracan LMGT3 Evo2, Lamborghini SC63, Lexus RC F LMGT3, McLaren 720S LMGT3 Evo, Peugeot 9X8, Porsche 911 GT3 R LMGT3, Porsche 963, Toyota GR010

CALENDÁRIO 2024 DO MUNDIAL DE ENDURANCE FIA WEC
Data / Etapa / País
02/03 – Qatar Airways 1.812Km do Qatar – Qatar
21/04 – 6 Horas de Ímola – Itália
11/05 – TotalEnergies 6 Horas de Spa-Francorchamps – Bélgica
15/06 – 24 Horas de Le Mans – França
14/07 – Rolex 6 Horas de São Paulo – Brasil
01/09 – Lone Star Le Mans – Estados Unidos
15/09 – 6 Horas de Fuji – Japão
02/11 – Bapco Energies 8 Horas do Bahrein – Bahrein

SOBRE O CAMPEONATO MUNDIAL DE ENDURANCE (WEC) DA FIA

O WEC é o principal campeonato internacional de carros esportivos do mundo, oferecendo aos fabricantes de automóveis uma relevância real para os avanços no design de carros de produção e na tecnologia, desempenho e segurança de crossovers. Regulamentações fortes e estáveis permitem protótipos esportivos complexos, mas bonitos, com o que há de mais moderno em tecnologia híbrida, fornecedores independentes de chassis e motores competindo nos mais altos níveis, e as principais marcas de carros de luxo do mundo enfrentando-se nas pistas.

O WEC oferece às equipes, pilotos, parceiros e partes interessadas um palco único para competir nos principais circuitos de corrida em todo o mundo. Classificado ao lado das Olimpíadas, do Super Bowl e da Copa do Mundo de Futebol, a pedra angular do WEC continua sendo um dos maiores eventos esportivos do mundo, as 24 Horas de Le Mans. Disputado em oito etapas na América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia e Oriente Médio, o campeonato reúne corridas de distâncias variadas, desde as mais curtas, com 6 horas, até a mais longa, com 24 horas.

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Fonte: Best PR 

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