Maurizio Sala e Felipe Nasr conversaram sobre os Porsches com os quais correram em provas de Endurance
Com 120 participantes inscritos, o Porsche Club Brasil proporcionou um dos eventos mais concorridos do ano no autódromo José Carlos Pace (Interlagos), em São Paulo. O 85º Porsche Club Driving School aconteceu entre os dias 29 e 31 de agosto e dividiu a programação de pista com o Império Endurance Brasil, competição que tem a Stuttgart Motorsport como líder nas classes GT3 e GT4. O evento teve também uma atração especial para os associados: uma conversa informal entre Maurizio Sala e Felipe Nasr, dois pilotos de épocas diferentes apoiados pela Stuttgart Porsche em provas de longa duração.
Diferentemente de outros eventos, em Interlagos os participantes inscritos para a prova Flying Lap tiveram três dias para colocar seus carros na pista. A quinta-feira teve somente treinos livres; na sexta e no sábado, a programação teve treinos livres e as duas partes da Flying Lap, na qual cada concorrente tem três voltas para marcar o tempo que define a classificação das nove categorias em disputa. Com os resultados da Flying Lap, as equipes Pegasus e Invicta Racing ocupam o topo da tabela de classificação da Porsche Club Cup, cada uma com 222 pontos, com a primeira sendo favorecida no critério de desempate (sete vitórias contra três da concorrente). Terceira colocada com 210 pontos, a Acid Green 44 também luta diretamente pelo título. Entre as outras cinco equipes inscritas, três (Le Mans, Amorim da Costa Racing e Force India) ainda possuem chances matemáticas de título.
O encontro entre Sala e Nasr (veja currículos abaixo) foi promovido pelo Porsche Club Brasil e aconteceu na tarde de sexta-feira, 30 de agosto – dia do aniversário de Sala. “Corri com o Porsche 956 no Japão e 962 em Le Mans. Era um carro impressionante, muito rápido. Corri pela primeira vez em Le Mans em 1989, último ano antes da introdução das chicanes no trecho de 7 km da Hunaudières, e cheguei a 370 km/h”, contou Sala. “No ano anterior, eu havia corrido com o 956 no Campeonato Japonês de Esporte-Protótipos e ganhei duas corridas em dupla com o Eje Elgh, piloto sueco e um dos melhores companheiros de equipe que tive”, prosseguiu. “Nessa época fiz dupla com pilotos bem mais altos que eu e nas paradas para troca de piloto eu instalava meu banco antes de sentar no carro. Uma vez, o banco se soltou e eu simplesmente não alcançava mais os pedais. Tive que parar no box para recolocar.”
A introdução das chicanes diminuiu as velocidades máximas alcançadas em Le Mans, mas as marcas alcançadas ainda são bastante expressivas. Nas 24 Horas de Le Mans de 2024, Nasr foi o piloto que alcançou a maior velocidade medida durante todo o evento: 344,5 km/h, na sétima volta da prova. “Os carros de hoje têm uma série de parâmetros com os quais o piloto precisa trabalhar o tempo todo. O volante tem tantos comandos que o manual de instruções dele tem mais de 50 páginas e nós, pilotos, temos que decorar tudo. Eu mexo bastante nos botões durante uma corrida, e muitas vezes faço isso seguindo as orientações do engenheiro que está no box”, conta.
Os 40 anos transcorridos entre os projetos dos Porsches 956/962 da década de 1980 e o atual 963 provocaram mudanças na própria maneira de correr. “Os comandos dos Porsches 956 e 962 ficavam no painel mesmo, não no volante. Tinha bem pouca coisa para mexer, e o que eu mais fazia durante a corrida era alterar a pressão do turbo”, observou Sala. Perguntado se tinha vontade de pilotar um carro atual, respondeu: “Não! Acho que eu ia me atrapalhar com tanta coisa para fazer ao mesmo tempo”, brincou. Opinião contrária à externada por Nasr quando foi perguntado se gostaria de pilotar um carro de corrida de décadas anteriores: “Com certeza gostaria! Acho fantástico ouvir relatos como estes do Salinha, de um automobilismo raiz”. Por fim, os dois pilotos mencionaram as vitórias mais marcantes obtidas com carros Porsche. Sala escolheu os 1000 Km de Suzuka de 1988, prova na qual fez dupla com Eje Elgh em um Porsche 956. Nasr não teve dúvidas: cravou a vitória nas 24 Horas de Daytona deste ano, com o Porsche 963, formando quarteto com Matt Campbell, Dane Cameron e Josef Newgarden.
Maurizio Sala
Começou a correr de kart em 1973 e sua trajetória inclui embates (vários deles vitoriosos) com Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi, títulos no automobilismo europeu, testes com carros de Fórmula 1 das equipes Toleman e Benetton e vitórias em provas de endurance no Japão com um Porsche 956 em 1988. De volta ao Brasil, Sala fez parte da tripulação que disputou a primeira corrida da Stuttgart Motorsport: formou trio com Regis Schuch e André Lara Resende nas Mil Milhas Brasileiras de 1997. Ao volante de um Porsche 911 GT2, terminaram em segundo lugar. Com esse mesmo carro, os três e mais Flávio Trindade disputaram no ano seguinte as 24 Horas de Daytona, terminando em quarto lugar na classe GT2.
Felipe Nasr
Apoiado pela Stuttgart Porsche desde 2023, é piloto da Porsche Penske Motorsport, a equipe oficial da fábrica nos campeonatos FIA WEC (Mundial de Endurance) e IMSA WeatherTech (disputado na América do Norte e com o mesmo nível de importância do Mundial). Fez duas temporadas na Fórmula 1 pela equipe Sauber, sendo o piloto brasileiro com melhor resultado na categoria em sua estreia (quinto lugar no GP da Austrália de 2015). Passou a correr em provas de longa duração e conquistou duas vezes o título da IMSA (2018 e 2021), além de duas vitórias nas 24 Horas de Daytona: 2022 (classe Gran Turismo, com um Porsche 911 GT3 RSR) e 2024 (classificação geral, com um Porsche 963).
Sobre a Stuttgart Porsche
A Stuttgart atuou entre outubro de 1997 e junho de 2015 como importadora oficial da marca Porsche no Brasil. Nesse período, a Porsche aumentou significativamente sua presença no País. Atualmente, a Stuttgart Porsche opera lojas em São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e Rio de Janeiro, mais o Stuttgart Service | Body & Paint, localizado em São Paulo, o mais moderno centro de serviços de reparo e manutenção de carros da marca, sendo o único da América Latina capacitado a fazer reparos em carrocerias de alumínio e o único do Brasil apto a fazer manutenção e reparos em baterias de alta tensão para veículos híbridos e elétricos. Ainda em 2024, a Stuttgart iniciará as operações dos Porsche Centers em Maringá (PR) e Blumenau (SC). O histórico, a presença em cinco estados e a alta qualidade de seu atendimento e de seus serviços fazem da Stuttgart ser referência em Porsche no Brasil.
Sobre o Porsche Club Brasil
Criado em dezembro de 1997, o Porsche Club Brasil é reconhecido oficialmente pela Porsche AG e promove eventos exclusivos para proprietários de carros da marca, possibilitando seu uso em ambiente seguro, estruturado e atraente também aos familiares e amigos. São admitidos nos eventos carros Porsche de qualquer ano e modelo de fabricação. Desde 2001, o Porsche Club Brasil organiza o campeonato Porsche Club Cup, uma competição amigável entre equipes formadas pelos próprios associados.
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Fonte: Stuttgart Porsche
